quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Expectativas e receios quanto ao desempenho da economia mundial em 2013




O colapso das principais instituições financeiras e divisas mundiais continuará ameaçando a economia mundial no próximo decênio, constata o relatório Riscos Globais – 2013, preparado pelo Fórum Econômico Mundial.
Este ano, os maiores receios de peritos estão relacionados com a hipótese de um abismo fiscal nos EUA e um descalabro econômico-financeiro da Grécia. Ao mesmo tempo, a economia russa dá uma esperança, enquanto que a economia chinesa tem despertado sensações de várias índoles.

O autor do termo "abismo fiscal" é o chefe do Sistema de Reserva Federal, Ben Bernanke, que há um ano lançou a advertência aos congressistas sobre uma situação preocupante que possa vir a surgir no início de 2013. A partir de 1 de janeiro devia entrar em vigor a Ata de Controle Orçamental devido à qual os acontecimentos nos EUA e no mundo inteiro podiam e podem assumir um caráter incontrolável.

A Ata como tal resultou de uma solução de compromisso que, em 2012, possibilitou afastar o iminente perigo da quebra financeira. Nas vésperas do Ano Novo, o ministro das Finanças dos EUA, Timothy Geithner, fez lembrar que todas as possibilidades de elevar a dívida pública serão esgotadas até o fim de fevereiro. Todavia, em 2 de janeiro, os democratas e republicanos chegaram a um acordo consensual, tendo decidido adiar em dois meses a solução da questão sobre a limitação do défice orçamental. Isto quer dizer que até o fim de fevereiro nos EUA não haverá um aumento de impostos e a diminuição de despesas públicas.

O acordo obtido não passa de uma tentativa de adiar aquilo que é inevitável, realçou em entrevista à Voz da Rússia, Anna Bodrova, perita da agência analítica privada Investkafe. Em sua opinião, as discussões a respeito atingirão o auge já no fim de janeiro, altura em que os republicanos rejeitarão os compromissos anteriores com os democratas traçados em dezembro de 2012. Tudo isso parece ser mais um jogo político do que econômico. A questão que se coloca é que os dois Partidos – o Republicano e o Democrático têm defendido posições diferentes em principais assuntos da política financeira.

Quanto ao outro pólo de tensão econômica - à Zona Euro - aqui a principal ameaça volta a pairar sobre a Grécia, disse à VR o membro do Conselho Administrativo do Deutsche Bank, Yaroslav Lissovolik.

"Tomando em conta o ciclo eleitoral numa série de países comunitários, antes de tudo, as eleições na RFA, o fator grego será de novo um dos temas fundamentais no decurso do ano inteiro. Após o escrutínio, os alemães tornarão a enfrentar um conhecido dilema: apoiar ou não a economia grega. Se a reposta for negativa, é bem provável que os problemas gregos persistentes em mercados financeiros passem para o primeiro plano na segunda metade do ano corrente."

A par disso, pode-se esperar um progressivo crescimento econômico da China e do Brasil. Segundo Yaroslav Lissovolik, há fundamentos para supor que a Rússia também possa atingir elevados ritmos de crescimento econômico.

No entanto, um eventual abismo fiscal nos EUA terá, sem dúvida, um impacto negativo no panorama econômico de todos os países, incluindo a Rússia. E este desafio constitui mais um motivo para agir rumo à diversificação econômica que permita evitar efeitos de caprichos econômicos mundiais e os problemas relativos à política econômica dos países desenvolvidos.

Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2013_01_10/expectativas-e-receios-quanto-ao-desempenho-da-economia-mundial-em-2013/

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