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domingo, 10 de maio de 2015

Frases apocalípticas em Atafona que é a primeira cidade a ver a chegada do "fim do mundo” - O mar está engolindo a praia de Atafona

Fenômeno conhecido como transgressão do mar se mostra evidente numa praia do litoral fluminense.

Na localidade de Atafona, o mar já engoliu uma grande área urbana, gerando prejuízos e desabrigados.

Fenômeno não é localizado, cidades do litoral paulista e do Nordeste também já sofrem com o problema.

Paisagem mutante em Atafona: à esquerda uma foto tomada em 1974 e à direita em 2010.

A área urbana da foto da direita está compreendida no espaço vermelho da foto à esquerda.

O contorno da linha azul pontilhada mostra a área em outrora habitada e hoje tomada pelo mar. 
 
'O sertão vai virar mar'

Há muito já se dizia que “o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”, como anuncia a canção "Sobradinho" de Sá & Guarabyra. Nessa canção, é abordada a inundação de uma grande faixa de terra no interior da Bahia, com a criação da Barragem de Sobradinho que, ao se formar, inundou várias vilas e povoados, obrigando as suas populações a se deslocarem para municípios criados exclusivamente para abrigá-las.

Lenda ou não, fato é que as últimas gerações têm presenciado mudanças surpreendentes e irreversíveis em determinadas regiões litorâneas de todo o planeta. O mar avança e o problema saltou de eminente para evidente, pois já causou e mostra que ainda irá causar muitos danos materiais, além de transtornos de ordem imobiliária em distintos pontos do imenso litoral brasileiro.

Enquanto se alçam discussões para justificar se as causas do avanço dos oceanos são naturais ou se dão por intervenções humanas, fato é que, diferentemente de Sobradinho, as águas salgadas transbordam e já cobrem extensas faixas de terras litorâneas brasileiras que, faz pouco tempo, eram compostas de vegetação ou construções. Muitos locais onde antes compunham regiões urbanizadas, foram atualmente subtraídos pelas águas, num fenômeno chamado pelos cientistas de "transgressão do mar".

Alguns pontos se mostram mais susceptíveis às ocorrências do fenômeno, enquanto noutros, tudo parece estar normal, como sempre esteve. No Brasil, em determinadas regiões dos litorais Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, autoridades e pesquisadores já reconhecem comportamentos diferentes das ressacas e marés.

Na região Sudeste, um dos pontos em que o fenômeno do avanço do mar se mostra mais evidente é no distrito de Atafona, na foz do rio Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro. Pertencente ao município de São João da Barra-RJ, situado na região Norte Fluminense e vizinha à conhecida cidade de Campos dos Goytacazes, o distrito de Atafona passa por constantes transformações paisagísticas naturais causadas pela invasão das águas marinhas.

Em Atafona – como noutras cidades litorâneas brasileiras que também sofrem com o problema -, além de o mar estar ganhando rapidamente as terras do continente, um dos maiores transtornos é a migração de areia das praias para as regiões urbanizadas.

Expulsa da orla pelo avanço do mar, muitas toneladas de areia são levadas pelo vento e se amontoam em regiões situadas em continente adentro. Cobrindo construções, invadindo o interior das residências e criando gigantescas dunas, a areia se torna uma preocupação a mais para os moradores. Essa areia cigana vai modificando, aos poucos, toda uma região, moldando verdadeiras paisagens desérticas em muitas propriedades habitadas em outrora.

Esse artigo reúne uma série de informações e imagens sobre o avanço marinho e o problema das erosões, sobretudo, na praia de Atafona, no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Revela também que o problema não se está localizado nessa região fluminense, mas tem se mostrado bastante evidente em outros estados, sobretudo, nos de Pernambuco e São Paulo.

O nosso objetivo é alertar as autoridades sobre esta questão preocupante e mostrar o quanto já se tornou notório tal fenômeno, além do quanto ele ainda poderá se expandir, tanto na região fluminense mais afetada, quanto noutras de todo o globo que, igualmente, sofrem com os efeitos da transgressão das águas do mar.

 Pontal de Atafona: essa ponta do continente que avança sobre o mar na foz do rio Paraíba do Sul está sendo engolida aos poucos e deverá desaparecer nos próximos anos; os efeitos já são evidentes.

Registros antigos do fenômeno em Atafona
 
Após cortar o estado fluminense, o rio Paraíba do Sul deságua na praia de Atafona, num local, onde a paisagem tem mudado rapidamente. O acúmulo de sedimentos levados pelo rio e as fortes ondas do mar que avançam de maneira evidente sobre o território da cidade, vêm diminuindo-o visivelmente. 

O processo de erosão marinha transformou, ao longo dos anos, as construções da orla em ruínas abandonadas e banhadas pelo mar.

Pesquisadores marítimos afirmam que o fenômeno em Atafona ocorre desde a década de 1950 e que nos últimos 30 anos, mais de 180 casas, em 14 quarteirões, teriam sido destruídas. Ainda que não tenha causado vítimas fatais, o fenômeno causou muitos danos materiais e prejuízos de ordem imobiliária.

Antes era uma localidade próspera, Atafona se tornou um simples balneário, agora frequentado por curiosos pelo avanço do mar e alguns surfistas descompromissados. Se antes as pessoas procuravam a praia por sua beleza e tranquilidade, hoje elas buscam para matar a curiosidade sobre os vestígios das dezenas de imóveis que foram tragadas pelo mar.

Além do problema do avanço das águas, a localidade sofre também com a areia, que se espalha por residências de toda a região.

Dunas que avançam sobre propriedades

O avanço do mar não é o único problema enfrentado pela população de Atafona. A região sofre também com a invasão das dunas de areia que soterraram 14 quarteirões uma grande área urbana. As dunas se deslocam rapidamente para as regiões urbanas e estão enterrando literalmente muitas dezenas de construções entre comércios e residências.

De acordo com o oceanólogo Luiz Fernando Vieira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a erosão em Atafona é similar à que ocorre em outras partes do país, como Cabo Frio (RJ) e Olinda (PE). “Ela acontece por conta de ventos fortes e ondas altas, que batem na praia e criam a erosão, puxando sedimento e diminuindo a orla”, explica.

E, além disso, é bom lembrar que à medida em que sedimentos são levados pelo rio até o mar, o local da foz se torna mais susceptível a extravasar de seu leito, sobretudo, em épocas de ressacas.

O oceanólogo conta que, "Naquele cenário da foz do Paraíba, a erosão está em franco desenvolvimento e a velocidade aumentou nos últimos meses. As frentes frias do ano passado e deste ano duraram mais tempo naquela zona costeira, com preocupação grande para a população local a respeito da destruição de casas. No verão deste ano até o inverno, em um período de cinco meses, houve uma aceleração grande. A erosão se deu em torno de sete metros por ano e o que nós havíamos medido recentemente, desde 2000, foi da ordem de 3 a 5 metros por ano”, relatou o pesquisador.

De acordo com ele, a erosão promoveu o turismo na região e despertou a curiosidade da população local que, com frequência, visita as ruínas. A pesquisa estima que no total mais de trezentas casas já foram destruídas. Em alguns trechos da praia, o banho de mar é proibido por conta do perigo de se ferir nos escombros das antigas construções.

Vieira disse que o fenômeno natural em Atafona é complexo. “O agravante na região é que a erosão subtrai as areias da praia e as dunas soterram as construções”, explicou.

Prédio do Julinho: construído na década de 1970, quando se situava ainda distante do mar e destruído durante uma maré alta (detalhe, no alto).
O mar quer possuir a terra

 
Em Atafona, o mar avançou mais de 400 metros e as águas já engoliram dezenas de ruas, destruindo um bairro inteiro num período de 20 anos. O fenômeno natural continua implacável e, o cenário, é de destruição. Com a invasão do mar, o pontal virou atração e recebe visita constante de turistas curiosos para ver de perto a fúria do mar.

O prédio onde já funcionou Hotel do Julinho e um supermercado também foi engolido pelo mar [foto acima]. Para muitos que vivem em Atafona, é inacreditável como as ondas do mar alcançaram o famoso prédio, que se tornou ruína e depois desabou por não resistir à força das águas. Em 2008, a construção ruiu em questão de segundos, tal como uma implosão, após uma forte ressaca que cobriu toda a sua base, desintegrando-a.

O prédio foi construído pelo comerciante conhecido como Julinho na década de 1970, quando o mar ainda se encontrava distante do local. Durante muitos anos, a construção se tornou um símbolo da orla marítima de Atafona. O comerciante morreu em 1981, já sabendo que seu imóvel estava condenado pela Defesa Civil.

Os destroços do que um dia foi parte da cidade hoje servem de fachadas para que as pessoas profetizem o apocalipse. Muitas frases relacionadas com o fim do mundo estão por toda parte e, curiosamente, como que a concretizar as profecias apocalípticas, muitas delas já foram literalmente tragadas pelo mar.

“Atafona é a primeira cidade a ver a chegada do fim do mundo”, diz Zélia Souza, que trabalha num bar situado em frente à praia. O que sobrou do “hotel do Julinho” tem inscrições como “Jesus está vivo”, “Apocalipse – lembra-te do dia de sábado para o santificar”. As frases de efeito, muitas de origem bíblica, impressionam alguns turistas que visitam o local, que são levados a refletir sobre as consequências daquele fenômeno assombroso, caso o mesmo ocorresse em grande escala.

Frases apocalípticas se encontram em meio aos escombros de Atafona.

Defronte uma dessas inscrições, um grupo de turistas munidos de máquinas fotográficas, toma fotografias. Carmem Faria e Raquel Cansado estão na cidade pela segunda vez. “É impactante e ao mesmo tempo triste, desolador. Voltamos cinco anos depois para ver como o mar não para de avançar. Da última vez o hotel ainda estava de pé”, conta Carmem. “Só Deus para impedir que se repita aqui o que aconteceu no Japão”, completa Raquel, sem saber que as ondas no outro lado do mundo foram ocasionadas por choques nas placas tectônicas.

O tom apocalíptico também está na conversa com moradores mais antigos. No começo de fevereiro foi realizada a procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, que percorreu a cidade até a praia de Atafona. Muitos crêem que isso fez com que o mar recuasse alguns metros.

Para os técnicos, porém, a explicação é outra. Este recuo faz parte do processo erosivo. Desde 2008, tem se percebido este fenômeno inverso na cidade. O mar tem recuado, devolvendo faixas de areia que estavam submersas.

Para o técnico ambiental Luis Henrique Araújo, que perdeu sua casa na última forte ressaca, isso não permite que a população se anime. “O mar recua e depois volta ainda mais forte. Não se pode construir novamente onde ele destruiu. São movimentos imprevisíveis”, diz.

De acordo com os especialistas, o mar está avançando cerca de três metros por ano em Atafona e tomando faixas de até 30 metros em determinados locais.

Em Atafona, além de todas as pessoas perderem os investimentos imobiliários na orla, muitas se tornaram desabrigadas pelo mar.

Obras para conter avanço do mar no Rio

 
A cidade do Rio de Janeiro, capital do estado, também já sente em alguns pontos, os efeitos da elevação do nível dos oceanos. O aumento no número de ressacas bem como o comportamento cada vez mais violento das mesmas, têm servido de alerta para que as autoridades comecem a traçar alternativas para enfrentar o problema. De acordo com informações do portal G1, uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2008, mostrou que serão necessárias obras para conter o avanço do mar nas praias do Rio de Janeiro.

As ressacas têm aumentado e diminuído a faixa de areia no Arpoardor, na Zona Sul da cidade. Em Cabo Frio, na Região dos Lagos, as ondas fortes já causaram alguns prejuízos. Na Praia do Forte, naquela cidade, o asfalto está afundando em alguns pontos e, por segurança, o trânsito chegou a ser parcialmente interditado.

No Arpoador, na Zona Sul, o problema, que é causado por uma ressaca, pode se tornar definitivo. Segundo o estudo, a elevação do nível dos oceanos poderá fazer com que muitas praias desapareçam e as faixas de areia que protegem a orla poderão ser engolidas pelo mar.

O pesquisador da Coppe/UFRJ, Paulo Rosman, coordenou a equipe que pesquisou a Região Costeira do país e explicou que as consequências do aquecimento global serão sentidas, mas de forma lenta. E que mesmo assim, o poder público já deve começar a se preparar parar as mudanças.

Na cidade do Rio, a pesquisa mostra que há necessidade de aumentar a faixa de areia das praias do Arpoador, Ipanema, Leblon e São Conrado, na Zona Sul e Barra e da Macumba, na Zona Oeste. "Se o poder público tomar medidas, vamos ter progresso social e melhoria ambiental para enfrentarmos as mudanças que virão", disse Rosman.

Pelos cálculos do especialista, em três dessas praias seria preciso investir pelo menos R$ 20 milhões. Alteração de ventos e marés também estão previstas e os chamados extremos climáticos, que são longos períodos de seca e temporais em um curto espaço de tempo. A Secretaria do estadual do Ambiente informou que já está avaliando onde serão feitos os investimentos.

Litoral paulista: Mar engoliu mais de 250 metros em Ilha Comprida.

Mar avança também no litoral paulista

O litoral do estado de São Paulo também sofre com o fenômeno da transgressão do mar. O processo vem ocorrendo ao longo de muitos anos, mas sua intensidade é observada com clareza em períodos de ressaca, quando a água invade a praia com mais violência.

De acordo com uma reportagem da Rede Record sobre o assunto, centenas de casas já foram destruídas e os moradores são obrigados a fugir da força do mar no litoral paulista.

Alguns exemplos da destruição causada pelo mar no estado de São Paulo estão em praias como Ilha Comprida, onde o mar já avanço mais de 250 metros e Iguape, onde diversas construções foram destruídas. Nessas localidades, a transgressão do mar já fez desaparecer uma grande fração das áreas urbanas, deixando somente ruínas, desolação e reflexões.

Fonte: http://viafanzine.jor.br/site_vf/pag/1/na_terra3.htm


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