– O Ministério da Saúde do Congo confirmou o primeiro caso do vírus Ebola na cidade de Goma no domingo à noite, no que pode ser uma grande escalada para o surto do mortal vírus que grassa no país. Goma é o lar de mais de um milhão de pessoas e fica diretamente na fronteira do Congo com Ruanda, região onde dezenas de milhares de pessoas atravessam a pé diariamente a fronteira. Tradução, edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
Primeiro caso de Ebola confirmado na cidade de Goma, no Congo, bem na fronteira com Ruanda. Vírus mortal atinge dois grandes centros urbanos com mais de um milhão de habitantes.
Por Max Bearak – Chefe da sucursal em África com sede em Nairobi – 16 de julho às 07:22
O surto de Ebola em curso se espalhou pelas províncias de Kivu Norte e Ituri, no Congo, por quase um ano. Um pequeno número de casos foi confirmado, mas rapidamente foi contido na vizinha Uganda em junho, depois que uma família congolesa procurou tratamento lá. Com a chegada do caso em Goma, o vírus está presente em duas cidades com mais de um milhão de pessoas, Goma e Butembo.
‘Apenas quando começamos a obter controle do “vírus Ebola” em uma área, ele surge contaminando outra’
Vídeo: Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, falou no dia 15 de julho do primeiro caso do vírus Ebola na cidade de Goma, no Congo. (Reuters):
Em uma reunião de alto nível das autoridades sanitárias em Genebra, na Suíça, o chefe da Organização Mundial de Saúde disse que reuniria um painel de cientistas para determinar se o surto é uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, uma designação que poderia liberar mais recursos. para combate-lo, mas isso foi recusado três vezes antes.
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O novo caso em Goma envolve um pastor que viajou de Butembo de ônibus, de acordo com o Ministério da Saúde. Os outros 18 passageiros do ônibus devem receber uma vacinação experimental que se mostrou amplamente bem-sucedida. Em seguida, os profissionais de saúde acompanharão todos os contatos feitos pelo caso confirmado, assim como todos os passageiros. Na terça-feira o governo disse que o pastor infectado morreu.
O ebola se espalhou por quase um ano no Congo. As autoridades estão se esforçando para “redefinir” uma resposta ao surto do mortal vírus. ]
“Por causa da velocidade com que o paciente foi identificado e isolado, e a identificação de todos os outros passageiros do ônibus vindos de Butembo, o risco de a contaminação se espalhar no resto da cidade de Goma é pequeno”, disse o ministério em um comunicado.
Os principais postos de controle entre Butembo e Goma foram colocados em prática para impedir a disseminação do vírus. Mas esses são eficazes apenas se os viajantes doentes com Ebola apresentarem os sintomas da infecção pelo vírus.
“Uma pessoa pode ou não ter febre ou sintomas da doença em um determinado momento e, portanto, não pode levantar preocupações”, disse Ibrahima Socé Fall, diretor-geral adjunto da OMS para resposta a emergências. “É por isso que muita energia é colocada em medidas de preparação e prevenção. As estruturas que estavam em espera agora estão em total ação”.
O surto epidêmico pelo vírus Ebola matou 1.665 pessoas até segunda-feira, enquanto quase 700 sobreviveram ao vírus, que causa febre alta e violenta hemorragia interna no corpo de suas vítimas. Dias com dezenas de novos casos são comuns, apesar de uma enorme intervenção de saúde pública em toda a área afetada.
Os profissionais de saúde temem que alguns casos – se não as cadeias completas de transmissão – estejam em locais inacessíveis devido à falta de infra-estrutura ou insegurança, dificultando a medição do surto. A área onde o surto está ocorrendo é também o lar de um dos conflitos mais prolongados e violentos do Congo e da ÁFRICA – uma colcha de retalhos assassina de milícias étnicas, rebeldes e forças alinhadas com o governo.
A luta armada, por vezes, teve como alvo a resposta ao Ebola, dificultando-a e levando a surtos de novos casos. Perto do epicentro do surto na cidade de Beni, na segunda-feira, dois agentes de saúde foram mortos por agressores desconhecidos. Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, disse que houve quase 200 ataques contra profissionais de saúde, matando sete pessoas, desde janeiro.
A infecção pelo vírus Ebola, é uma doença que atinge seres humanos e outros mamíferos e que é provocada pelo ebolavírus. Os sintomas têm início duas a três semanas após contrair o vírus, manifestando-se inicialmente por febre, garganta inflamada, dores musculares e dores de cabeça. Estes sintomas são seguidos por vômitos, forte diarreia e exantema, a par de insuficiência hepática e renal. Nesta fase, a pessoa infectada pode começar a ter hemorragias, tanto internas como externas. Em caso de morte, esta geralmente ocorre entre 6 a 16 dias após o início dos sintomas e na maior parte dos casos deve-se à diminuição da pressão arterial resultante da perda de sangue.
O surto atual é o segundo pior já registrado, depois que uma epidemia entre 2013 e 2016 matou mais de 11.300 pessoas na África Ocidental.
O mortal vírus Ebola: A primeira vez que o vírus Ebola surgiu foi em 1976, em surtos simultâneos em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ebola, que dá o nome à doença. Há cinco espécies do vírus Ebola: Bundibugyo, Costa do Marfim, Reston, Sudão e Zaire, nomes dados a partir dos locais de seus locais de origem. Quatro dessas cinco cepas causaram a doença em humanos. Mesmo que o vírus Reston possa infectar humanos, nenhuma enfermidade ou morte foi relatada.
Mas, conhecendo ele os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino, dividido contra si mesmo, será assolado; e a casa, dividida contra si mesma, cairá. – Lucas 11:17
Fonte: https://undhorizontenews2.blogspot.com/
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