A segunda vinda de Jesus está ligada à cidade de Damasco, capital da
Síria, acreditam estudiosos das profecias cristãos e muçulmanos. A
crescente ameaça de guerra dos sírio contra outros países gerou uma
série de análises de antigos escritos.
Em comum entre as previsões está o iminente retorno de Cristo. Da
parte dos cristãos, alguns apontam para Isaías 17:1, que diz: “Eis que
Damasco será destruída, e já não será cidade, antes será um montão de
ruínas. As cidades de Aroer serão abandonadas; hão de ser para os
rebanhos que se deitarão sem que alguém os espante”. Para alguns, esse
seria um prenúncio do Armagedon, a batalha final.
Muitos sites cristãos dedicados a interpretação das Escrituras têm
especulado sobre se o iminente conflito na Síria foi profetizado na
Bíblia. Alguns estudiosos acreditam que esta profecia se cumpriu em 732
a. C, quando os assírios destruíram a cidade, enquanto outros estão
convencidos de que se trata de um “evento final dos tempos ainda
acontecerá”, explica o portal Christian Post.
Curiosamente, surgem especialistas lembrando que os muçulmanos também
acreditam na segunda vinda de Jesus, que pare eles foi um profeta. O
texto mencionado na Surat An-Nisa, diz: “E não há ninguém do Povo do
Livro, mas que certamente hão de crer em Jesus antes de sua morte. E no
Dia da Ressurreição ele será uma testemunha contra eles”.
Abd Ibn Abbas, tio de Maomé relata uma visão do profeta muçulmano:
“Na noite de minha ascensão aos céus, eu vi Moisés que era um homem alto
de cabelos castanhos como se pertencesse a tribo de Shanawa, e eu vi
Jesus, um homem de estatura mediana e complexão moderada inclinada para
as cores vermelha e branca e de cabelo liso. Eu também vi Malik, o
guardião do Inferno e o Dajjal [Anticristo] entre os sinais que Allah me
mostrou”.
Mais especificamente, os estudiosos muçulmanos citam um hadith que
fala sobre a ligação de Damasco com a segunda vinda de Jesus, o Livro de
Sahih, 41, cuja Hadith 7015 diz: “Allah enviará o Messias filho de
Maria. Ele então descerá perto do minarete oriental branco de Damasco,
vestido com dois mantos amarelos, apoiado nas asas de dois anjos.”
O imã Abdullah Antepli, capelão muçulmano da Universidade de Duke e
fundador da Associação Muçulmana de Capelães, explicou que “existem duas
escolas de pensamento dentro do Islã sobre profecias. Alguns muçulmanos
entendem as profecias escritas no Alcorão e nas hadiths como literais,
mas a maioria dos muçulmanos nunca vê as previsões proféticas em seu
sentido literal.”
Com relação à segunda vinda de Cristo, Antepli esclarece: “Como líder
muçulmano, para mim a segunda vinda de Jesus representa a paz entre
muçulmanos e cristãos, onde se estabelecerá um reino de paz e justiça
sobre a terra”.
David Lose, do Luther Seminary, erudito e autor de livros, também deu
sua opinião: “Alguns veem quase todas as palavras proféticas como
acontecimento futuros, ao invés de vê-las como metáforas destinadas a
inspirar a esperança e oferecer conforto no presente”. Para o primeiro
grupo, é um constante exercício tentar estabelecer os acontecimentos dos
últimos dias.
Outros estudiosos alertam que o conflito na Síria pode ser os
primeiros sinais de uma Terceira Guerra Mundial, pois o Oriente Médio
está repleto de alianças e tensões que ampliam drasticamente o
significado de um ataque à Síria.
O professor e teólogo Joel C. Rosenberg, assevera: “O contexto de
Isaías 17 e Jeremias 49 são uma série de profecias do fim dos tempos que
lidam com os juízos de Deus sobre os vizinhos e inimigos de Israel que
antecedem – e ocorrem durante a – Grande Tribulação”.
O erudito Jack Kinsella, defende em seu livro sobre os conflitos que
antecedem o final do mundo, que o provável ataque dos EUA ou das forças
da ONU à Síria envolvam reações de todos os países vizinhos contra
Israel. Isso poderia causar um efeito dominó, com contra-ataques dos
muçulmanos do Hezbollah, Irã, Turquia e talvez até mesmo Jordânia e
Egito.
Damasco é considerada a mais antiga cidade continuamente habitada do
mundo, com uma história de 5000 anos. Embora tenha sido atacada e
conquistada, nunca foi completamente destruída como anuncia a profecia.
Hoje possui uma população de quase 2 milhões. A Enciclopédia Judaica
explica que o termo “Aroer” em Isaías 17.2 provavelmente foi traduzido
incorretamente, e que a melhor opção seria “as cidades ao redor serão
abandonadas”. Se essa for a tradução correta, incluirá a fortaleza do
Hezbollah, no Vale de Bekaa no Líbano, que era parte do território
arameu no tempo de Isaías, e fica entre Beirute e Damasco.
O texto de Isaias oferece ainda um vislumbre do que seriam os acontecimentos posteriores:
“E a fortaleza de Efraim cessará, como também o reino de Damasco e o
restante da Síria; serão como a glória dos filhos de Israel, diz o
Senhor dos Exércitos. E naquele dia será diminuída a glória de Jacó, e a
gordura da sua carne ficará emagrecida” (Isaías 17:3-4).
Jacó e Efraim são nomes alternativos para o Reino do Norte e Samaria
era sua capital. Judá era o nome dado ao Reino do Sul, mais tarde
alterado para Judéia nas eras grega e romana. E não há dúvidas que
anunciam o prenúncio de um cenário de guerra.
“Naquele dia atentará o homem para o seu Criador, e os seus olhos
olharão para o Santo de Israel. E não atentará para os altares, obra das
suas mãos, nem olhará para o que fizeram seus dedos, nem para os
bosques, nem para as imagens. Naquele dia as suas cidades fortificadas
serão como lugares abandonados, no bosque ou sobre o cume das montanhas,
os quais foram abandonados ante os filhos de Israel; e haverá
assolação” (Isaías 17.7-9).
Com informações de Christian Post e Huffington Post.
fonte: http://noticias.gospelprime.com.br/guerra-siria-volta-de-jesus-estudiosos/