O único memorial dedicado a Anne Frank nos Estados Unidos foi vandalizado com imagens de suásticas, causando indignação no estado de Idaho, onde o monumento está localizado.
Cartazes foram colados à estátua da jovem alemã vítima do Holocausto com a seguinte frase, junto do símbolo nazi: “Nós estamos em todo o lado.”
P Centro Wassmuth para os Direitos Humanos, que administra o Memorial Anne Frank na cidade de Boise, informou que o ataque ocorreu na terça-feira passada.
O diretor da entidade, Dan Prinzing, disse que o incidente é uma “triste demonstração sobre quem é ou o que é nossa comunidade” e comparou-o com uma “punhalada no coração”.
Ainda segundo o diretor do Centro Wassmuth, “o memorial foi financiado por indivíduos, empresas e fundações para ser uma demonstração física dos nossos valores partilhados; reconhecemos hoje que um desses valores é que devemos nos impor para enfrentar o ódio”.
Prinzing disse que, felizmente, nenhum dano material foi causado ao monumento, tendo sido necessária apenas uma limpeza extra para remover o resíduo colante dos cartazes.
Já o chefe da polícia de Boise, Ryan Lee, condenou o ataque como “absolutamente repugnante”, segundo a imprensa local. “É um motivo de preocupação para nós”, disse Lee, prometendo ainda “encontrar aqueles que estão tentando incitar ao ódio na nossa cidade”.
A presidente da câmara de Boise, Lauren McLean, também manifestou indignação. “É chocante, mas sabemos que isso não reflete os valores da nossa sociedade”, afirmou.
O Centro Wassmuth foi nomeado em homenagem ao padre católico Bill Wassmuth (1941-2002), que renunciou à sua função religiosa para se dedicar inteiramente à luta contra os supremacistas brancos e neonazis.
O estado de Idaho é considerado um dos redutos dos extremistas de direita nos Estados Unidos.
O memorial em homenagem a Anne Frank já tinha sido violado com slogans antissemitas e racistas em 2017. O reparo custou 20 mil dólares na época.
Anne Frank é uma das mais conhecidas vítimas do Holocausto. Entre 1942 e 1944, ela documentou, através de um diário, o seu quotidiano familiar num esconderijo em Amsterdão, onde a sua família levou uma existência claustrofóbica e silenciosa na esperança de não ser capturada pelos nazis.
O seu pai, o empresário alemão Otto Frank, tentou levar a esposa e as duas filhas para os Estados Unidos para fugirem da perseguição, mas sem sucesso.
Em 1944, a família judia foi descoberta no anexo na capital holandesa. Anne morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1945, mas a história da sua vida percorre o mundo até hoje através do seu diário publicado postumamente.
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