Apesar
de considerar inaceitável a vacinação obrigatória contra a covid-19,
Michelle Bachelet defende que “a recusa de uma pessoa em cumprir a
obrigação de vacinação possa ter consequências legais, como uma multa
apropriada”.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos
(ACNUR), Michelle Bachelet, considerou inaceitável a vacinação forçada
contra a covid-19, mas admitiu “multas apropriadas” para quem recusar
ser vacinado.
“Sob nenhuma circunstância as pessoas devem ser
vacinadas [contra a covid-19] à força, embora a recusa de uma pessoa em
cumprir a obrigação de vacinação possa ter consequências legais, como
uma multa apropriada”, defendeu Bachelet, numa mensagem de vídeo
divulgada esta quarta-feira.
Embora um certificado de vacinação
seja exigido em cada vez mais países para certas atividades ou
populações, poucos Estados exigem a vacinação para todos, uma medida de
que deve permanecer como “último recurso absoluto”, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS).
A vacina contra a covid-19 é
obrigatória para adultos na Áustria, no Tajiquistão e no
Turquemenistão, na Indonésia, na Micronésia e na Nova Caledónia, um
território francês com grande autonomia no sul do Pacífico, estando
também em discussão na Alemanha.
Mas vários outros países —
sobretudo da Europa e nos Estados Unidos – obrigam à vacinação certas
categorias profissionais e adotaram restrições para os não vacinados.
A
combinação de vacinas de vetores virais (como a AstraZeneca e Janssen)
com as de mRNA (Pfizer e Moderna) para a covid-19 (vacinação heteróloga)
aumenta a resposta do organismo ao vírus da covid-19, segundo dados
hoje divulgados.
Enquanto a administração de uma vacina mRNA
após uma primeira dose ou num reforço vacinal de uma de vetor viral tem
dado respostas positivas, o inverso só é recomendado “se houver um
problema com a disponibilidade de vacinas contra o mRNA”, dado que “com
base nos dados limitados disponíveis pode ser menos vantajoso do ponto
de vista imunológico do que a sequência oposta”.
“As provas de
estudos sobre a vacinação heteróloga sugerem que a combinação de vacinas
de vetores virais e vacinas de mRNA produz bons níveis de anticorpos
contra o vírus da covid-19 (SARS-CoV-2) e uma resposta de células T mais
elevada do que a utilização da mesma vacina (vacinação homóloga) quer
num regime primário quer num regime de reforço”, segundo uma
recomendação da Agência Europeia dos Medicamentos (EMA) e do Centro
Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).
“Os dados
apresentados apoiam a utilização de horários mistos vetor/mRNA”,
destacam ainda as entidades, defendendo que “dar uma segunda dose de
vacina mRNA a recetores anteriores de uma única dose de vacinas
vetoriais [vacinação heteróloga] é uma estratégia de vacinação benéfica
do ponto de vista imunológico com um impacto positivo no nível alcançado
de proteção contra infeções e doenças”.
As recomendações da EMA
e do ECDC referem haver “menos evidências sobre regimes heterólogos de
vacinação contra o mRNA, mas o suficiente para indicar que tal abordagem
também poderia ser utilizada quando é necessária flexibilidade ou
aceleração nas campanhas de vacinação”, estando os dados de segurança
após tais regimes heterólogos de mRNA atualmente sob investigação para
determinar se existe um risco acrescido de miocardite.
Os dois
organismos sustentam ainda que “os regimes heterólogos foram geralmente
bem tolerados”, quer tenham sido usados na vacinação primária, quer na
de reforço.
“Relativamente à imunogenicidade, os estudos são
consistentes em mostrar que o regime heterólogo é capaz de induzir
respostas imunitárias significativamente aumentadas, […], em comparação
com um regime homólogo de vetores virais. Um ligeiro aumento das
respostas imunitárias humorais em relação à vacinação homóloga contra o
mRNA é por vezes visto, mas não de forma consistente, apoiando
globalmente uma resposta de anticorpos semelhante”, lê-se na
recomendação.
A covid-19 provocou pelo menos 5.253.726 mortes em
todo o mundo, entre mais de 265,13 milhões infeções pelo novo
coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais
recente balanço da agência France-Presse.
Uma nova variante, a
Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as
autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro,
foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os
continentes, incluindo Portugal.
Seis cidades mexicanas são as que têm maior probabilidade de homicídio. Não há qualquer cidade europeia no top 50.
O portal World Atlas actualizou a lista das cidades mais perigosas do mundo. São tidas em conta as probabilidades de homicídio em cada cidade.
Os
dados, com base nas análises do Conselho de Cidadãos para Segurança
Pública e Justiça Criminal, demonstram que o México é o país mais
perigoso do planeta.
As seis cidades mais perigosas do mundo são
– todas – mexicanas. Sete das 10 cidades mais perigosas são mexicanas.
E, entre as 50 cidades da lista, 18 ficam no México.
No geral,
esta análise demonstra que 40% das cidades mais violentas do mundo são
mexicanas. O México é o “epicentro global dos homicídios”, lê-se no
artigo.
Celaya é a cidade mais perigosa. Com uma taxa de 109
homicídios por cada 100 mil habitantes, é o palco de uma rivalidade
constante e mortífera entre dois cartéis, relacionada com tráfico de
droga e de gasolina.
A segunda maior cidade do México é também a
segunda cidade mais perigosa do planeta Terra: Tijuana, com 105
homicídios por cada 100 mil habitantes. Situada junto aos Estados Unidos
da América, é marcada pela pobreza, pelas violações, por raptos e
homicídios. É igualmente local de confrontos entre gangues, à volta do
tráfico humano e de droga.
A completar este pódio indesejado e
totalmente mexicano está Ciudad Juarez. Média de quase 104 homicídios
por cada 100 mil pessoas, é uma cidade perigosa especialmente para as
mulheres, as maiores vítimas. Era uma atracção turística mas deixou de
ser nos últimos anos, por causa dos crimes constantes. Aos cartéis e à
droga junta-se a corrupção no governo.
Para ter noção, com
outros números, nestas três cidades (e em Obregon, quarta classificada),
a média é de um homicídio por cada 1.000 habitantes.
Abaixo dos
100 homicídios por cada 100 mil habitantes, e a partir do quinto lugar
estão Irapuato, Ensenada (ambas no México, ainda), St. Louis (EUA),
Uruapan (México, novamente), Feira de Santana (Brasil) e Cidade do Cabo
(África do Sul), que fecha o top-10.
Assim, México, Estados
Unidos da América, Brasil e África do Sul são os únicos países na lista
das 10 cidades com mais homicídios.
E, mesmo no top-50, poucas
excepções aparecem, no que diz respeito a países: Venezuela (três
cidades entre as 20 primeiras), Jamaica, Honduras, Colômbia e Porto
Rico. Todas as outras são do México, EUA, Brasil e África do Sul.
México e Brasil são os países com mais cidades perigosas: 18 mexicanas e 11 brasileiras.
Brevemente, o cometa Leonard vai passar perto da Terra — e
fazer uma saudação única à sua passagem, iluminando os céus com o seu
brilho esverdeado.
O cometa Leonard foi descoberto em janeiro deste ano, quando se
encontrava entre Marte e Júpiter, e os astrónomos da NASA já traçaram a
órbita que está a seguir em direção ao Sol.
Batizado por alguns astrónomos como “Cometa de Natal“, o corpo celeste irá passar próximo da Terra em meados de dezembro.
Entre os dias 12 e 14, estará no seu ponto mais próximo
da Terra, podendo ser visto antes do nascer do sol — a olho nu, se as
condições meteorológicas o permitirem, ou com a ajuda de binóculos ou
pequenos telescópios.
Para já, no entanto, os
cientistas não conseguem determinar a data exata em que o Leonard estará
mais próximo da Terra, porque a poeira e gás que emana tornam o seu trajeto ainda imprevisível.
“Embora as trajetórias dos cometas sejam sempre difíceis de prever, o Leonard estará visível a olho nu em dezembro, em quase qualquer parte do mundo”, estima um cientista da NASA citado pela BBC.
Batizado de C/2021 A1, o cometa foi descoberto a partir do Mount Lemmon Infrared Observatory, no Arizona, pelo astrónomo Gregory J. Leonard, que inicialmente o identificou no início deste ano, quando passava pela órbita de Marte, “como uma mancha ténue”.
As observações e análises subsequentes mostraram aos cientistas que se tratava de um cometa com um período de órbita longo, de cerca de 80 mil anos. A sua passagem pela Terra é portanto um espetáculo excecional.
Cometa ultra-rápido
Uma das características mais interessantes do Leonard, explica o Earth Sky, é a velocidade a que se movimenta. O “Cometa do Natal” viaja a mais de 250 mil quilómetros por hora.
No seu ponto mais próximo da Terra, o Leonard estará a quase 35 milhões de quilómetros de distância. Em locais com o céu claro será possível ver a cauda do cometa a olho nu, mas um par de binóculos pode tornar mais fácil localizá-lo e seguir o seu passeio.
Há alguns dias, a NASA captou
uma imagem do Leonard, quando já mostrava uma nuvem de gás verde e a
característica “cauda” de poeira que esses astros trazem consigo.
“A imagem apresentada era composta por 62 fotos tiradas por um telescópio
de tamanho moderado: um conjunto de exposições rastreia o cometa,
enquanto outro grupo rastreia as estrelas de fundo”, explica a NASA.
A “bola de gelo” percorreu um longo caminho até chegar perto de nós, nesta quadra natalícia. Há 35 mil anos, nota o Space.com, o cometa estava no afélio, ponto mais longínquo da sua órbita elíptica alongada, a 3.500 unidades astronómicas do nosso planeta. Uma UA é a distância média da Terra ao Sol, cerca de 150 milhões de quilómetros.
Por volta do dia 18, o cometa irá também passar próximo de Vénus, a apenas 34 milhões de quilómetros do planeta mais próximo da Terra, e seguir a sua rota em direção ao Sol.
Depois de atingir seu periélio,
o ponto mais próximo do Sol na sua órbita, no dia 3 de janeiro, o
cometa irá então regressar às profundezas do espaço, na sua jornada de
milhares de anos. E se a sua massa de gás e gelo sobreviver novamente ao calor do Sol, cá estaremos, daqui a 80 mil anos, à espera do Leonard.
Se
não fosse a vida na Terra, a superfície do nosso planeta teria sido
mais plana. Uma nova investigação revelou, recentemente, que a vida
primitiva desempenhou um papel fundamental na criação de montanhas.
Algumas
das maiores cordilheiras da Terra receberam um impulso inesperado de
formas de vida primitivas, cujos restos lubrificaram movimentos de lajes
rochosas e permitiram que se amontoassem para formar montanhas.
“As
montanhas são formadas por placas de pedra empilhadas umas sobre as
outras, mas empilhar nesta escala teria sido impossível devido à fricção
entre as rochas”, explicou o investigador John Parnell, da Universidade
de Aberdeen.
“Algo tinha de ajudar aquelas rochas a deslizar umas sobre as outras“, acrescentou, citado pelo The Guardian.
O
segredo foi a lubrificação que resultou de uma explosão no crescimento
do plâncton primitivo, há cerca de dois mil milhões de anos. O fenómeno
aconteceu na sequência de uma grande mudança climática que afetou a
Terra e teve um efeito duradouro na sua superfície.
O plâncton é
um conjunto de organismos que se encontram na base da cadeia alimentar
marinha, vitais para a saúde da vida oceânica. O seu papel foi, no
entanto, ainda mais importante há dois mil milhões de anos.
Quando
o plâncton morreu, depositou-se no fundo do oceano e formou grafite.
Esta, por sua vez, desempenhou um papel crucial na lubrificação, fazendo
com que as rochas se empilhassem umas sobre as outras.
A nova investigação, cujo artigo científico foi publicado na Communications Earth and Environment, demonstrou que a chave para a formação de montanhas foi a vida.
Se,
por um lado, a interação das forças geológicas criou as condições
favoráveis para a evolução da vida na Terra (como os oceanos), também o
contrário aconteceu. A vida influenciou a geologia do nosso planeta.
No passado sábado, dia 4 de dezembro, a Antártida mergulhou na escuridão depois de um eclipse solar total.
Um “raro espetáculo astronómico” brindou a Antártida com escuridão. Segundo o Phys, foi testemunhado, no passado sábado, por cientistas, turistas e até pinguins.
O
eclipse solar total acontece quando a Lua passa em frente ao Sol e
bloqueia completamente a luz da nossa estrela. O fenómeno lança uma
sombra sobre a Terra, nas áreas onde ocorre o eclipse.
“O céu
fica muito escuro, como se fosse amanhecer ou anoitecer. Se o tempo
permitir, as pessoas podem ver a coroa solar e a atmosfera externa, que
normalmente fica obscurecida pela face brilhante do sol”, explica a NASA.
Para
que o eclipse seja total, o Sol, a Lua e a Terra devem estar
perfeitamente alinhados. Foi o que aconteceu na Antártida, que ficou
completamente às escuras.
O eclipse solar parcial foi, no
entanto, visível noutras partes do mundo, nomeadamente na Namíbia,
Lesoto, África do Sul, Nova Zelândia, Chile e Austrália.
O
evento foi transmitido ao vivo pela agência espacial norte-americana, a
partir do acampamento Union Glacier. “A visibilidade foi excelente“,
comentou Raul Cordero, investigadir da Universidade de Santiago do Chile
(USACH), que esteve no local para testemunhar o eclipse.
O último eclipse solar total na Antártida ocorreu a 23 de novembro de 2003 e o próximo está programado para depois de 2039.
Um
eclipse solar anular – no qual a Lua obscurece tudo, exceto um anel
exterior do Sol – está prestes a varrer a América do Norte em outubro de
2023, seguido de um eclipse total em abril de 2024.
O RoActemra é utilizado em doenças inflamatórias e foi aprovado pela EMA para tratar casos graves de covid-19 em adultos.
A
Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) aprovou, esta
segunda-feira, o medicamento RoActemra, já utilizado em doenças
inflamatórias, para tratar casos graves de covid-19 em pessoas adultas.
“O
Comité de Medicamentos Humanos (CHMP) da EMA recomendou o alargamento
da indicação do RoActemra (tocilizumab) para incluir o tratamento de
adultos com covid-19 que estejam a receber tratamento sistémico com
corticosteroides e necessitem de oxigénio suplementar ou ventilação
mecânica”, adiantou o regulador europeu em comunicado.
Na
sequência desta recomendação da EMA, cabe agora à Comissão Europeia
emitir a decisão final sobre a utilização deste medicamento para a
covid-19 nos Estados-membros.
Comercializado pela Roche
Registration GmbH, o RoActemra já está aprovado na União Europeia para o
tratamento de doenças inflamatórias, como a artrite reumatoide.
Segundo
o regulador europeu, o CHMP avaliou os dados de um estudo principal
envolvendo 4.116 adultos hospitalizados com covid-19 grave que
necessitaram de oxigénio ou ventilação mecânica e com níveis elevados de
proteína C reativa no sangue (indicando inflamação).
Os dados
demonstraram que o tratamento com o RoActemra, um imunomodulador que
altera a atividade do sistema imunológico e que tem como substância
ativa o anticorpo monoclonal tocilizumab, reduziu o risco de morte,
assim como o tempo de internamento dos doentes infetados com o
SARS-CoV-2.
A EMA é a entidade responsável pela avaliação
científica, supervisão e monitorização da segurança de medicamentos na
UE, trabalhando em rede com milhares de especialistas de toda a Europa,
distribuídos pelos vários comités científicos.
A covid-19
provocou pelo menos 5.253.726 mortes em todo o mundo, entre mais de
265,13 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início
da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em
Portugal, desde março de 2020, morreram 18.551 pessoas e foram
contabilizados 1.169.003 casos de infeção, segundo dados da
Direção-Geral da Saúde.
O
sistema gera 300 obras por dia, que passam por um sistema de
pré-selecção e são depois levadas a votos numa comunidade, que escolhe
quais as que vão a leilão.
Enquanto que um artista humano pode
trabalhar e trabalhar sobre uma tela durante semanas, meses ou até anos,
um sistema de inteligência artificial (IA) pode fazer o mesmo em meros
minutos. O Botto é um desses sistemas de IA — e já fez uma fortuna a
vender as suas criações.
O leilão das suas seis primeiras criações artísticas em formato NFT valeram-lhe cerca de 1.3 milhões de dólares, escreve o New Atlas.
O Botto gera milhares de imagens, sendo o voto de uma comunidade humana
que influencia a direcção que o sistema segue e decidir quais as peças
que vão a leilão.
Um aprendiz mais rápido, mais eficaz a
amalgamar vestígios das suas várias influências nos seus trabalhos e com
uma memória infalível, o Botto tem algumas qualidades enquanto artista
com as quais os humanos estão longe de conseguir competir.
No
entanto, há uma coisa que os computadores não têm: uma opinião ou um
“sexto sentido” sobre se a audiência vai gostar das suas criações. Foi
para colmatar esta falha que o projecto Botto decidiu delegar esta parte
do processo ao voto de pessoas, aliando o gosto humano ao talento e
eficiência da IA.
Mas afinal, como é que o Botto cria as suas
obras? O sistema gera um conjunto de palavras aleatórias, que alimenta à
VQGAN (Rede Adversária Generativa Quantificada em Vectores), que depois
as usa — juntamente com algoritmos e bases de dados com obras de arte
anteriores — para gerar imagens.
O sistema cria cerca de 300
imagens por dia, que são depois filtradas por um “modelo de gosto”, que
escolhe 350 imagens todas as semanas que são apresentadas aos membros da
comunidade Botto, que depois votam. O vencedor semanal é leiloado como
um NFT na plataforma SuperRare.
Além de ajudarem a decidir o que
é vendido, os votos são usados para treinar o modelo que faz a
pré-selecção e também para influenciar quais os aspectos usados para
gerar as palavras que alimentam as criações da semana seguinte, para que
a arte do Botto se torne mais apelativa ao longo do tempo.
Mesmo
sendo programado para ter em conta o gosto da audiência, o sistema
também vai desafiando a comunidade ao apresentar algumas peças
diferentes e mais arrojadas todas as semanas.
Até agora, seis
peças já foram leiloadas como NFTs. A SuperRare fica com uma comissão de
15% e o Botto tem o seu próprio token de criptomoeda dentro da
blockchain Ethereum. Para os utilizadores poderem votar, têm de trocar
Ether por tokens Botto e apostá-los para serem usados na rede do
sistema.
Quando uma criação é vendida, os lucros pós-comissão
são usados para comprar tokens Botto e removê-los da circulação ao os
enviar para uma carteira que não pode ser acedida. Os NFTs são criados
de forma a que as vendas futuras gerem um royalty de 10% de volta para o
projecto.
Visto haver uma oferta limitada de tokens Botto, a
esperança é de que as vendas eventualmente levem a um aumento no valor
dos que sobram fora dessa carteira, de forma a que qualquer pessoa que
participe consiga eventualmente fazer algum dinheiro ao vender os seus
tokens.
O pioneiro do motor de dobra espacial (warp drive) e ex-especialista da NASA, Dr. Harold G “Sonny” White,
relatou a manifestação bem-sucedida de uma “Warp Bubble” (Bolha de
Dobra) do mundo real. E, de acordo com White, esta descoberta inédita de
sua equipe do Limitless Space Institute (LSI) estabelece um
novo ponto de partida para aqueles que tentam fabricar uma espaçonave de
tamanho real com capacidade de dobra espacial.
O Dr. White ao Debrief:
“Para ser claro, nossa descoberta
não é um análogo da bolha de dobra, é uma bolha de dobra real, embora
humilde e minúscula. Daí sua importância.”
Em 1994, o matemático mexicano Miguel Alcubierre
propôs a primeira solução matematicamente válida para o motor de dobra
espacial. Mais especificamente, ele delineou um sistema de propulsão de
espaçonave anteriormente apenas imaginado na ficção científica, que pode
atravessar o cosmos acima da velocidade da luz sem violar as leis da
física atualmente aceitas.
Essa solução foi elogiada por sua matemática elegante, mas
simultaneamente ridicularizada por seu uso de materiais teóricos e
grandes quantidades de energia que pareciam virtualmente impossíveis de
projetar de qualquer maneira prática.
Mais de uma década depois, essa teoria sofreu uma grande mudança,
quando o Dr. White, então especialista em motores de dobra empregado
pela NASA e fundador do altamente respeitado laboratório Eagleworks,
retrabalhou a métrica original de Alcubierre e a colocou em forma
canônica. Essa mudança no projeto reduziu drasticamente os materiais
exóticos e os requisitos de energia do conceito original, aparentemente
fornecendo aos pesquisadores e fãs de ficção científica pelo menos um
vislumbre de esperança de que um motor de dobra no mundo real possa um
dia se tornar uma realidade. Também resultou na renomeação informal do
projeto teórico original, um conceito agora mais comumente referido como
“Alcubierre/White Warp Drive“…
O tempo é tudo, especialmente na velocidade de dobra espacial
Costuma-se dizer que o tempo é tudo. Portanto, não é surpreendente
que, quando o Dr. White começou sua última pesquisa financiada pela
DARPA em cavidades Casimir personalizadas (uma estrutura única em escala
micro com todos os tipos de aplicações promissoras), ele
definitivamente não esperava tropeçar nesta potencial histórica
descoberta, particularmente uma que apóia um conceito teórico que muitas
vezes definiu sua persona pública.
White explicou no Fórum de Energia de Propulsão do Instituto Americano de Aeronáutica e Astronáutica (AIAA) em agosto de 2021:
“Algum trabalho que temos feito para o DARPA Defense Science Office
é o estudo de algumas geometrias de cavidades Casimir personalizadas.
No processo de fazer esse trabalho, nós meio que fizemos uma descoberta
acidental.”
Sem entrar na complicada física por trás das cavidades de Casimir e
as tentadoras forças em escala quântica frequentemente observadas nessas
estruturas incomuns, é suficiente dizer que elas não estão de forma
alguma relacionadas à teoria ou mecânica do mecanismo de dobra. Pelo
menos, elas nunca tinham sido antes. Mas, diz White, é pelo trabalho que
ele e sua equipe LSI são apaixonados, e algo que a DARPA acredita ter
uma série de aplicações possíveis.
Então, seja por pura coincidência ou algum tipo de destino pessoal,
parece que um dos poucos engenheiros do planeta que saberia
imediatamente o que estava olhando ao conduzir sua pesquisa de cavidade
de Casimir estava no lugar certo na hora certa para notar uma semelhança
impressionante com seu projeto paixão de motor de dobra espacial e sua
pesquisa atual, uma observação que de outra forma poderia ter passado
despercebida.
White disse na conferência AIAA:
“Acho que este é um ótimo exemplo
de que às vezes você está trabalhando por um motivo e encontra outra
coisa que realmente não esperava encontrar.”
Portanto, pelo menos neste caso particular, parece que o tempo era de fato tudo.
“Durante a realização de análises
relacionadas a um projeto financiado pela DARPA para avaliar a possível
estrutura da densidade de energia presente em uma cavidade de Casimir,
conforme previsto pelo modelo de vácuo dinâmico, uma estrutura de
micro/nanoescala foi descoberta, a qual prevê a distribuição de
densidade de energia negativa que corresponde aos requisitos da métrica
de Alcubierre.”
Ou, dito de forma mais simples, como White fez em um e-mail recente para o The Debrief:
“Até onde sei, este é o primeiro
artigo na literatura revisada por pares que propõe uma nanoestrutura
realizável que se prevê a manifestação de uma real, embora humilde,
bolha de dobra.”
Esta descoberta fortuita, diz White, não só confirma a estrutura
“toroidal” prevista e os aspectos de energia negativa de uma bolha de
dobra, mas também resultou em caminhos potenciais que ele e outros
pesquisadores podem seguir ao tentarem projetar, e um dia realmente
construir, uma verdadeira nave espacial do mundo real com capacidade de
dobra espacial.
White explicou:
“Esta é uma estrutura potencial
que podemos propor à comunidade que se possa construir para gerar uma
distribuição de densidade de energia de vácuo negativa que é muito
semelhante ao que é necessário para uma dobra espacial de Alcubierre.”
Um proposto passo à frente
Para avaliar ainda mais seus resultados inovadores e levar adiante a
pesquisa, White e sua equipe criaram uma proposta de projeto para uma
“nave de dobra espacial” testável em escala nano.
White disse durante a apresentação da AIAA:
“Especificamente, um modelo de
brinquedo que consiste em uma esfera de 1 mícron de diâmetro localizada
centralmente em um cilindro de 4 mícron de diâmetro foi analisado para
mostrar uma densidade de energia Casimir tridimensional que se
correlaciona bem com requisitos métricos de motor de dobra de
Alcubierre.
Essa correlação qualitativa sugere que experimentos em escala de chip podem
ser explorados para tentar medir assinaturas minúsculas ilustrativas da
presença do fenômeno conjecturado: uma bolha de dobra real, embora
humilde.”
White expandiu ainda mais essa ideia em outro e-mail para o Debrief:
“Esta é uma estrutura potencial
que podemos propor à comunidade que alguém poderia construir para gerar
uma distribuição de densidade de energia de vácuo negativa que é muito
semelhante ao que é necessário para uma dobra espacial de Alcubierre.”
Dado que a DARPA está pagando o laboratório LSI Eagleworks
para explorar as cavidades de Casimir e não a descoberta acidental de
uma bolha de dobra, independentemente de suas implicações potencialmente
surpreendentes (pelo menos, ainda não), não é surpreendente que White e
sua equipe permaneçam focados no trabalho em questão. Além disso, dada a
natureza às vezes secreta do trabalho financiado por grupos como o
DARPA, mesmo que White e sua equipe planejassem conduzir os dois testes
descritos assim que seu projeto atual fosse concluído, ele pode não ser
tornado público imediatamente até que outro avanço significativo seja
liberado para publicação.
(Nota: White confirmou ao The Debrief que a pesquisa atual financiada
pela DARPA não é classificada, daí sua liberdade para publicar o
resultado da bolha warp. No entanto, o pesquisador normalmente próximo
foi mais calado quando questionado se ou não algum futuro,
potencialmente DARPA – o trabalho financiado em uma espaçonave de dobra
em escala nanométrica pode estar em andamento assim que o trabalho atual
estiver concluído.)
No final, especialmente dada a magnitude desta descoberta e suas
implicações potenciais, White acredita que é apenas uma questão de tempo
antes que sua nave de minidobra seja projetada e testada, um marco que
ele acredita que moverá lenta mas seguramente todo o processo em direção
o objetivo final de uma nave espacial com capacidade de dobra.
White disse ao The Debrief:
“Esta descoberta nos permite identificar uma estrutura real que pode ser fabricada e manifestará uma bolha de dobra real.”
Quando questionado pelo Debrief com que rapidez uma “nave”
testada com sucesso em nanoescala, como a experimental proposta por sua
equipe, poderia ser ampliada para algo que realmente pudesse voar no
espaço, ele ofereceu uma abordagem mais realista para esta pesquisa,
junto com um conselho quase poético.
Ele disse:
“É cedo para fazer perguntas sobre
algum tipo de experimento de voo real. Em minha mente, o primeiro passo
é apenas explorar a ciência subjacente em escala nano/micro, antes de
passar para uma nave maior.”
Ou, de forma mais simples, como White fez ao terminar o mesmo e-mail:
Não posso dizer muito sobre minhas experiências como oficial de
inteligência, mas uma coisa que posso dizer é que constantemente recebo
perguntas de amigos: “Os OVNIs são reais?”
Minha resposta geralmente era um sorriso enigmático, o que implicava que eu sabia mais do que poderia dizer, mas que na verdade encobria total ignorância sobre o assunto.
OVNIs, ETs, abduções alienígenas e visitas simplesmente não eram assuntos com os quais a Comunidade de Inteligência se importava, apesar da obsessão ocasional do público com o assunto.
É por isso que fiquei chocado quando o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (onde fui Diretor de Ciência e Tecnologia) emitiu um relatório em junho deste ano, Avaliação Preliminar: Fenômenos Aéreos Não Identificados (UAPs). UAP é a sigla criada pelo governo dos EUA para OVNIs: objetos voadores de formas estranhas que se movem de maneiras chocantemente anormais.
O relatório se concentrou em 144 avistamentos nos últimos 20 anos, quase todos pelos militares dos EUA, 143 dos quais não puderam ser explicados. A maioria desses avistamentos apareceu em vários sensores ao mesmo tempo, como câmeras e radares especiais e, portanto, não puderam ser rapidamente descartados como anomalias puramente visuais (pássaros, destroços voadores, balões, cristais de gelo, refração atmosférica).
Em 18 casos, osOVNIs “pareceram permanecer estacionários em ventos elevados, mover-se contra o vento, manobrar abruptamente ou mover-se a uma velocidade considerável, sem meios de propulsão discerníveis”.
Em um avistamento por vários aviadores navais e operadores de radar em 2004 perto de San Diego, vários objetos apareceram a 80.000 pés (24.000 m), então caíram em segundos para 20.000 pés (6.000 m) sem produzir estrondos sônicos, trilhas de exaustão ou qualquer outra assinatura “normal” de movimento rápido. Além disso, os objetos não tinham asas, rotores ou motores, de modo que não empregavam nenhum meio conhecido de propulsão ou elevação aerodinâmica.
Supondo que tanto os OVNis quanto seus comportamentos chocantes sejam reais (ainda é possível que surjam explicações mundanas), há duas possibilidades em relação à ciência subjacente aos fenômenos: Os objetos representam extensões interessantes da ciência conhecida (como física de energia direcionada) ou exploram recursos de ciência exótica desconhecida (como viagens mais rápidas que a luz através de buracos de minhoca gravitacionais).
Aqui, vou me concentrar apenas em extrapolações da ciência conhecida.
E o primeiro ramo da ciência conhecida que discutirei é a psicologia, não a física ou a aeronáutica, porque parte de nossa dificuldade de entender os OVNIs pode ter mais a ver com nossos próprios preconceitos e expectativas do que com os próprios fenômenos. Por exemplo, quando vemos “objetos” disparando pelo céu, presumimos naturalmente – sendo vítimas do antropomorfismo – que são versões exóticas de coisas que poderíamos construir, como aeronaves tripuladas ou não tripuladas carregando seus próprios meios de propulsão. Mas e se os OVNIs forem diferentes de qualquer coisa que possamos construir, não possuindo nenhum sistema de propulsão interno próprio, mas contando com fontes externas? Ou, e se esses OVNIs não forem objetos manufaturados, mas uma espécie de projeções no ar que parecem ser objetos sólidos?
Colocando de lado nossos preconceitos para considerar tais ideias, mas usando a física conhecida, chegamos a um conjunto de explicações muito estranhas, mas plausíveis, para o comportamento dos OVNIs, das quais você provavelmente nunca ouviu falar, mesmo em filmes de ficção científica.
Essas explicações, de uma forma ou de outra, resolvem o mistério das acelerações e velocidades surpreendentes postulando que os OVNIs têm massa mínima ou massa zero.
Esta conclusão emerge de uma das equações mais fundamentais da física A=F/M, onde A é a aceleração de um objeto, F é a força que acelera o objeto e M é a massa do objeto. Assim, a uma dada força, a aceleração aumenta à medida que a massa diminui.
Dado que alguns dos objetos observados são tão grandes quanto jatos de combate pesando 20 toneladas ou mais, os físicos da State University of New York em Albany, em 2019, calcularam que 1100 bilhões de watts de energia, mais de 100 vezes a produzida diariamente nos Estados Unidos, seria necessária para mover objetos tão pesados tão rápido.
O que rapidamente nos leva ao reino da física completamente desconhecida, muito além do escopo deste artigo.
Mas suponha que os objetos sejam feitos de material extremamente leve e forte que é empurrado ou puxado por energia direcionada, como lasers infravermelhos (invisíveis) ou microondas. Fótons de luz e microondas empurram e puxam sobre a matéria, dando origem a uma das principais ideias da NASA para viagens interestelares, velas leves.
Nesse cenário, os próprios objetos ultraleves hipotéticos não teriam propulsão interna, mas seriam empurrados e puxados por lasers ou microondas que emanam de outro lugar (por exemplo, em uma nave de superfície ou satélite em órbita). A propulsão de projéteis a laser foi demonstrada em pequena escala, movendo projéteis especialmente projetados cerca de 100 metros no ar.
Embora expandir o conceito de empurrar/puxar de energia direcionada para contabilizar os OVNIs seja teoricamente possível, isso deixa sem resposta a incômoda questão de porque os OVNIs, viajando muito mais rápido que o som através da atmosfera, não produzem estrondos sônicos ou outras formas de turbulência.
Uma explicação é que os OVNIs não têm essencialmente massa e, portanto, nenhuma superfície aerodinâmica que criaria estrondos sônicos, porque eles não são objetos físicos manufaturados, mas uma forma exótica de matéria chamada plasmas ao ar livre.
Quando a radiação intensa de laser ou micro-ondas é focada no ar, ela remove elétrons das moléculas de nitrogênio, criando um plasma que emite luz, calor e micro-ondas, e também reflete as micro-ondas (então elas podem aparecer em câmeras infravermelhas e radares). Esses plasmas podem ter formato oval, esférico ou irregular.
Abaixo está o plasma flutuando no ar, produzido por um feixe de laser de alta potência. Na verdade, esses plasmas não se movem, mas parecem se mover quando o feixe de laser sem massa que os forma se desloca, formando plasmas de aparência idêntica em novos locais. E um espelho remoto de direção a laser poderia mover os locais de plasma muito mais rápido do que você moveria um ponto de laser de um apontador laser.
Mesmo que os cientistas dos EUA não tenham sistemas de energia direcionados capazes de mover objetos leves ou formar plasmas que se parecem e se comportam como os OVNIs relatados, outra pessoa teoricamente poderia ter desenvolvido essa tecnologia e pode tê-la implantado por razões que só podemos imaginar.
Talvez eles queiram ver como reagimos aos OVNIs, talvez eles apenas queiram bagunçar nossas cabeças, talvez (se os OVNIs forem plasmas) eles estejam iluminando nossos veículos militares com energia eletromagnética para melhor senti-los e entendê-los.
Nós não sabemos. Mas, dado que o governo pensa que os OVNIs são reais, alguém, em algum lugar, parece ter ciência que é … do outro mundo.
Marte é o planeta que mais recebe visitas de robôs exploradores, sempre
com o objetivo de detectar traços de algum tipo de vida microbiana que
possa ter habitado o local há milhões de anos. O problema é que muitas
formações químicas e não biológicas podem enganar os computadores e
pesquisadores, invalidando demoradas buscas por vida fora da Terra.
Biomorfo
de carbono-enxofre criado em laboratório. Esse é um possível exemplo de
falso fóssil que pode ser encontrado por algum rover em Marte. Crédito:
Julie Cosmidis,
Em artigo publicado no Journal of
the Geological Society, em 17 de novembro de 2021, pesquisadores do
Reino Unido alertam que falsos fósseis podem complicar as pesquisas por
busca microbiana no Planeta Vermelho e afirmam que diversas amostras
validadas para pesquisa podem ser na realidade depósitos não biológicos
encontradas em rochas que se parecem muito com fósseis de criaturas
microbianas.
O problema, dizem os pesquisadores, é que muitas
dessas formações químicas e não biológicas podem imitar muito as formas
biológicas e algumas podem até mesmo se parecer com células e blocos de
construção da vida.
De acordo com Julie Cosmidis,
geobióloga da Universidade de Oxford, na Inglaterra, há uma chance real
de que futuramente observemos algo em Marte que se pareça realmente
biológico, mas depois de vários anos de pesquisa venhamos a descobrir
que essa formação foi na verdade criada por processos não biológicos.
Falsos Positivos
"No
passado já fomos enganados por processos de imitação de vida. Em muitas
ocasiões, objetos que se pareciam com micróbios fósseis foram
observados em rochas antigas da Terra e até mesmo em meteoritos vindos
de Marte, mas após um exame mais detalhado, descobrimos que tinham
origens não biológicas", disse Cosmidis.
Segundo Sean McMahon,
coautor do trabalho ligado à Universidade de Edinburgo, na Escócia,
Marte é um local repleto de falsos positivos para vida biológica e isso
pode ser frustrante para as pesquisas em andamento.
"Em algum
estágio da exploração, um rover em Marte quase certamente encontrará
algo que se parece muito com um fóssil. Assim, será de vital importância
distinguir com segurança as estruturas e substâncias produzidas por
reações químicas. Para cada tipo de fóssil lá fora, há pelo menos um
processo não biológico que cria coisas muito semelhantes, então há uma
necessidade real de melhorar nossa compreensão de como essas coisas se
formam", disse McMahon.
Estrutura
encontrada no meteorito Allan Hills 84001, em 1996. Essaa feição se
assemelha a bactérias fossilizadas semelhantes a vermes. Até hoje, o
debate sobre sua origem continua, mas a maioria dos cientistas agora
concorda que se trata de um tipo de falso fóssil. Crédito: Vanderbilt
University.
Muitas Dúvidas
No
entender do pesquisador, a variedade de estruturas, materiais e
composições químicas que podem ser produzidas de forma não biológica se
sobrepõe bastante a variedade de coisas que podem ser produzidas
biologicamente. Alguns fenômenos têm sido debatidos há décadas, e ainda
não temos certeza se eles são biológicos ou não.
Para Cosmidis, o
problema é que essas bioassinaturas falsas costumam ser refutadas
somente após uma análise mais aprofundada e que pode demorar anos,
usando diferentes técnicas. Entretanto, no ambiente marciano o tempo de
pesquisa é muito reduzido e não teremos essa opção até anos depois que
as amostras forem coletadas.
Falsos Fósseis
Um
possível falso fóssil é um biomorfo (adaptação evolutiva) de
carbono-enxofre. Essas minúsculas esferas são semelhantes em tamanho às
bactérias e podem se formar espontaneamente a partir de reações químicas
entre o carbono e o sulfeto.
De acordo com a Cosmidis, se um dia
encontrarmos filamentos orgânicos microscópicos e esferas em rochas
marcianas, será muito tentador interpretá-los como bactérias fósseis,
mas eles poderiam muito bem ser biomorfos de carbono-enxofre.
Existem
também pseudo-microbialitos (depósitos organo-sedimentares que se
desenvolvem sobre um substrato geológico), que imitam as estruturas
físicas criadas por micróbios, como os estromatólitos. Na Terra, os
estromatólitos são criados por organismos fotossintéticos, como algas, e
formam cúpulas, cones e colunas. No entanto, os pseudo-microbialitos
também se assemelham a essas estruturas. Dessa forma, uma análise
detalhada seria necessária para determinar a verdadeira origem de tais
formações em Marte.
O artigo assinado por Cosmidis e McMahon é
um alerta para a elaboração de análises mais detalhadas das estruturas
validadas, o que deve contribuir não só com melhoria pelas buscas por
vida marciana, mas também para impedir falsos anúncios de descobertas
fantásticas, como o caso do falso micróbio vindo do Planeta Vermelho, em
1996.
Allan Hills 84001
Provavelmente,
o exemplo mais famoso de uma falsa declaração bombástica ocorreu em
1996, quando cientistas disseram ter descoberto evidências de vida
microbiana antiga em um meteorito marciano chamado Allan Hills 84001. Na
ocasião, o anúncio da descoberta havia sido feito pelo presidente Bill
Clinton.
Décadas depois, os resultados da descoberta ainda são
debatidos, embora o consenso científico seja que o objeto fossilizado
foi criado por processos não biológicos.
Em 2019, os cientistas
anunciaram que supostos fósseis marcianos também foram descobertos no
meteorito ALH-77005. Na verdade, esses fósseis eram materiais orgânicos
mineralizados, semelhantes a filamentos.
Ainda
não se sabe se Elon Musk vai participar na teleconferência sobre os
lucros da Tesla marcada para Janeiro de 2022. O CEO ainda não anunciou a
data do início da produção do Cybertruck.
Segundo escreve o Interesting Engineering,
Elon Musk já tem um plano e um prazo para atualizações ao Cybertruck e
prometeu “tecnologia maluca” na aceleração. Apesar de toda a
antecipação, a produção do Cybertruck voltou a ser adiada, estando agora
previsto o arranque em 2022.
Anunciado em 2019, o Cybertruck é o
novo carro da Tesla com um design futurista e radicalmente diferente
dos outros modelos sedan da marca, especialmente no mercado dos carros
elétricos. Há estimativas de apostas que apontam para que haja já 1.2
milhões de encomendas do carro, mesmo sem que este esteja a ser
produzido.
Além de detalhes sobre o número de motores, ainda
pouco se sabe sobre o carro. De acordo com Elon Musk, o Cybertruck vai
“chegar longe no futuro pós-apocalíptico e trazer essa tecnologia para o
presente”.
Apesar dos tweets crípticos e pouco específicos, o
CEO da Tesla e da Space X adiantou mais detalhes aos seus seguidores
sobre o “pesadelo” na linha de fornecimento para produção, o que também
explica o atraso no início do fabrico.
A Tesla já fez a
conferência sobre os seus ganhos no terceiro trimestre, com a nova
avaliação marcada para Janeiro do próximo ano. Apesar de esse prazo ser
para breve, a questão sobre a confirmação de Elon Musk na participação
da próxima teleconferência ainda paira no ar.
Este ano, Musk já
tinha revelado aos investidores que não ia participar em mais
conferências sobre os lucros e esteve ausente numa que decorreu em
Outubro. Visto que a atualização sobre a produção do Cybertruck é um
evento importante na história da empresa, é provável que o CEO volte
para responder às perguntas “chatas”, como ele próprio diz.
Anthony
Fauci considera que ainda é cedo para tirar conclusões definitivas, mas
não há provas que a Ómicron apresente “alto grau de gravidade”.
O
conselheiro da Casa Branca para a crise sanitária, Anthony Fauci,
afirmou este domingo que os sinais vindos da África do Sul sobre a
gravidade dos casos associados à variante Ómicron são “algo
encorajadores”, mas sublinhou que são dados preliminares.
“Claramente,
na África do Sul, a Ómicron está a propagar-se mais”, disse o
epidemiologista em entrevista à CNN, numa alusão aos casos de covid-19
associados a esta nova variante.
“Mas, até agora, mesmo sendo
muito cedo para tirar conclusões definitivas, não se pode dizer que
apresente um alto grau de gravidade”, declarou. “Até ver, os sinais
sobre a gravidade são algo encorajadores.”
Alguns médicos têm,
no entanto, sublinhado nos últimos dias que a população sul-africana é
relativamente jovem e que os casos mais graves podem vir nas próximas
semanas.
Estão ainda a decorrer estudos laboratoriais para
determinar se e em que medida esta nova variante, que apresenta muitas
mutações, é mais transmissível, capaz de resistir à imunidade dada por
uma infeção anterior ou uma vacina e de provocar casos mais graves da
doença.
“Creio que há um risco real de vermos uma diminuição da
eficácia das vacinas”, afirmou, em declarações à ABC, Stephen Hoge,
presidente da farmacêutica Moderna, acrescentando, no entanto, que há
ainda muitas incertezas.
Atualmente,
a Ómicron já foi confirmada em vários estados norte-americanos e em 40
países em todo o mundo, depois de ter sido detetada na África do Sul. Código genético: Semelhanças entre Ómicron e constipação comum
Um
novo estudo, que carece ainda da revisão por pares, salienta que a
variante Ómicron pode partilhar material genético com um vírus que causa
a constipação comum, o que a torna mais transmissível mas menos
virulenta do que outras variantes.
As conclusões do estudo, levado a cabo por investigadores de Cambridge, são ainda preliminares. Ainda assim, o The Washington Post
salienta que a nova variante apresenta um fragmento de código genético
que também está presente num vírus que pode provocar uma constipação.
A
mutação pode ter sido causada por alguém simultaneamente infetado com o
SARS-CoV-2 e o HCoV-229R, que pode causar a constipação comum.
Segundo os cientistas, este código genético partilhado ainda não foi detetado noutras variantes do coronavírus.
Venky
Soundararajan, um dos autores do estudo, explicou que, com este
fragmento específico, a Ómicron pode iludir o sistema imunitário e
escapar do ataque do sistema imunológico humano. Por sua vez, isso pode
significar que o vírus se transmite mais facilmente, causando uma doença
mais leve ou assintomática.
O The Washington Post salienta que
as células dos pulmões e o sistema gastrointestinal podem ser afetados
pelo SARS-CoV-2 e outros coronavírus da constipação comum em simultâneo.
A co-infeção cria o cenário para uma recombinação viral, isto
é, um processo no qual dois vírus diferentes na mesma célula hospedeira
interagem enquanto fazem cópias de si mesmos. Este fenómeno produz novas
cópias que possuem algum material genético de ambos. O fim da covid-19?
O mundo está preocupado com a Ómicron, mas é possível que esta nova variante seja menos virulenta do que as anteriores.
Richard
Friedland, CEO do Netcare Group, que opera a maior rede privada de
cuidados de saúde da África do Sul, salienta que, ao contrário das três
ondas anteriores, os aumentos na taxa de positividade não foram seguidos
por aumentos igualmente preocupantes nas admissões hospitalares em toda
a rede do Netcare.
“Penso que há aqui um lado positivo, e isto
pode sinalizar o fim da covid-19, atenuando-se a doença tal ponto que é
altamente contagiosa mas não causa doenças graves”, explicou à Bloomberg. “Foi isso que aconteceu com a gripe espanhola.”
“Estamos
a assistir a infeções de pessoas que foram vacinadas, mas são muito
leves ou moderadas. Para os profissionais de saúde que têm tido
reforços, as reinfeções são, na sua maioria, leves. Penso que tudo isto
tem sido mal comunicado”, acrescentou.
Para já, há, no entanto,
uma escassez de dados sólidos sobre a variante. Os cientistas estão a
esforçar-se para chegar a conclusões sobre a sua transmissibilidade,
severidade e capacidade de escapar às vacinas.
A China testou recentemente um míssil hipersónico, que pode atacar múltiplos alvos durante o voo. A inovação militar pode dar origem a uma guerra de “super armas”.
A Rússia testou também um míssil de grande porte, lançado através de um submarino, levando a América a crer que pode estar a ser ultrapassada por duas potências mundiais, nesta possível guerra de armas hipersónicas.
De acordo com a comunicação social de Washington, Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, e Xi Jinping, Presidente da China, discutiram o assunto na recente conferência virtual.
As autoridades americanas receiam que a China tenha capacidade de conduzir um ataque nuclear contra os EUA em breve, sendo que o general John Hyten descreve o avanço tecnológico chinês como “impressionante”.
Os mísseis hipersónicos são definidos como mísseis lançados por um foguete na atmosfera da Terra, a 6.174 quilómetros por hora, cinco vezes mais rápido que a velocidade do som, antes de seguirem em direção ao alvo.
Vários países já possuem mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs), que viajam igualmente rápido, mas não podem alterar a trajetória, depois de serem lançados — tornando o seu movimento previsível e permeável a sistemas de defesa anti-míssil.
A nova geração de mísseis hipersónicos, no entanto, é equipada com sistemas de orientação que ajustam a trajetória do míssil, na fase final do lançamento, quando este se aproxima do alvo a alta velocidade.
Vladimir Putin, Presidente da Rússia, anunciou, em 2007, que estava a desenvolver uma nova tecnologia para mísseis balísticos, chamada “mísseis hipersónicos“, recorda o The Conversation.
Desde 2015, a Rússia tem testado novos veículos, que se juntam aos ICBMs, e conseguem atingir velocidades de 7.000 quilómetros por hora, ao aproximarem-se dos alvos.
Putin referiu que este era um meio de combater os sistemas de defesa anti-mísseis dos Estados Unidos, criados depois da retirada do Tratado Anti-Mísseis balísticos, pela administração de Bush.
Os últimos testes realizados pela China envolveram um planador supersónico e um sistema que permite a libertação de várias cargas durante voo, antes de entrar na atmosfera, permitindo alcançar múltiplos alvos.
Partindo do princípio que o teste desta nova arma se realizou com sucesso, a China passa a ter a capacidade de atacar os Estados Unidos pelo sul.
Tendo em conta que os sistemas de aviso e de defesa de mísseis americanos estão orientados para localizar ataques provenientes do norte – devido ao trajeto previsto dos ICBMs russos – estas armas tornam os Estados Unidos mais vulneráveis.
Enquanto o foco está nos novos mísseis hipersónicos, esta corrida ao armamento pode estar centrada nas armas mais convencionais.
A China utiliza cada vez mais mísseis balísticos de curto e médio alcance, para combater os americanos, nas águas disputadas no Mar do Sul da China e em torno do Japão e da Coreia.
Em resposta, Washington assinou recentemente o tratado de AUKOS com a Austrália e o Reino Unido. Trata-se de um acordo para a instalação de mais navios e aumento das patrulhas submarinas na região.
A tecnologia de precisão empregue neste novo sistema ainda não é totalmente compreendida, e a China negou ter realizado o teste do novo míssil.
Estes avanços tecnológicos são um alerta para a crescente corrida às armas entre três potências mundiais, e eventuais ameaças futuras.
O
candidato presidencial francês de extrema-direita Eric Zemmour lançou a
sua campanha presidencial em frente a milhares de apoiantes num evento
em Paris, marcado por episódios violentos.
Eric Zemmour anunciou, na semana passada, que iria concorrer à Presidência do país, juntando-se ao grupo de pessoas que procuram destituir Emmanuel Macron.
A
sua campanha presidencial foi lançada no sábado, num centro de
exposições num subúrbio de Paris, onde milhares aplaudiram todas as sua
iniciativas, nomeadamente as referentes à imigração.
“A aposta é enorme: se eu ganhar, será o início da reconquista do mais belo país do mundo”, disse o candidato, citado pelo Al Jazeera.
A
ação de campanha foi, contudo, marcada por confrontos violentos, que
terão visado manifestantes anti-racistas. Várias cadeiras foram atiradas
aos ativistas quando estes se levantaram com a mensagem “Não ao
Racismo” escrita nas t-shirts.
O momento da abordagem agressiva
ao candidato foi captado em vídeo. Nas imagens, é possível observar um
homem a agarrar bruscamente o candidato pelos dois braços, antes de ser
afastado pelos seguranças.
À AFP, fonte oficial da campanha revelou que o candidato presidencial pelo Reconquista (direita radical) ficou magoado num pulso e está a ponderar apresentar queixa.
A principal bandeira da candidatura de Zemmour é a luta contra a imigração.
O candidato prometeu tornar “mais difícil” a naturalização, assim como
“expulsar os desempregados estrangeiros que não consigam trabalho num
período de seis meses”. As suas declarações polémicas sobre este tema
terão suscitado muitas críticas.
O líder do Reconquista anunciou também que quer diminuir os custos com os trabalhadores para as empresas, de forma a dar um 13.º mês
a quem recebe o salário mínimo, diminuir os custos de produção, abrir
os concursos públicos apenas a empresas francesas, acabar com os
impostos sobre as heranças e sair do comando militar da NATO.
As sondagens mostram que os eleitores acreditam que Marine Le Pen, líder veterana do partido de extrema-direita National Rally, seria uma Presidente mais competente do que Zemmour.
Os últimos estudos de opinião sugerem que o candidato seria eliminado na primeira volta se as eleições se realizassem agora, mas os analistas advertem que o resultado permanece altamente incerto.
Em uma imagem obtida pelo Mars Reconnaissance Orbiter (MRO)
da NASA, você pode ver o que à primeira vista parece ser um disco
acidentado na superfície de Marte junto com um rastro do acidente
deixados para trás.
O achado foi publicado recentemente pelo pesquisador Jean Ward em seu canal no YouTube.
Ward descreve:
“Apresento aqui uma anomalia que descobri no local Ceti Mensa, na região dos Valles Marineris.
Parece um objeto em forma de disco que atingiu a superfície de Marte em
um ângulo muito baixo e deixou uma trincheira para trás. O objeto em
forma de disco mede cerca de 12 a 15 metros de diâmetro.”
Como alternativa, ele também considerou:
“[Pode ser] uma rampa que dá
acesso a uma entrada subterrânea… Como sempre, até vermos essas
anomalias de perto e pessoalmente, só posso especular o que esses
objetos podem ser.”
Em relação ao local fotografado, deve-se destacar que Valles Marineris é o nome de um gigantesco sistema de cânions que percorre o equador do planeta Marte logo a leste da região de Tharsis.
Seu nome é uma homenagem à sonda Mariner 9 da NASA, que descobriu esta
importante característica da superfície marciana em seu voo orbital de
1971-1972. Suas dimensões são colossais, sendo 4500 km de comprimento,
200 km de largura e 11 km de profundidade, atingindo um quarto da
circunferência equatorial do planeta.
A imagem onde a anomalia foi encontrada pode ser vista no site
oficial da NASA dedicado à câmera MRO HiRISE. Você pode encontrar várias
versões de qualidade diferente no link disponível AQUI.
Astrónomos do Observatório McDonald, na Universidade do Texas em Austin, descobriram um buraco negro invulgarmente massivo no coração de uma das galáxias satélites anãs da Via Láctea, de nome Leo I.
Quase tão massivo quanto o buraco negro da nossa Galáxia, a descoberta pode redefinir a nossa compreensão de como todas as galáxias – os blocos de construção do Universo – evoluem. O trabalho foi publicado numa edição recente da revista The Astrophysical Journal.
A equipa decidiu estudar Leo I devido à sua peculiaridade. Ao contrário da maioria das galáxias anãs que orbitam a Via Láctea, Leo I não contém muita matéria escura.
Os investigadores mediram o perfil da matéria escura de Leo I – isto é, como a densidade da matéria escura muda desde as orlas externas da galáxia até ao centro.
Fizeram isto medindo a sua atração gravitacional sobre as estrelas: quanto mais depressa as estrelas se movem, mais matéria está encerrada nas suas órbitas. Em particular, a equipa queria saber se a densidade da matéria escura aumenta em direção ao centro da galáxia.
Também queriam saber se a medição do seu perfil seria compatível com os anteriores obtidos usando dados de telescópios mais antigos combinados com modelos de computador.
Liderada pela recente doutorada da Universidade do Texas em Austin, María José Bustamante, a equipa inclui os astrónomos Eva Noyola, Karl Gebhardt e Greg Zeimann da mesma instituição de ensino, bem como colegas do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre na Alemanha.
Para as suas observações, usaram um instrumento único chamado VIRUS-W montado no Telescópio Harlan J. Smith de 2,7 metros situado no Observatório McDonald.
Quando a equipa introduziu os seus dados melhorados e modelos sofisticados num supercomputador do Centro de Computação Avançada da Universidade do Texas em Austin, obtiveram um resultado surpreendente.
“Os modelos ‘gritam’ que precisamos de um buraco negro no centro; realmente não precisamos de muita matéria escura,” disse Gebhardt. “Temos uma galáxia muito pequena que está a ‘cair’ na Via Láctea, e o seu buraco negro é quase tão massivo quanto o da Via Láctea. A relação de massa é absolutamente enorme. A Via Láctea é dominante; o buraco negro de Leo I é quase comparável.” O resultado é sem precedentes.
Os investigadores disseram que o resultado foi diferente dos estudos anteriores de Leo I devido a uma combinação de melhores dados e de melhores simulações de supercomputador.
A região central e densa da galáxia permaneceu praticamente inexplorada em estudos anteriores, que se concentraram nas velocidades de estrelas individuais. O estudo atual mostrou que, para aquelas poucas velocidades obtidas no passado, havia um viés para velocidades mais baixas. Isto, por sua vez, diminuiu a quantidade inferida de matéria encerrada nas suas órbitas.
Os novos dados estão concentrados na região central e não são afetados por esse viés. A quantidade de matéria inferida encerrada nas órbitas das estrelas disparou.
A descoberta pode abalar a compreensão dos astrónomos da evolução galáctica, pois “não há explicação para este tipo de buraco negro em galáxias anãs esferoidais,” disse Bustamante.
O resultado é ainda mais importante já que os astrónomos têm vindo a usar galáxias como Leo I, classificada como uma “galáxia anã esferoidal”, há 20 anos para entender como a matéria escura é distribuída dentro das galáxias, acrescentou Gebhardt. Este novo tipo de fusão entre buracos negros também dá aos observatórios de ondas gravitacionais um novo sinal para procurar.
“Se a massa do buraco negro de Leo I for alta, isso pode explicar como os buracos negros crescem em galáxias massivas,” disse Gebhardt. Isto porque, ao longo do tempo, conforme galáxias pequenas como Leo I caem em galáxias maiores, o buraco negro da galáxia mais pequena funde-se com o da galáxia maior, aumentando a sua massa.
Construído por uma equipa do Instituto Max Planck para Física Extraterrestre na Alemanha, o VIRUS-W é o único instrumento no mundo atualmente capaz de fazer este tipo de estudo de perfil da matéria escura.
Noyola realçou que muitas das galáxias anãs vistas a partir do hemisfério sul são boas candidatas, mas nenhum telescópio do hemisfério sul está equipado para tal. No entanto, o GMT (Giant Magellan Telescope), agora em construção no Chile foi, em parte, projetado para este tipo de trabalho. A Universidade do Texas em Austin é parceira fundadora do GMT.
Movimentações da espécie são atribuídas pelos cientistas às
alterações climáticas, que provocam um desaparecimento mais prematuro do
gelo nos meses de verão.
As consequências das alterações climáticas estão a fazer-se sentir no dinamismo das orcas,
conhecidas na gíria como balias assassinas. De acordo com uma
investigação científica, baseada em observações, foi possível concluir
que esta espécie se está a aventurar cada vez mais pelo Ártico – em distância e em frequência –, o que é visto como uma resposta à descida dos níveis de gelo naquela região, mas, simultaneamente, uma ameaça para os ecossistemas marítimos.
Tal como lembra o New Scientist, as orcas são predadoras inteligentes e versáteis.
Apesar de poderem ser encontradas na maioria dos oceanos do planeta,
não costumam avançar para as águas cobertas de gelo do Ártico perto do
Alasca, já que esse mesmo gelo faz dessa região uma de difícil acesso
com o perigo sempre presente de poderem ficar presas por baixo dessa superfície.
No entanto, o que Brynn Kimber e os seus colegas da
Universidade de Washington encontraram são cada vez mais orcas neste
território, contrariando, assim, os registos históricos. Para
monitorizar os movimentos destes indivíduos, os investigadores usaram gravações acústicas subaquáticas nas águas do Ártico noroeste. Com recurso a este mecanismo, foram recolhidos dados entre 2012 e 2019, a partir de quatro gravadores presos a âncoras posicionadas em áreas estratégicas do território entre o norte do Mar do Chukchi e o estreito de Bering.
Para efeitos de estimativa da população de orcas, os investigadores analisaram as gravações, numa tentativa de identificar a prevalência das vocalizações das orcas. Posteriormente, compararam esses números com as mudanças registadas na cobertura de gelo na região.
Acabaram por descobrir que nas regiões sul, mais próximas do estreito de Bering, as orcas eram detetadas com mais frequência a cada verão
que passava. Mais: chegaram a esta área, no verão de 2019, cerca de um
mês antes do que aconteceu em 2012 – com o desaparecimento prematuro do
gelo a ser apontada como uma justificação. Já no que concerne às região
do norte de Chukchi, a equipa também descobriu que as orcas estavam
presentes com mais frequência e consistência até ao fim do período de análise – também, quiçá, devido à redução da cobertura de gelo.
“Estamos a vê-las com mais frequência em áreas que eu não acreditaria vê-las nos primeiros anos do estudo”, aponta Brynn Kimber.
Estas movimentações, é preciso notar, podem ter sérias consequências para os ecossistemas
marinhos da região. Por exemplo, alguns estudos anteriores mostraram
que as baleias-cabeça de proa (que nadam sobretudo nas águas do Ártico)
têm vindo a tornar-se cada vez mais agressivas nas suas interações com as orcas nos últimos anos.
Este é um motivo de preocupação para os cientistas, já que algumas das populações de baleias-cabeça de proa estão em perigo, sendo esta espécie especialmente importante para as comunidades inuítes, avança Kimber. Simultaneamente, as orcas também caçam outros mamíferos marinhos, tais como as baleias-brancas e as focas.
“Com o gelo a desaparecer, haverá mais e mais mudanças na área. Acho que este caso é apenas um de muitos”, avança a autora da investigação publicada
no The Journal of the Acoustical Society of America. “As diferentes
mudanças de ecossistemas que possamos ver e todos os impactos que delas
resultem é algo no qual devemos pensar”, sugere.
Os infrassons das turbinas
eólicas podem afetar a saúde, num raio de 15 quilómetros, sendo que
quanto maior a velocidade do ar, maior a pressão sonora.
A investigação de João Almeida, docente da Escola
Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico de Coimbra
(ESTeSC-IPC), realizou experiências nas imediações de três parques eólicos do distrito de Leiria, até uma distância máxima de 15 quilómetros.
Foram analisadas as zonas de Cela, em Alcobaça, Marvila, na Batalha, e Chão Falcão, nos concelhos de Batalha e Porto de Mós.
O estudo, divulgado esta quinta feira, foi apresentado num livro, no âmbito da coleção “Ciência, Saúde e Inovação – Teses de Doutoramento“, editada pela ESTeSC-IPC.
Após a análise foi possível concluir que “a distância não é um fator relevante na redução dos níveis de ruído, em especial dos infrassons e do ruído de baixa frequência”, explicou João Almeida.
No entanto, o impacto depende da velocidade do ar, visto que, quanto maior a velocidade do ar, maior a pressão sonora.
De acordo com um comunicado da ESTeSC-IPC, o perfil do terreno, a
existência de grutas, a proximidade à costa e a existência de florestas
são outros fatores com influência na propagação do ruído.
Apesar dos avanços tecnológicos, as turbinas eólicas ainda produzem infrassons resultantes da sua mecânica e aerodinâmica, assim como infrassons de ruído e baixa frequência, que “podem afetar a qualidade de vida das populações humanas e animais”, lê-se no comunicado da ESTeSC-IPC.
Este impacto pode causar um efeito mais ligeiro, com
mal-estar geral e prolongado, dores de cabeça, dificuldade em dormir,
falta de concentração, ou irritabilidade, entre outros sintomas.
O impacto mais grave pode traduzir-se em problemas pulmonares, como por exemplo tosse e dificuldade em respirar, apneias, arritmias cardíacas ou espessamento do pericárdio, a dupla membrana que envolve o coração.
“É importante adotar medidas de gestão territorial, tomando em conta a proteção da saúde pública,
particularmente na instalação de parques eólicos a distâncias
consideradas seguras, incluindo os infrassons e o ruído de baixa
frequência em estudos de impacto ambiental”, refere João Almeida.
O investigador alerta ainda para “um lapso na legislação portuguesa“, que não prevê a medição e análise de infrassons nos estudos de impacto ambiental, necessários à instalação de parques eólicos.
Uma rocha espacial gigantesca e potencialmente perigosa, maior que a
Torre Eiffel, entrará na órbita da Terra na próxima semana, de acordo
com a NASA.
O asteroide em forma de ovo, chamado 4660 Nereus, tem 330 metros de
comprimento e entrará na órbita da Terra viajando a 23.700 km/h no
sábado, 11 de dezembro. Felizmente, para todos os nossos planos de fim
de semana, espera-se que o asteroide passe rapidamente pela Terra a
alguma distância sem causar impacto, mas ainda estará mais perto de nós
do que esteve em 20 anos.
Nereus – batizado em homenagem ao deus grego do mar, filho de Gaia, a
personificação da Terra – estará a cerca de 3,86 milhões de km, cerca
de 10 vezes a distância entre a Terra e a Lua. Isso pode soar como uma
lacuna enorme, mas para os padrões cósmicos, é na verdade a poucos
passos de distância.
A NASA sinaliza qualquer objeto espacial que chegue a 193 milhões de
quilômetros da Terra como um “objeto próximo à Terra” e qualquer objeto
em movimento rápido dentro de 7,5 milhões de km como “potencialmente
perigoso”. Uma vez sinalizados, os astrônomos monitoram de perto os
objetos, procurando por qualquer desvio de sua trajetória prevista que
poderia colocá-los em rota de colisão com a Terra.
Descoberto pela primeira vez em 1982, a órbita do Sol de 1,82 ano de
Nereus o aproxima da Terra a cada 10 anos. Como Nereus visita nossa
região do sistema solar com tanta frequência que a NASA e a agência
espacial japonesa JAXA já consideraram coletar uma amostra dela usando a
espaçonave Hayabusa da JAXA, mas as agências acabaram escolhendo um asteroide diferente (25143 Itokawa).
A NASA projeta que o Nereu fará sua próxima aproximação da Terra em 2
de março de 2031 e novembro de 2050. Uma visita ainda mais próxima está
prevista para ocorrer em 14 de fevereiro de 2060, quando o Nereu poderá
chegar a aproximadamente 1,2 milhões de km da Terra. Isso colocará a
rocha espacial rica em minerais a uma tentadora distância de três luas
de nosso planeta.
Além do asteroide ser um alvo para uma possível nave robótica enviada
pela NASA, o Nereus também é um prêmio atraente para a prospecção de
mineração espacial. O Asterank, um banco de dados que monitora mais de
600.000 asteroides, estima que este asteroide tenha depósitos de níquel,
ferro e cobalto no valor coletivo de US $ 4,71 bilhões.
Se algum dia avistarmos um asteroide vindo direto para nós, as
agências espaciais estão trabalhando em uma solução. Em 23 de novembro, a
NASA lançou uma espaçonave como parte de sua missão Double Asteroid Redirection Test, a fim de redirecionar um asteroide forçando-o para fora de seu curso.
A China também está nos estágios iniciais de planejamento de uma
missão de destruição de asteroides; eles propõem que lançando 23 de seus
foguetes de Long March 5 contra o asteroide Bennu, eles seriam capazes de desviá-lo de um impacto potencialmente catastrófico com a Terra.