Estudo foi feito com base em simulações matemáticas de diferentes impactos lunares.
Um asteroide gigante pode ser o responsável pelas campo magnético surpreendentemente forte de algumas regiões da Lua.
A conclusão é de cientistas, liderados por Mark Wieczorek, da Universidade Paris Diderot, na França, que publicaram o estudo na quinta-feira (8) no periódico científico Science.
“O que buscamos mostrar neste estudo é que a grande força magnética da Lua não é devido às rochas lunares magnetizadas, mas às rochas de asteroides que colidiram com ela, em especial de um asteroide gigante que criou a maior e mais antiga cratera da lua”, explicou Wieczorek em podcast disponibilizado pela Science.
A existência de campo magnético forte em regiões específicas intriga os cientistas desde que as missões Apollo detectarem sua existência, na década de 1960.
A razão para a surpresa dos cientistas é que as rochas lunares tem uma quantidade pequena de ferro metálico e consequentemente, geram um campo magnético fraco.
A resposta encontrada por Wieczorek e colegas foi construída com base em simulações computacionais na qual eles analisaram o impacto de diversos asteroides ao longo dos anos e concluíram que a anomalia deve ter sido criada pelo asteroide gigante que se chocou com a lua e criou a Bacia Aitken do Pólo Sul, com cerca de 2,5 mil quilômetros de diâmetro e 13 quilômetros de profundidade. Basicamente o choque do asteroide teria gerado uma distribuição de materiais que explicaria boa parte das anomalias.
A hipótese de Wieczorek e colegas poderia explicar também a existência de campos magnéticos fortes em outros planetas e luas.
“Eventos de grande impacto eram comuns no início da evolução do sistema solar e, com certeza, eles podem ser responsáveis por acretar quantidades importantes de materiais altamente magnéticos à crosta”, afirmaram os pesquisadores no artigo. Entre eles estão um campo magnético forte no sul de Marte e na bacia de Caloris em Mercúrio
As crateras lunares fascinam os humanos há séculos. Recentemente a Nasa apresentou um mapa completo delas feitos com base nas imagens da Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO).
A análise das imagens da LRO levaram, por exemplo, à conclusão de que a Lua tem bilhões de litros de água em seus pólos, além de compostos como hidroxila, monóxido de carbono, dióxido de carbono, amônia, sódio, mercúrio e prata.
Fonte: IG