Os proprietários de uma
plantação de milho de Espigão Alto, no bairro Vila Nova, em Içara, SC,
na última semana tiveram uma surpresa: um círculo, perfeito, apareceu no
meio do milharal. Arnaldo Studizinski, de 51 anos, dono do terreno,
afirma que nunca tinha visto algo parecido, e acredita que o estrago não
foi feito por humanos.
Os
milhos plantados no local estão espalhados em círculo, da esquerda para
direita. No entanto, é possível observar que no centro há um ponto mais
alto onde as plantas se dividem uma para cada lado. Studzinski afirma
que muitas pessoas já foram no local tentar entender o que aconteceu, e
nada foi descoberto.
"É um mistério. Nós percebemos isso na semana passada quando meu filho viu que havia uma falha na plantação.
Aquela
era uma semana de muita chuva, nós não vimos ou ouvimos nada. Não havia
pegadas nem nada, com certeza isso não é obra humana", conta. Uma das
pessoas que visitou o local, por curiosidade, mediu o círculo, que
segundo o proprietário do terreno, possui um raio de 12,5 metros. Na
tarde de hoje, o engenheiro agrônomo da Epagri, Luiz Fernando,
acompanhado do vereador Geraldo Baldissera, também foi conferir o
milharal, e afirma nunca ter visto nada parecido antes.
"É
curioso, estamos observando e pensando nas possibilidades de uma pessoa
ter feito isso, mas é difícil. Talvez se amarrassem uma corda no meio e
girassem, só que mesmo assim o corte do milho é baixo. Pensamos também
em um redemoinho. Mas agora, fica a curiosidade", comenta. Esta é a
segunda vez que uma marca do tipo é vista na região. No ano passado,
conforme os moradores, outro circulo apareceu na plantação de Egílio
Frasson, a poucos metros do local.35
O
Acre guarda um imenso patrimônio arqueológico da América do Sul, que
este ano completa 35 anos de sua descoberta: os geoglifos, que são
aquelas figuras no chão de formato variado (geométrico, ser humano ou
animais) semelhantes às Linhas de Nazca, no Peru.
A
Nazca brasileira foi descoberta em 1977, depois do desmatamento da área
onde estão (perto da capital Rio Branco) para a agropecuária. Naquela
época, o arqueólogo Ondemar Dias encontrou oito geoglifos circulares,
mas o achado não foi largamente divulgado.
Somente
quase 30 anos depois, em 2005, as figuras começaram a ser
esquadrinhadas de forma mais intensa, com trabalho comandado pelos
pesquisadores Alceu Ranzi, da Universidade Federal do Acre, e Denise
Schaan, do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Universidade Federal do
Pará. Atualmente, existem cerca de 300 geoglifos catalogados,
distribuídos entre 150 sítios arqueológicos.
“Não
há relatos históricos sobre os construtores dessas formações”, explica
Denise. “Mas, com base no que se sabemos sobre as populações que
habitavam aquela região a partir dos séculos 18 e 19, elas podem ter
sido feitas pelos povos aruaque, entre 3 mil e mil anos antes do
presente.”
Também
não se sabe ao certo para quê as figuras serviam. Especula-se que o
local onde elas estão fosse ponto de encontro para rituais, festas,
feiras e cerimônias religiosas. “Acreditamos que elas têm significado
simbólico religioso ou cultural para os povos”, deduz a professora.
Ela
também conta que há outros achados nessas regiões, como “fragmentos de
vasilhas de cerâmica e vasilhas quase inteiras, decoradas com desenhos
de formas geométricas e espirais, além de alguns poucos fragmentos de
pedras de amolar e lâminas de machado de pedra”.
O
problema é que assim como o desmatamento revelou essa riqueza, a mesma
atividade também vem destruindo o que ainda não foi catalogado. “A maior
ameaça são as plantações de cana e benfeitorias feitas em fazendas,
além das estradas, que já cortaram muitos geoglifos”, alerta Denise.
Para
avistar as formações. É preciso estar a mais de 80 metros de altura,
num voo de balão ou avião, para ver um geoglifo. A agência de balão Eme
Amazônia (www.emeamazonia.com.br) está prestes a inaugurar esse passeio,
e o Governo do Acre planeja construir uma torre de observação.
Fonte: http://www.zone.com.br/destinoaventura/n/nazca-brasileira-acre-ja-tem-catalogado-300-geoglifos/31132
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