Dilma Rousseff participou de convenção nacional do PC do B em São Paulo (Foto: Roney Domingos
/ G1)
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (29), em discurso
na convenção nacional do PC do B em São Paulo, que o país chegou ao
"limite" do uso de recursos federais para conter efeitos da crise
econômica. Para a presidente, o momento agora é de "reequilibrar" a área
fiscal. A declaração da presidente ocorreu horas depois de o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar que houve queda de 0,2% na atividade economia do país no primeiro trimestre de 2
Para Dilma, o país chegou ao limite da "capacidade contracíclica", que é
a capacidade de o governo agir para evitar efeitos negativos causados
por crises econômicas.
"Nós chegamos ao limite de nossa capacidade contracíclica. Nós temos
que iniciar os movimentos para mudar o padrão de crescimento. Nós
chegamos ao limite de utilizar recursos do orçamento federal para
preservar nossa economia dos efeitos da crise", discursou a petista.
Na visão da presidente, o país tem que "reequilibrar" a parte fiscal. Nesta semana, o Senado aprovou três medidas provisórias que fazem parte do chamado ajuste fiscal proposto pelo governo. O objetivo é reequilibrar as contas da União.
O ajuste fiscal é criticado por setores da sociedade, como centrais
sindicais, que entendem que as medidas podem paralisar o desenvolvimento
da economia. No discurso desta sexta no evento partidário, Dilma voltou
a afirmar que as ações para reequilibrar a economia não comprometerão,
por exemplo, os programas sociais.
A petista ainda ressaltou aos dirigentes e militantes do PC do B a
importância de terem sido aprovadas as MPs do ajuste fiscal no
Congresso. Segundo ela, também será "crucial" que os congressistas
aprovem o projeto de lei que reduz a desoneração na folha de pagamento das empresas.
"Nós aprovamos as medidas provisórias que precisávamos e agora
precisamos aprovar o chamado PL [projeto de lei] que reduz a
desoneração. Esse projeto é crucial e é ele que dá a maior parcela do
ajuste fiscal. A desoneração da folha representou a perda de R$ 25
bilhões. Com o PL, nós reduziremos a perda de R$ 25 bilhões para R$ 12
bilhões", destacou a presidente.
'Solidão'
A convenção desta sexta do PC do B marcou a troca no comando da sigla governista. No evento, o então presidente da sigla, Renato Rabelo, passou o comando do partido para a deputada Luciana Santos (PE).
Convidada a prestigiar o encontro, Dilma ocupou um lugar de destaque no
auditório. A petista ficou sentada ao lado de Rabelo e do governador do
Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Ao discursar, Dino fez uma brincadeira com a presidente da República ao dizer que o poder isola e que ele entende a "solidão" pela qual passa a chefe do Executivo federal.
Ao discursar, Dino fez uma brincadeira com a presidente da República ao dizer que o poder isola e que ele entende a "solidão" pela qual passa a chefe do Executivo federal.
Mais tarde, na sua vez de discursar, Dilma comentou a declaração de
Dino. A petista disse que não sente solidão no Palácio do Planalto, mas
que sentiu numa cela, referindo-se ao período em que ficou presa durante
a ditadura militar por militar contra o regime.
"Eu não me sinto sozinha. Interessante. Eu não me sinto sozinha.
Sozinha a gente se sente dentro de uma cela. No Palácio do Planalto, eu
não me sinto sozinha", destacou a presidente.
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