Astrônomos da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA)
descobriram vários objetos bizarros que estão escondendo sua verdadeira
identidade por trás de uma cortina de poeira no centro da nossa galáxia,
a Via Láctea. Eles se parecem com nuvens de gás, mas se comportam como
estrelas.
Os achados foram obtidos a partir de 12 anos de dados extraídos do Observatório W. M. Keck em Maunakea, Havaí.
“Esses objetos estelares empoeirados compactos se movem extremamente
rápido e próximos do buraco negro supermassivo da nossa galáxia. É
fascinante vê-los se movimentar ano a ano. Como chegaram lá? E o que vão
se tornar? Eles devem ter uma história interessante para contar”, disse
uma das principais pesquisadoras do estudo, a pós-doutoranda da
Universidade da Califórnia Anna Ciurlo.
Os misteriosos objetos-G
Os pesquisadores fizeram a descoberta ao obter medidas espectroscópicas da dinâmica do gás no centro galáctico.
“Começamos este projeto pensando que, se observássemos cuidadosamente a
complicada estrutura de gás e poeira perto do buraco negro supermassivo,
poderíamos detectar algumas mudanças sutis na sua forma e velocidade”,
disse Randy Campbell, chefe de operações científicas do Observatório
Keck. “Foi bastante surpreendente detectar vários objetos que possuem
movimentos e características muito distintos que os colocam na classe de
objetos-G ou objetos estelares empoeirados”.
Os astrônomos identificaram objetos-G pela primeira vez na Via Láctea em
2004. Inicialmente, pensaram que se tratavam de nuvens de gás, até
notarem que os objetos se aproximavam bastante do nosso buraco negro
supermassivo, mas sobreviviam a sua atração gravitacional. Se fossem
apenas nuvens de gás, elas teriam sido destruídas por tal gravidade.
A atual visão que os cientistas têm dos objetos-G é que eles são
estrelas “inchadas”: estrelas que se tornaram tão grandes que as forças
de maré exercidas pelo buraco negro podem puxar a matéria de suas
atmosferas quando elas se aproximam o bastante dele, mas seus núcleos
possuem massa suficiente para que permaneçam intactas.
A questão que fica, então, é: por que essas estrelas são tão grandes?
Estrelas “inchadas”
Parece que muita energia foi despejada nos objetos-G, fazendo-os inchar e crescer mais do que estrelas típicas.
Esses objetos podem ser o resultado de fusões estelares: duas estrelas
orbitando uma a outra, conhecidas como binárias, colidem devido à
influência gravitacional do buraco negro gigante nas proximidades.
O objeto combinado que resulta dessa fusão poderia explicar de onde vem o excesso de energia.
“No rescaldo de tal fusão, o único objeto resultante seria ‘inflado’, ou
distendido, por um longo período de tempo, talvez um milhão de anos,
antes de se estabelecer e parecer uma estrela de tamanho normal”, sugere
Mark Morris, outro pesquisador da Universidade da Califórnia.
G3, G4 e G5
Se esses objetos são de fato sistemas estelares binários que foram
levados a se fundir através de sua interação com o buraco negro
supermassivo central, isso pode fornecer insights interessantes aos
cientistas sobre um processo que pode ser responsável pelas recentes
fusões de buracos negros estelares detectadas através de ondas
gravitacionais.
O que torna os objetos-G incomuns é justamente seu “inchaço”. É raro uma
estrela ser encoberta por uma camada de poeira e gás tão espessa que os
astrônomos não a veem diretamente.
Para detectá-los, os cientistas precisaram de uma ferramenta
desenvolvida por Randy Campbell, que permitiu que eles isolassem esses
objetos da emissão de fundo e analisassem os dados espectrais em três
dimensões: duas espaciais e uma de comprimento de onda que forneceu
informações de velocidade.
Depois da descoberta do primeiro objeto-G, chamado de G1, em 2004, os
astrônomos encontraram o G2 em 2012. As novas análises agora sugerem o
que podem ser os objetos G3, G4 e G5, porque eles compartilham as mesmas
características físicas que os dois primeiros observados.
Astrônomos encontraram um tipo totalmente novo de estrela no centro da Via Láctea
Confirmação
A equipe continuará a seguir o tamanho e a forma das órbitas desses
objetos-G, o que poderia fornecer pistas importantes sobre como eles se
formaram.
Uma atenção especial será voltada para esses objetos compactos quando
eles se aproximarem ainda mais do buraco negro supermassivo. Isso
permitirá que observemos melhor seus comportamentos para ver se
permanecem intactos, assim como G1 e G2. Só então eles revelarão sua
verdadeira natureza.
Fonte: http://ufosonline.blogspot.com/
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