As observações do Telescópio Espacial Hubble detalharam o
tamanho e a estrutura do halo de gás de Andrómeda e descobriram que já
está a chocar contra o da Via Láctea.
Normalmente, as galáxias são vistas como discos planos de estrelas.
No entanto, ao redor da maioria das galáxias há um enorme envelope
esférico de gás e plasma que se estende por milhares ou até milhões de
anos-luz. O problema é que essas estruturas são muito difíceis de ver, porque as moléculas que as compõem são muito difusas e não emitem muita radiação.
Para estudar esses halos, os astrónomos analisam a forma como a luz é
filtrada de objetos muito mais distantes. Os quasares são uma boa
fonte, uma vez que são muito brilhantes, mas para a maioria das
galáxias, apenas um ou dois estão na linha de visão correta.
No entanto, para analisar a região invisível do halo da Andrómeda, a
galáxia vizinha da Via Láctea, os investigadores conseguiram usar 43 quasares espalhados ao redor do halo.
A equipa de cientistas usou o Espectrógrafo de Origens Cósmicas (COS)
do Hubble para estudar a luz ultravioleta desses quasares e a forma
como é absorvida pelo gás no halo de Andrómeda.
Os astrónomos descobriram que o halo tem uma estrutura em camadas,
com uma “casca” de gás aninhada dentro da outra. Os biomarcadores de
grandes quantidades de elementos pesados também foram encontradas a
fluturar, o que pode indicar a presença de explosões de supernova.
“Descobrimos que a camada interna que se estende por cerca de meio milhão de anos-luz é muito mais complexa e dinâmica”, disse Nicolas Lehner, investigador que liderou o estudo, em comunicado.
“A camada externa é mais lisa e mais quente. Esta diferença é um
resultado provável do impacto da atividade da supernova no disco da
galáxia que afeta mais diretamente o halo interno”.
A equipa também descobriu que as camadas externas alcançam maiores
distâncias do que anteriormente conhecido. O halo estende-se por 1,3
milhões de anos-luz de Andrémeda e, em algumas direções, chega a 2
milhões de anos-luz.
Isto significa que o halo da Andrómeda já está a começar a pressionar o da Via Láctea.
As duas galáxias deverão colidir e fundir-se daqui a cerca de quatro mil milhões de anos – e parece que esse processo já está nos seus estágios iniciais. Antes da colisão, a Via Láctea terá de suportar algo semelhante
com a Grande Nuvem de Magalhães e que deverá acontecer em 2,5 mil
milhões de anos. Enquanto a Andrómeda é um pouco maior do que a nossa
galáxia, a Grande Nuvem de Magalhães tem apenas 1/80 da massa da Via
Láctea.
https://zap.aeiou.pt/colisao-halo-andromeda-via-lactea-343331
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