Pelo menos 11 milhões de anos!
Você já ouviu falar de uma anomalia estranha que existe no campo magnético terrestre sobre o Atlântico Sul?
Trata-se de uma região desse escudo que protege a Terra da ação dos
ventos solares e raios cósmicos cujo comportamento é um tanto quanto
diferente e o campo magnético é mais fraco. A perturbação é uma velha
conhecida dos cientistas e coincide com o local onde o anel mais interno
do Cinturão de Van Allen fica mais próximo do nosso planeta e propicia
um maior fluxo de partículas. Contudo, não se sabe desde quando ela
existe.
Datação energética
Para ajudar a solucionar o mistério de quando a anomalia surgiu,
pesquisadores da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, conduziram
análises em rochas vulcânicas coletadas na Ilha de Santa Helena – que,
assim como parte da América do Sul, incluindo o sul do nosso país, fica
posicionada sob o “furo” no escudo terrestre.
De acordo com Samantha Mathewson, do site Space.com,
os cientistas escolheram essas rochas porque as variações no campo
magnético ficam preservadas nelas e permitem que sua história seja
reconstruída. Segundo Samantha, o que ocorre é que, quando o magma chega
à superfície, ele se resfria, formando as rochas vulcânicas – e
grãozinhos de óxido de ferro presentes nesse material são magnetizados
mantendo, dessa maneira, a direção e a força do campo magnético
terrestre de quando as rochas são produzidas.
Assim, os estudos foram realizados em amostras de 34 erupções
diferentes ocorridas na ilha entre 8 e 11 milhões de anos atrás e
revelaram que, além de a anomalia do Atlântico Sul não ser única,
ocorreram outras tantas ao longo dos milênios. Isso porque, no caso das
rochas de Santa Helena, os cientistas descobriram que, dependendo da
erupção, o campo magnético apontava em diferentes direções, indicando
instabilidades magnéticas no local.
Os pesquisadores também encontraram evidências de que a anomalia do
Atlântico Sul está relacionada com determinadas características sísmicas
detectadas no interior do planeta, na parte onde o núcleo e o manto se
encontram. Além disso, o estudo apontou que é pouco provável que as
flutuações registradas na anomalia possam desencadear a inversão do
campo magnético terrestre, uma vez que as variações vêm ocorrendo há
milhões de anos. Ainda assim, essa curiosa região é conhecida por
provocar interferências em satélites artificiais e outros equipamentos
em órbita e, portanto, é importante entender a sua dinâmica e
comportamento.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115425-anomalia-do-atlantico-sul-existe-ha-pelo-menos-11-milhoes-de-anos.htm
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