O disco espiral de estrelas e planetas, na Via Láctea, está a ser puxado, torcido e deformado com extrema violência pela força gravitacional de uma galáxia mais pequena, a Grande Nuvem de Magalhães.
Os cientistas acreditam que a Grande Nuvem de Magalhães cruzou a fronteira da Via Láctea há 700 milhões de anos, um acontecimento recente tendo em conta os padrões cosmológicos. Devido ao seu alto conteúdo de matéria escura, esta galáxia alterou fortemente a estrutura e o movimento da Via Láctea.
Os efeitos ainda estão a ser testemunhados atualmente e devem forçar uma revisão de como a nossa galáxia evoluiu, defendem os astrónomos, citados pelo Europa Press.
A equipa da Universidade de Edimburgo que descobriu que a Grande Nuvem de Magalhães deformava o movimento da nossa galáxia usou um modelo estatístico sofisticado que calculava a velocidade das estrelas mais distantes da Via Láctea. O artigo científico com os resultados foi publicado a 23 de novembro na Nature Astronomy.
A potente atração do halo de matéria escura da Grande Nuvem de Magalhães puxa e torce o disco da Via Láctea a 32 km/s ou 115.200 km/h em direção à constelação de Pégaso.
Os cientistas também descobriram que a Via Láctea não se estava a mover para a localização atual da Grande Nuvem de Magalhães, como se pensava anteriormente, mas para um ponto da sua trajetória passada.
O fenómeno ocorre porque a Grande Nuvem de Magalhães, impulsionada pela sua força gravitacional, está a afastar-se da nossa galáxia a uma velocidade ainda maior do que 370 km/s: cerca de 1,3 milhão de quilómetros por hora.
A descoberta vai ajudar os cientistas a desenvolver novas técnicas de modelagem que capturam a forte interação dinâmica entre as duas galáxias.
Agora, a próxima meta dos cientistas é descobrir a direção onde a Grande Nuvem de Magalhães “caiu” na Via Láctea e a hora exata em que tal aconteceu, para saberem detalhadamente a quantidade e distribuição da matéria escura em ambas as galáxias.
https://zap.aeiou.pt/grande-nuvem-magalhaes-perturba-galaxia-361857
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