Não é segredo para ninguém que a Rússia
tem-se esforçado para construir acordos comerciais que venham a
diminuir a participação (e influência) do dólar americano, desde o
início da crise ucraniana (e mesmo antes): a questão já foi
abordada antes nestas páginas (veja: Gazprom prepara emissão “simbólica”
de títulos em Yuan chinês; Petrodólar em alerta: Putin prepara-se
para anunciar o “Santo Graal” (Acordo de gás com a China): Rússia e
China prestes a assinar o “Santo Graal” (Acordo sobre gás); 40 Bancos
Centrais apostam que esta será a nova moeda de reserva).
Ora! Não é realmente “ridículo” que alguém possa sequer considerar viver fora dos limites ideológicos e... religiosos do Petrodólar?! Porque, se um puder fazer isso, todos poderão e... Vocês sabem! Significará para os EUA a hiperinflação, colapso social, guerra civil e tudo o que só acontece em repúblicas de bananas como a Venezuela, que infelizmente não possui, de sua, sequer uma moeda mundial de reserva para que lhe deem um pontapé na...
Ou, pelo menos, é isso que os economistas keynesianos, também conhecidos como grão-sacerdotes da já mencionada religião do Petrodólar, nos querem fazer crer.
Desdolarizado = desglobalizado
Ainda que essa não seja a notícia dos sonhos dos ‘estadistas’ ocidentais, a Rússia está trabalhando duro para pôr o dólar dos Estados Unidos a comer poeira, pelo espelho retrovisor: a Rússia quer substituir o dólar por um sistema monetário que seja livre do dólar. Em outras palavras, como esse novo mundo está sendo chamado na Rússia, que um mundo “desdolarizado”.
A Voz da Rússia, citando fontes da imprensa russa, reporta que o Ministério das Finanças está pronto para iniciar um plano para incrementar radicalmente a participação do rublo russo nas operações de exportação, o que acarretará a redução do percentual nas transações em que se usa o dólar americano. Fontes do governo creem que o setor bancário russo está “preparado para organizar o aumento no número de transações em que se utilizará o rublo”.
Conforme a agência de notícias Prime, dia 24 de abril o governo organizou um encontro especial, cujo mote foi a procura de uma forma de livrar-se do dólar nas operações russas de exportação. Experts de nível superior dos setores energético, bancário e de agências governamentais foram convocados e postos frente a certo número de medidas a serem tomadas, como uma resposta às sanções aplicadas à Rússia pelos Estados Unidos [as “sanções histéricas dos EUA”, como as descreveu, bem, o ministro Sergei Lavrov, das Relações Exteriores da Rússia.
Pois é... Se o mundo ocidental queria resposta russa ao crescente número de sanções contra o país, está na iminência de vê-la.
A “reunião de desdolarização” presidida pelo vice-primeiro Ministro da Federação Russa, Igor Shuvalov, é prova de que Moscou tem sérias intenções de parar de usar o dólar americano. A reunião seguinte foi presidida pelo vice Ministro das Finanças, Alexey Moiseev, o qual declarou mais tarde ao canal Rossia 24 que “será incrementada a proporção atual de contratos em rublo” acrescentando que nenhum dos especialistas e representantes de bancos, ao serem inquiridos, viu qualquer problema no plano governamental de aumentar a quota dos pagamentos em rublo.
Então, se você pensou que só Obama ‘El Supremo’ reinaria sozinho mediante ordens executivas, você estava enganado. Os russos também podem fazer o mesmo, com a mesma eficácia. É só clicar em “ordem executiva de troca de moeda”.
É interessante que, em sua entrevista, Moiseev tenha mencionado um instrumento legal que pode ser descrito como “ordem executiva de troca de moeda”; disse que o governo russo tem o poder legal de obrigar as companhias russas a comerciar uma percentagem de certos bens e serviços apenas em rublos. Referindo-se aos casos em que essa proporção pode chegar a 100%, a autoridade russa afirmou que “seria um caso extremo e não posso dizer neste momento como e quando o governo russo usará esse poder”. Ora bolas! Usará sempre que entender que é preciso usá-lo!
Mas o mais importante não é que a Rússia tenha realmente qualquer chance prática de implementar as medidas. O que realmente muda tudo é que, hoje, há outras nações também interessadas em criar relações de comércio bilateral livres do dólar. Esses países, sim, existem e não deve ser surpresa para ninguém que dois deles já intensificaram essa prática: nada menos que Irã e China.
Claro, o sucesso da campanha de Moscou para a mudar-se para o rublo ou outras moedas regionais nas negociações comerciais depende da boa vontade de seus parceiros comerciais, igualmente interessados em livrar-se do dólar. Desde já, dois países estariam dispostos a apoiar a Rússia, conforme fontes citadas por Politonline.ru: Irã e China.
Vladimir Putin estará em visita a Pequim dia 20 de maio próximo. Está aberta a estação de especulações sobre quais contratos de gás e petróleo serão assinados entre Rússia e China e em rublos e yuans, não em dólares.
Em outras palavras, em uma semana, veremos não apenas o anúncio do “Santo Graal” no acordo do gás Rússia-China do qual já se falou aqui, mas, também, a evidência já agora praticamente certa, de que esses contratos gigantes serão firmados exclusivamente em RUBLOS e YUANS e não em DÓLARES AMERICANOS.
Já explicamos mais de uma vez: quanto mais o ocidente hostiliza a Rússia, quanto mais pesadas se tornam as sanções, mais a Rússia vê-se forçada a abandonar um sistema de comércio dominado pelo dólar americano, voltando-se para a China e a Índia. Por isso, o anúncio a ser feito na próxima semana é inovador e muito inovará. Mas é só o começo. *****
Ora! Não é realmente “ridículo” que alguém possa sequer considerar viver fora dos limites ideológicos e... religiosos do Petrodólar?! Porque, se um puder fazer isso, todos poderão e... Vocês sabem! Significará para os EUA a hiperinflação, colapso social, guerra civil e tudo o que só acontece em repúblicas de bananas como a Venezuela, que infelizmente não possui, de sua, sequer uma moeda mundial de reserva para que lhe deem um pontapé na...
Ou, pelo menos, é isso que os economistas keynesianos, também conhecidos como grão-sacerdotes da já mencionada religião do Petrodólar, nos querem fazer crer.
Desdolarizado = desglobalizado
Ainda que essa não seja a notícia dos sonhos dos ‘estadistas’ ocidentais, a Rússia está trabalhando duro para pôr o dólar dos Estados Unidos a comer poeira, pelo espelho retrovisor: a Rússia quer substituir o dólar por um sistema monetário que seja livre do dólar. Em outras palavras, como esse novo mundo está sendo chamado na Rússia, que um mundo “desdolarizado”.
A Voz da Rússia, citando fontes da imprensa russa, reporta que o Ministério das Finanças está pronto para iniciar um plano para incrementar radicalmente a participação do rublo russo nas operações de exportação, o que acarretará a redução do percentual nas transações em que se usa o dólar americano. Fontes do governo creem que o setor bancário russo está “preparado para organizar o aumento no número de transações em que se utilizará o rublo”.
Conforme a agência de notícias Prime, dia 24 de abril o governo organizou um encontro especial, cujo mote foi a procura de uma forma de livrar-se do dólar nas operações russas de exportação. Experts de nível superior dos setores energético, bancário e de agências governamentais foram convocados e postos frente a certo número de medidas a serem tomadas, como uma resposta às sanções aplicadas à Rússia pelos Estados Unidos [as “sanções histéricas dos EUA”, como as descreveu, bem, o ministro Sergei Lavrov, das Relações Exteriores da Rússia.
Pois é... Se o mundo ocidental queria resposta russa ao crescente número de sanções contra o país, está na iminência de vê-la.
A “reunião de desdolarização” presidida pelo vice-primeiro Ministro da Federação Russa, Igor Shuvalov, é prova de que Moscou tem sérias intenções de parar de usar o dólar americano. A reunião seguinte foi presidida pelo vice Ministro das Finanças, Alexey Moiseev, o qual declarou mais tarde ao canal Rossia 24 que “será incrementada a proporção atual de contratos em rublo” acrescentando que nenhum dos especialistas e representantes de bancos, ao serem inquiridos, viu qualquer problema no plano governamental de aumentar a quota dos pagamentos em rublo.
Então, se você pensou que só Obama ‘El Supremo’ reinaria sozinho mediante ordens executivas, você estava enganado. Os russos também podem fazer o mesmo, com a mesma eficácia. É só clicar em “ordem executiva de troca de moeda”.
É interessante que, em sua entrevista, Moiseev tenha mencionado um instrumento legal que pode ser descrito como “ordem executiva de troca de moeda”; disse que o governo russo tem o poder legal de obrigar as companhias russas a comerciar uma percentagem de certos bens e serviços apenas em rublos. Referindo-se aos casos em que essa proporção pode chegar a 100%, a autoridade russa afirmou que “seria um caso extremo e não posso dizer neste momento como e quando o governo russo usará esse poder”. Ora bolas! Usará sempre que entender que é preciso usá-lo!
Mas o mais importante não é que a Rússia tenha realmente qualquer chance prática de implementar as medidas. O que realmente muda tudo é que, hoje, há outras nações também interessadas em criar relações de comércio bilateral livres do dólar. Esses países, sim, existem e não deve ser surpresa para ninguém que dois deles já intensificaram essa prática: nada menos que Irã e China.
Claro, o sucesso da campanha de Moscou para a mudar-se para o rublo ou outras moedas regionais nas negociações comerciais depende da boa vontade de seus parceiros comerciais, igualmente interessados em livrar-se do dólar. Desde já, dois países estariam dispostos a apoiar a Rússia, conforme fontes citadas por Politonline.ru: Irã e China.
Vladimir Putin estará em visita a Pequim dia 20 de maio próximo. Está aberta a estação de especulações sobre quais contratos de gás e petróleo serão assinados entre Rússia e China e em rublos e yuans, não em dólares.
Em outras palavras, em uma semana, veremos não apenas o anúncio do “Santo Graal” no acordo do gás Rússia-China do qual já se falou aqui, mas, também, a evidência já agora praticamente certa, de que esses contratos gigantes serão firmados exclusivamente em RUBLOS e YUANS e não em DÓLARES AMERICANOS.
Já explicamos mais de uma vez: quanto mais o ocidente hostiliza a Rússia, quanto mais pesadas se tornam as sanções, mais a Rússia vê-se forçada a abandonar um sistema de comércio dominado pelo dólar americano, voltando-se para a China e a Índia. Por isso, o anúncio a ser feito na próxima semana é inovador e muito inovará. Mas é só o começo. *****
fonte:http://revelatti.blogspot.com.br/2014/05/russia-china-e-ira-dispostos-abandonar.html