Banco De Sementes instalado no Ártico – o objetivo do projeto seria
evitar a extinção mas preserva implicitamente as bases de uma alavanca
da revolução genética
Fontes: http://www.dw.de/arca-de-no%C3%A9-bot%C3%A2nica-preserva-sementes-para-o-futuro- da-humanidade/a-5683622-1
http://www.projetoportal.org.br/noticias/16-alimentacao/358-a-caverna-no-artico-com-suas-sementes.html
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=35983&op=all
http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1515959&seccao=Biosfera
Uma decisão unanime de pesquisadores, que promete salvar o planeta
da extinção em futuros desastres mundiais, um mundo fascinante de uma
realidade com traços da ficção. Não há nenhum outro projeto mais
interessante no momento do que este muito estranho em um dos cantos mais
remotos do mundo, Svalbard. Bill Gates investiu milhões de dólares em
um banco de sementes no Mar Barents perto do Oceano Ártico, a cerca de
1100 quilômetros do Pólo Norte. Svalbard é um árido pedaço de rocha
reclamado pela Noruega e cedido em 1925 por um tratado internacional.
É nesta ilha esquecida por Deus, que Bill Gates investiu dezenas dos
seus milhões de dólares em conjunto com a Fundação Rockefeller, a
Monsanto Corporation, a Fundação Syngenta e o governo da Noruega, entre
outros, naquilo que é chamado de ‘banco de sementes do fim do mundo’.
Oficialmente o projeto chama-se a Caverna Global de Sementes Svalbard
(Svalbard Global Seed Vault) na ilha norueguesa de Spitsbergen, no
arquipélago de Svalbard.
Construído no interior de uma montanha na
ilha de Spitsbergen perto da aldeia de Longyearbven. O banco também
conhecido como "Arca de Noé botânica" é mantida pelo governo norueguês e
pela Global Crop Diversity Trust (Fundo de Diversidade Global de
Plantas Cultiváveis) desde 2008, na confiança que, mesmo no caso da pior
catástrofe, ali estaria a base para um recomeço da humanidade, assim
como um importante elemento para a segurança alimentar, tem portas
duplas à prova de explosão, inundação etc. Com sensores de movimento,
duas câmaras pressurizadas e imensas paredes de concreto reforçado e aço
com um metro de espessura. Conterá mais de três milhões de variedades
diferentes de sementes de todo o mundo, ‘para que se possa conservar a
variedade das espécies para o futuro’, segundo o governo norueguês. As
sementes vão ser embaladas de forma especial para proteção contra a
umidade. Não haverá pessoal, mas a relativa inacessibilidade da caverna e
dispositivos eletrônicos, virtuais e de segurança on-line facilitarão a
fiscalização de qualquer possível atividade humana por qualquer um dos
sócios do projeto em qualquer parte do planeta.
Financiado por
generosas doações para estudos das Fundações Rockefeller e Ford, o CGIAR
providenciou para que os principais cientistas da agricultura e
agrônomos do Terceiro Mundo passassem a ‘dominar’ os conceitos do
moderno agribusiness de modo a poderem levá-los para os seus países.
Neste processo criou-se uma valiosa rede de influências para a promoção
do agribusiness americano nesses países, muito em especial para a
promoção da ‘Revolução Genética’ OGM nos países em desenvolvimento, tudo
isto em nome da ciência e da eficácia, do mercado livre e da
agricultura.
Foi a mesma Fundação Rockefeller quem criou a chamada
Revolução Verde, na sequência de uma viagem ao México em 1946, de Nelson
Rockefeller e de Henry Wallace, ex-secretário da Agricultura do Novo
Acordo e fundador da Hi-Bred Seed Company.
A Revolução Verde
propunha-se resolver o problema mundial da fome, um problema importante
no México, na Índia e noutros países escolhidos onde Rockefeller atuava.
O agrônomo da Fundação Rockefeller, Norman Borlaug, ganhou o Prêmio
Nobel da paz pelo seu trabalho, uma coisa de que não pode orgulhar-se
muito, dado que o partilhou com Henry Kissinger.
Na realidade, como
anos depois se vieram a verificar, a Revolução Verde foi um brilhante
esquema da família Rockefeller para montar um agribusiness globalizado
que depois pudesse vir a monopolizar posteriormente, tal como já tinha
feito na indústria petrolífera mundial meio século antes. Como Henry
Kissinger declarou nos anos 70, ‘se controlarmos o petróleo,
controlaremos o mundo; se controlarmos os alimentos, controlaremos a
população’.
Um aspecto crucial que motivava o interesse da Fundação
Rockefeller e das empresas americanas de agribusiness é o fato da
Revolução Verde se basear na proliferação de novas sementes híbridas nos
mercados em desenvolvimento. Um aspecto vital das sementes híbridas era
a sua falta de capacidade reprodutiva. Os híbridos tinham incorporada
uma proteção contra a multiplicação. Ao contrário das espécies normais
polinizadas a céu aberto cujas sementes dão colheitas semelhantes às
plantas suas produtoras, a produção de sementes nascidas das plantas
híbridas era significativamente mais baixa do que as da primeira
geração.
Esta característica de produção decrescente dos híbridos teve
normalmente como consequência a compra “obrigatória” em escala cada vez
maior, pelos agricultores, dessas sementes, para garantir todos os anos
colheitas constantes ou mais altas. Mais ainda: a produção da segunda
geração hibrida eliminou o comércio de sementes “normais” que era feito
quase sempre por pequenos produtores regulares de sementes, pois eram
tidas como “inferiores” ou passíveis de “falhas produtivas” levando os
pequenos redistribuidores a buscar sementes híbridas e assim descartar
as “normais”.
Evitava-se assim a redistribuição das sementes dos
cereais comerciais feita por intermediários. Se as grandes empresas
multinacionais de sementes pudessem controlar internamente as linhagens
das sementes parentais, nenhum concorrente ou agricultor conseguiria
produzir o híbrido. A concentração global das patentes de sementes
híbridas num punhado de gigantescas companhias de sementes, lideradas
pela Pioneer Hi-Bred da DuPont e pela Dekalb da Monsanto estabeleceu a
base para a posterior revolução das sementes OGM.
Com efeito, a
introdução da moderna tecnologia agrícola americana, dos fertilizantes
químicos e das sementes híbridas comerciais, tudo isso tornou os
agricultores locais dos países em desenvolvimento, em especial aqueles
que tinham terras maiores, dependentes dos abastecimentos das companhias
estrangeiras de agribusiness e de petroquímicos, em sua grande maioria
americanas. Foi o primeiro passo do que viria a ser um processo
cuidadosamente planejado e que iria durar décadas.
A África seria o
próximo alvo na campanha do governo americano para disseminar os OGM’s a
nível mundial. Os seus solos férteis tornam-na em candidato ideal. Não é
de surpreender que muitos governos africanos temam o pior dos
patrocinadores dos OGM’s, já que tem sido na África o inicio de muitos
projetos de engenharia genética e de bio-segurança, com o objetivo de
introduzir os GMO’s nos sistemas agrícolas africanos.
Estes projetos
incluem patrocínios oferecidos pelo governo americano para formar nos
EUA cientistas africanos que atuem especificamente em engenharia
genética de sementes, para projetos de bio-segurança, financiados pela
Organização dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional
(USAID) e pelo Banco Mundial, para investigação de OGM’s envolvendo
cultivos “selvagens” de plantações e de grãos alimentares indígenas
africanos.
Estas companhias privadas, a Monsanto, a DuPont e a Dow
Chemical, nenhuma delas sequer têm um registro imaculado em termos de
proteção da vida humana. Muito longe disso. Desenvolveram e proliferaram
inovações como a dioxina, os bifenóis policlorinados, o agente laranja.
Encobriram durante décadas indícios óbvios cancerígenos e de outras
consequências graves para a saúde humana decorrentes do uso dos químicos
tóxicos.
Enterraram, modificaram e fraudaram milhares de relatórios
científicos sérios sobre o fato do herbicida mais utilizado a nível
mundial, o glifosato, ingrediente essencial do herbicida Roundup da
Monsanto ser cancerígeno e estar diretamente “vinculado” com a compra da
maioria das sementes manipuladas geneticamente pela Monsanto, ele é
tóxico quando se infiltra na água potável. A Dinamarca proibiu o
glifosato em 2003 quando se confirmou que tinha contaminado as águas
subterrâneas do país.
A diversidade armazenada em bancos genéticos
de sementes é a matéria-prima para a produção de plantas e extremamente
importante para a investigação biológica básica. Todos os anos são
distribuídas para esses fins várias centenas de milhares de amostras. A
FAO das Nações Unidas lista uns 1 400 bancos de sementes em todo o
mundo, sendo o maior deles propriedade do governo dos Estados Unidos.
Outros grandes bancos situam-se na China, na Rússia, no Japão, na Índia,
na Coréia do Sul, na Alemanha e no Canadá, por ordem decrescente de
dimensão. Além disso, o CGIAR administra uma cadeia de bancos de
sementes em centros selecionados a nível mundial.
Fontes: http://www.dw.de/arca-de-no%C3%A9-bot%C3%A2nica-preserva-sementes-para-o-futuro- da-humanidade/a-5683622-1
http://www.projetoportal.org.br/noticias/16-alimentacao/358-a-caverna-no-artico-com-suas-sementes.html
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=35983&op=all
http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1515959&seccao=Biosfera
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