Pouco
divulgado no Brasil, ocorreu na última semana na Turquia o primeiro
encontro de líderes muçulmanos da América Latina. O tema foi
“Construindo as nossas tradições e do nosso futuro”, e teve como
promotor o Gabinete para Assuntos Religiosos do Presidente, chamado de Diyantet.
A
reunião teve a participação de 76 líderes muçulmanos de 40 países, sob a
direção de Mehmet Görmez, chefe do Diyantet. Entre os participantes
havia emissários de Brasil, Venezuela, Argentina, Chile, México,
Suriname, Uruguai, Paraguai, Nicarágua, Panamá, Colômbia, Bolívia,
República Dominicana, Guiana, Peru, Colômbia, Cuba, Equador, Jamaica e
Haiti.
Único continente do mundo que não tem um número expressivo
de muçulmanos, a América Latina parece ser o “alvo” do expansionismo
islâmico para os próximos anos. “Nós estamos aqui reunidos para discutir
questões que dizem respeito aos muçulmanos em países da América Latina,
seus cultos religiosos e as oportunidades de cooperação”, disse o Dr.
Görmez.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, fez um pronunciamento no último sábado,
afirmando que “A América não foi descoberta por Cristóvão Colombo em
1492, mas sim por “navegadores muçulmanos” três séculos antes”. Além de
querer mudar o passado, o presidente também parece querer mudar o futuro
do continente, oferecendo-se para patrocinar a construção de mesquitas.
O
encontro de líderes islâmicos latino-americanos abordou formas de
cooperação mútua e como o governo turco poderá ajudar os muçulmanos da
América Latina em suas atividades. Um dos principais aspectos levantados
por Görmez é que ainda não há islamofobia na América Latina e por isso a
resistência ao Islã é menor.
Durante a reunião, outro tema que
mereceu atenção foi a falta de imãs fluentes em espanhol e português. A
maior concentração de muçulmanos na América do Sul está no Caribe, com
cerca de 4,5 milhões de seguidores.
Segundo Mazen Mokhtar,
presidente para as Américas da Associação Muçulmana, existe uma “alta
taxa” de conversão ao Islã no continente. Embora não tenham divulgado
números que comprovem essa afirmação.
O número de muçulmanos no Brasil cresceu 29.1% entre 2000 e 2010, segundo o IBGE. Número bem maior que o crescimento médio da população, que foi de 12.3%.
Embora
não existem registros oficiais, estima-se que eles possam chegar a meio
milhão de seguidores. Os estados com maior concentração seriam São
Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em
muitos deles, existem grandes comunidades de imigrantes árabes. Só na
capital paulista há cerca de 10 mesquitas, incluindo A Mesquita Brasil, a
primeira mesquita construída na América Latina.
Por que na Turquia?
Embora
nem todo árabe seja muçulmano, durante séculos o chamado Mundo Árabe
reuniu a maior parte dos seguidores de Maomé do planeta. O último grande
império a levar a mensagem de submissão a Alá foi o Otomano, cuja sede
ficava na atual Turquia.
Foi justamente a capital Istambul que hospedou o que está sendo chamado por especialistas em profecias bíblicas de “Confederação do Anticristo”.
O sheik Yusuf al-Qaradawi, presidente da União Internacional de Sábios
Muçulmanos, que representa o maior grupo de estudiosos muçulmanos em
todo o mundo, anunciou: “Diferentemente de como era no passado, o
califado dos dias de hoje deve ser estabelecido através de uma série de
Estados, governados pela sharia [lei islâmica], e apoiado por
autoridades e o povo na forma de uma federação ou confederação”. Com
informações de Carribean News e World Bulletin
Fonte: http://noticias.gospelprime.com.br/encontro-muculmanos-america-latina-prioridade/
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