A falha de San Andreas, a mais famosa falha geológica da Califórnia,
continua acumulando energia. Quando acontecer o sismo, o mais provável é
que a área afetada seja muito maior do que o maior terramoto já
registado na região, em 1857. Outro tremor de 7,8º em 1906 matou pouco
mais de 3.000 pessoas em São Francisco e foi um dos mais poderosos do
século 20. Embora esse tenha lançado muita energia, ele aconteceu na
parte norte da linha de falha, e a seção do sul não experimentou nada
assim desde então.
O assunto foi abordado na Conferência Nacional de Terremotos dos Estados
Unidos, que ocorreu de 4 a 6 de maio, em Long Beach (Califórnia). Os
pesquisadores alertaram para a necessidade de investir em prevenção a
curto prazo. A tensão criada pelo movimento da placa tectônica do
Pacífico, que se afasta da placa norte-americana, vai sendo aliviada por
pequenos terremotos, mas não no caso da falha de San Andreas, com 1.300
quilômetros. A mais perigosa e mais longa falha no estado da Califórnia
acumula energia há mais de 300 anos, pelo menos em alguns pontos.
O terremoto de 7,8 graus seguido de um grande incêncio que destruiu
grande parte de São Francisco em 1906 matou mais de 3.000 pessoas
“As nascentes do sistema de placas ficaram com uma ferida muito, muito
fechada. E o sul da falha, em particular, parece estar preso, carregado e
pronto para dar o gatilho”, disse Thomas Jordan, diretor do Centro de
Terremotos da Califórnia do Sul, citado pelo L.A. Times.
O maior sismo registado na região teve uma magnitude de 7,9º na Escala
Richter e aconteceu em 1857. E desde então a região está tranquila,
sossegada e parada, na opinião de Thomas Jordan. É praticamente
inevitável que um grande terramoto aconteça, ainda que ninguém consiga
prever quando, portanto o melhor é estar preparado para um sismo de
magnitude 8.
Veja também: Brasil pode sofrer um grande terremoto a cada 50 anos
Grande Falha de San Andreas
Num relatório de 2008, o instituto de investigação geológica
norte-americano (U.S. Geological Survey) previu que um sismo de 7,8 na
região sul da falha de San Andreas causaria 1.800 mortes, deixaria mais
de 50 mil feridos e 200 bilhões de dólares em prejuízos (Cerca de 700
bilhões de reais na cotação atual). Adicionalmente, alguns serviços
ficariam severamente danificados, como o sistema de saneamento, que
poderia levar no mínimo seis meses para ser recuperado.
“Infelizmente, neste país, as coisas só são melhoradas depois de um
desastre”, disse Peggy Hellweg à BBC, responsável pelas operações do
Laboratório Sismológico de Berkeley, no norte da Califórnia. “Um sistema
de alerta precoce seria muito útil”, continua. “Os nossos sistemas de
alerta de sismo deveriam ser melhores. Não temos sensores nos sítios que
são necessários. Não temos uma infraestrutura robusta.” E sem um alerta
precoce, não é possível avisar a população para tomar medidas de
segurança.
O sismo de 1857 durou cerca de um a três minutos e foi tão forte que as
rochas se liquefizeram. A nova simulação prevê um sismo de dois minutos
com um impacto grande na cidade e na baía de Los Angeles. Pensando nos
potenciais impactos de um terremoto de grande escala, a cidade
implementou novas regras para os edifícios, em outubro de 2015 (L.A.
Times). 15 mil edifícios terão que se adaptarem para resistirem a um
sismo violento. A título de comparação, prevenir que um terremoto, e uma
consequente tsunami, destruísse os edifícios junto ao porto de ferry
boat de São Francisco, custaria 300 bilhões de dólares (pouco mais de 1
trilhão de reais), segundo o Jornal Los Angeles Times.As chances de terremotos violentos são grandes que até já viraram roteiro de cinema, pensando na provável catástrofe.
Stover, CW; Coffman, JL (1993), Sismicidade dos Estados Unidos,
1568-1989 (revista) , Geological Papel Profissional de pesquisa nos EUA
1527, United States Government Printing Office , pp. 72, 101, 102
Jordan, Thomas . (9 de Janeiro, 2007) “Vencidos e despreparados para o Big One” . Los Angeles Times . Retirado 16 de de Dezembro de, 2012 .
Fonte: http://ufosonline.blogspot.pt/
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