Diversas rachaduras crescentes observadas na plataforma de gelo de Brunt estão prestes a se partir e dar origem a um iceberg com 783 quilômetros quadrados, maior que a cidade de Salvador, na Bahia
Imagem de satélite feita em 23 de janeiro de 2019 mostra a enorme rachadura na plataforma de Brunt, que pode dar origem a um grande iceberg.
A primeira imagem obtida da região foi adquirida pelo satélite Landsat 5, através do instrumento Thematic Mapper (TM) , em 30 de janeiro de 1986.
A cena mais recente foi captada pelo Landsat 8, 33 anos depois, com auxílio do instrumento "Operational Land Imager" (OLI) em 23 de janeiro de 2019.
A rachadura no topo da imagem de 23 de janeiro, conhecida como "rachadura do Halloween", apareceu pela primeira vez no final de outubro de 2016 e continua a crescer para o leste a partir de uma área conhecida como o McDonald Ice Rumples.
Localização da rachadura na plataforma de Brunt, como observada em 1986. Sem sinais de fissura
Entretanto, a preocupação mais imediata é a fenda visível no centro da imagem registrada em 2019. Anteriormente, a feição se manteve estável por cerca de 35 anos, mas recentemente começou a acelerar para o norte a 4 quilômetros por ano.
As crescentes rachaduras estão provocando preocupações nas pessoas que trabalham nas plataformas científicas, particularmente os pesquisadores da Estação Halley da British Antarctic Survey. Esta base é importante para a pesquisa em ciências da Terra, atmosférica e espacial e normalmente opera o ano todo, mas já foi fechada duas vezes nos últimos anos devido a mudanças imprevisíveis no gelo.
Localizacao panoramica da plataforma de Brunt, na Antartida
Não se sabe ao certo quando de fato ocorrerá o rompimento e possível formação de um iceberg. De acordo com glaciologistas, a ruptura de plataformas faz parte do ciclo natural, mas as mudanças recentes ainda não são familiares nesta área.
A borda da plataforma de gelo Brunt evoluiu lentamente desde que Ernest Shackleton inspecionou a costa em 1915, mas tem acelerado de forma significativa nos últimos anos, como mostram as imagens de satélites.
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