É o regresso à retórica bélica anti-ocidental, na memória de muitos russos ainda um sinónimo do poderio e grandeza de Moscovo. “Esta era exige uma política determinada de reforço do sistema de defesa aérea e espacial do país”, sustenta o primeiro-ministro Vladimir Putin, em novo artigo de campanha para as eleições presidenciais na Rússia, daqui a duas semanas, nas quais pretende regressar ao controlo do Kremlin.
Este é o sexto texto em tantas semanas publicado por Putin na imprensa russa. Os textos são os pontos altos da sua estratégia de recondução à presidência, após o interregno dos últimos quatro anos, em que, estando constitucionalmente impedido de continuar na chefia do Estado (cumpridos já dois mandatos consecutivos entre 2000 e 20008), assumiu a liderança do Governo, propulsionando para o seu lugar o seu “pupilo”, Dmitri Medvedev.
Neste novo artigo Putin, que se tem mantido longe dos debates televisivos da campanha, defende que a política de rearmamento da Rússia é uma “necessidade” para responder ao que é feito pelos Estados Unidos e a NATO em matéria de defesa antimíssil, segundo uma lógica de que “nunca há nesta matéria demasiado patriotismo”. E para isso, promete um investimento de 23 milhões de milhões de rublos (cerca de 590 mil milhões de euros) nos próximos dez anos.
“Temos que construir um novo exército: moderno e capaz de ser mobilizado em qualquer momento”, sustenta neste artigo, publicado no jornal estatal Rossikaia Gazeta, depois de nas últimas semanas ter dado a conhecer a sua visão política – em outros jornais – para a economia, multiculturalismo, processos políticos e democracia e ainda a qualidade de vida e demografia da Rússia.
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