A cada ano, cerca de 40.000 toneladas de poeira espacial caem na superfície do planeta. Mas, no mesmo período, a Terra perde tanta massa que fica 50.000 toneladas mais leve. E você vai se surpreender com o motivo.
Pelo menos eu nunca levei isso em consideração e fiquei surpreso de ouvir a revelação no More or Less, um programa da BBC Radio 4 sobre estatísticas e números. De acordo com os cálculos do Dr. Chris Smith e do físico Dave Ansel, da Universidade Cambridge, apesar das 40.000 toneladas de poeira cósmica que se tornam parte do nosso planeta a cada ano, a Terra perde 50.000 toneladas em massa. Será que estamos lançando foguetes demais? Não. Eis os cálculos rápidos deles:
Adicionam massa
- A Terra recebe cerca de 40.000 toneladas de poeira espacial a cada ano, resquícios da formação do sistema solar, que que são atraídos pela nossa gravidade e se integram à matéria no nosso planeta. Afinal, nosso planeta é feito de estrelas (ou da poeira delas, pelo menos).
- A NASA diz que a Terra ganha cerca de 160 toneladas por ano porque a temperatura global está aumentando: “Se nós adicionamos energia a um sistema, a massa precisa aumentar.” Termodinâmica é assim mesmo.
Sem efeito
- Claro, ter mais pessoas ou construir mais coisas não afeta a massa do planeta. Os humanos e as coisas são feitas com a matéria já existente no planeta – ela só está sendo transformada.
- A maioria dos foguetes e satélites que lançamos em órbita uma hora voltam à Terra, então o efeito é praticamente nulo.
Reduzem massa
- O núcleo da Terra perde energia com o tempo. É como um reator nuclear gigante que usa o combustível: menos energia significa menos massa. 16 toneladas vão-se embora todo ano. É pouco.
- E eis a grande perda de massa: cerca de 95.000 toneladas de hidrogênio e 1.600 toneladas de hélio escapam da Terra todo ano. Eles são leves demais para a Terra manter, então eles se perdem. Vão para o espaço.
O resultado: no total, somando o que adiciona e reduz massa, a Terra perde 50.000 toneladas por ano. Ou seja, cerca de 0,000000000000001% de massa a menos todo ano.
Nós deveríamos nos preocupar com isso? Não. E nem precisa se preocupar com o hidrogênio perdido: temos o bastante, e serão trilhões de anos até que ele se esgote.
O hélio, por outro lado, é diferente. Ele representa 0,00052% do volume de nossa atmosfera, mas ele é obtido principalmente através do gás natural usando o processo de destilação fracionada. O hélio está se tornando escasso em nosso planeta. Na verdade, Robert Richardson, físico da Cornell University e ganhador do prêmio Nobel, já disse que cada bexiga de hélio deveria valer US$100, e fez campanha contra a decisão do governo americano em vender o estoque de hélio do país, o que reduziu o preço de um gás que está acabando no mundo.
Richardson provavelmente está certo em proteger o hélio. O gás é crucial para dispositivos como os que realizam ressonância magnética, onde o hélio resfria os ímãs supercondutores da máquina. Ele também é usado para criar cristais de silício e germânio, além de estar presente na produção de titânio e zircônio. [More or Less (MP3)]Fonte:http://www.gizmodo.com.br/conteudo/sabia-que-a-terra-esta-ficando-cada-vez-mais-leve/
Nenhum comentário:
Postar um comentário