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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Nordeste da Ásia no limiar de nova crise dos mísseis

  
O Nordeste da Ásia está sendo arrastado para uma nova corrida aos armamentos missilísticos.

É assim que os peritos russos comentaram a declaração da Coreia do Sul concernente à aceleração do processo de criação de um sistema integrado de defesa antiaérea e antimíssil (DAA/DAM) que contempla o desenvolvimento de um míssil balístico capaz de atingir alvos em qualquer ponto do território da República Democrática Popular da Coreia.
Era de se esperar que o Ministério da Defesa da Coreia do Sul fizesse uma declaração anunciando a modernização do potencial de mísseis, afirma Alexander Vorontsov, perito do Instituto de Estudos Orientais da Academia das Ciências da Rússia. O novo potencial de mísseis de Seul é o resultado de seu negócio com Washington:
"Em outubro do ano passado, os EUA admitiram que os sul-coreanos ampliassem o alcance de seus mísseis até 800 quilômetros. Esta decisão provocou reações mistas do mundo. O Ministério do Exterior da Rússia expressou sua preocupação, porque na altura foi, naturalmente, um passo rumo à escalada da corrida armamentista, à intensificação da disputa pela supremacia no tema de tecnologias de mísseis na Península da Coreia. Hoje em dia, o governo da Coreia do Sul aponta para a Coreia do Norte, dizendo que é uma medida de retaliação resultante do teste nuclear de Pyongyang. Os norte-coreanos, por sua vez, acenam para Seul, insistindo em que a ampliação do raio de ação dos mísseis sul-coreanos violara o equilíbrio de forças e, portanto, a Coreia do Norte se viu obrigada a tomar medidas de resposta. É um círculo vicioso do qual é difícil, mas é preciso desprender-se, porque se trata de desestabilização da situação em toda a região."
O papel dos EUA transluz manifestamente na crise dos mísseis na Ásia. Antes, em virtude do acordo entre os EUA e a Coreia do Sul, o alcance dos mísseis sul-coreanos foi limitado a 300 quilômetros. Ao permitir a Seul ter mísseis balísticos com alcance de 800 quilômetros, Washington fez uma forte jogada antichinesa, pois os novos mísseis sul-coreanos serão capazes de alcançar o território da China.
Além disso, o Pentágono propõe-se disponibilizar ao sistema DAA/DAM, que está sendo criado por Seul, dados recebidos de seus satélites e aviões teleguiados. Portanto, lidamos de fato com um novo componente do segmento asiático do sistema global de defesa antimíssil dos EUA. E a ameaça dos mísseis norte-coreanos não é nada mais do que um truque para justificar a sua criação. Antes de mais nada, esse sistema visa dissuadir a China, principal opositor potencial dos EUA na região da Ásia-Pacífico, neutralizando seu potencial de mísseis.
No dia 13 de fevereiro, o Ministério da Defesa da Coreia do Sul anunciou que instalara os mísseis de cruzeiro ao longo da fronteira com a Coreia do Norte. Esses misseis, segundo destacaram os militares, podem atingir qualquer ponto no território norte-coreano. Esse fato faz com que aumente a probabilidade de provocação por parte de ambos os lados, acha Konstantin Asmolov, perito do Instituto do Extremo Oriente:
"Em seu tempo, os integrantes do governo de Lee Myung-bak perceberam o retorno ao poder como uma oportunidade histórica para esmagar o Norte comunista. Lhes falta muito pouco tempo. Em 25 de fevereiro tomará posse a nova presidente, e sob o seu mandato, o destino deles será nada invejável. Por isso, podem intentar uma provocação. Em 2010, a situação em torno da ilha Yeonpyeong foi desestabilizada por ambas as partes, o Norte e o Sul. Agora, volta a repetir-se uma situação muito similar, portanto é preciso seguir o comportamento de ambos os lados."
A evolução da crise coreana vem reduzindo o limiar de segurança da China. Os peritos estão na expectativa: como Pequim irá responder às atividades da Coreia do Sul e à decisão do Japão de aumentar os gastos militares e modernizar suas forças de autodefesa?

Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2013_02_23/Nordeste-da-Asia-no-limiar-de-nova-crise-dos-misseis/

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