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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Tempestade trava São Paulo

Uma violenta tempestade que se abateu sobre a maior cidade do Brasil, São Paulo, no início da noite de quinta-feira travou completamente a gigantesca metrópole e na manhã desta sexta-feira ainda provocava transtornos. Em cerca de uma hora de chuva torrencial, em vários bairros até com granizo, choveu o equivalente a 46% de tudo o que era esperado para o mês de Fevereiro inteiro, tradicionalmente o mais quente e chuvoso do ano.
Na manhã desta sexta-feira os efeitos da tempestade eram visíveis por toda a capital paulista e cidades vizinhas, igualmente atingidas. Só em São Paulo, às 8 da manhã 109 semáforos ainda não funcionavam, piorando ainda mais o já caótico trânsito de uma das maiores cidades do mundo, onde árvores que cairam durante a tempestade e a grande quantidade de lama acumulada em várias ruas também contribuiam para longos engarrafamentos.
A violência da chuva foi tão grande que, poucos minutos depois do início do temporal, as maiores avenidas de São Paulo, como as gigantescas Marginal Pinheiros, que corta a zona sul, e a Marginal Tietê, na zona norte, já estavam alagadas. A CET, Companhia de Engenharia de Trânsito, registava pouco depois das 19 horas de quinta 80 pontos de alagamento na cidade, vários deles inultrapassáveis até mesmo por autocarros e camiões.
Por toda a cidade, ocupantes de automóveis, vários deles arrastados sem controlo por centenas de metros batendo uns nos outros, abandonaram os seus carros quando a água subiu demasiado rápido e perigosamente, e até passageiros de autocarros tiveram que subir no tecto dos colectivos quando a água que se acumulou nas ruas invadiu os veículos. Na Estação Barra Funda, um enorme terminal que liga os comboios suburbanos e o metropolitano a diversas linhas de autocarros, os passageiros foram impedidos de sair, dada a altura que a água já atingia na avenida, e tiveram que voltar para composições superlotadas para continuarem viagem até outras estações.
Daí a pouco a circulação de comboios foi interrompida, gerando grande aglomeração de passageiros em várias estações. Houve pânico e desmaios em alguns locais mais lotados, mas não há notícia de feridos graves.
Na zona sul, o Estádio do Morumbi, o maior de São Paulo, pertencente ao São Paulo Futebol Clube, foi tomado pela enxurrada. Cadeiras, mesas, guarda-sois e móveis da área social foram arrastados para dentro das picinas, que nesta sexta-feira amanheceram cheias de escombros e de lama. Por toda a região do elegante bairro do Morumbi, densamente arborizado, grandes árvores cairam, muros foram derrubados e pesados portões de ferro de mansões e empresas foram arrancados como se fossem de papel.
São Paulo parece nesta manhã ter sido o cenário de uma grande batalha. Inúmeros imóveis invadidos pela água estão sujos e danificados, e em algumas ruas é possível verem-se até carros em cima de outros, arrastados pela força da corrente formada nas ruas e avenidas. Nas favelas e bairros mais vulneráveis, muitas pessoas perderam o pouco que tinham, com os seus pertences arrancados de casa pela enxurrada ou destruídos pela água e pela lama que cobriu tudo dentro das residências. A tempestade ocorreu no final daquele que foi o dia mais quente do ano na cidade, e pode repetir-se, pois a temperatura nesta sexta-feira continua alta e há previsão de novos temporais para o final da tarde. 

Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/tempestade-trava-sao-paulo

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