BalaklavaFoto: Voz da Rússia


Em 2003, a empresa foi transformada num museu. Mas mesmo agora, a cidade secreta dentro de uma rocha não revelou ainda todos seus mistérios, alguns dos quais foram referidos à Voz da Rússia pelo diretor do museu, Serguei Kruglov:
– Esta é uma obra de fortificação subterrânea única. Em Balaklava foi construída uma rede que integra várias estruturas que formam uma cidade debaixo de terra inteira – um canal subaquático capaz de acolher 6-7 submarinos do projeto 613, uma base única de reparação de submarinos e muitas outras estruturas."
O complexo inclui um enorme reservatório de combustível e locais de vida. A própria obra poderia ser utilizada também como refúgio subterrâneo no caso de um ataque atômico.
O mais extraordinário é um arsenal nuclear de combate que se encontrava aqui e incluía ogivas de combate para torpedos, que foram testadas no local.

Balaklava
Foto: Voz da Rússia

Trata-se de um objeto secreto escondido dentro de uma outra estrutura secreta segundo o princípio da matrioshka: Sevastopol era uma cidade encerrada que escondia mais uma cidade secreta Balaklava. Dentro de Balaklava se encontrava a estrutura secreta "Objeto 825" que, por seu lado, mantinha um arsenal nuclear de combate, desconhecido pela maioria de trabalhadores dessa estrutura.
Até recentemente, poucas informações sobre esta estrutura foram disponíveis. Muitas pessoas que lá trabalhavam observaram o compromisso de não divulgar o sigilo estatal. Guardaram a fidelidade à obrigação mesmo após ter conhecido que a estrutura se tornou acessível ao público.
Balaklava
Foto: Voz da Rússia

Em 1991, quando a estrutura deixou de existir como empresa militar, o local foi saqueado e abandonado por dez anos. Foram roubados 21 km de cabos elétricos. O fato de ter sido restabelecido o sistema de alimentação elétrica e de uma parte da estrutura se tornar acessível é um mérito das pessoas que haviam recuperado este local.
Exibimos hoje cerca de 40% da sua área total de 19.500 metros quadrados. A exposição aumenta à conta da abertura de oficinas em que se preparavam minas e torpedos. Nestas oficinas há uma pequena piscina em que a hermeticidade de torpedos foi testada pelas bolhas de ar desprendidas. Estamos reconstituindo tudo isso.
– O que glorifica esta estrutura que se tornou um museu? O poderio militar de um grande Estado, como era a União Soviética?
– Chamamo-la de Museu da Guerra Fria. Este foi um período que começou com a intervenção de Churchill em Fulton, que deu início à confrontação entre duas potências, que continuou atá a desintegração da União Soviética. E posso destacar que a reação dos nossos visitantes é praticamente igual: só a URSS podia criar tal estrutura.

Balaklava
Foto: Voz da Rússia

Para a nossa satisfação, a estrutura não foi ligada a quaisquer ações militares ou à morte de pessoas. Este fato permite utilizá-la como um centro cultural-recreativo. O Serviço de Reconhecimento Externo irá entregar-nos um submarino Triton M1, muito secreto em tempos, destinado ao transporte de sabotadores marítimos que integrará a nossa exposição.
– Os visitantes poderão ver algo de novo no próximo verão?
– Teremos três itinerários em perspectiva. Um é de reconhecimento geral que dura cerca de uma hora. O segundo passa pelo canal com paradas dentro da estrutura e o conhecimento de várias mostras. O terceiro passará através do novo museu de náutica hidráulica, oficinas de torpedos, uma sala de cine, exposições "Forças Sabotadoras" e "História da Frota Submarina". Estamos preparando também a exposição "Escudo Nuclear da Rússia", que apresentará modelos de armas nucleares, aparelhos de controle, etc. Vamos formar este setor em interação com nossos colegas da Rússia.

Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2013_12_04/dois-mil-metros-quadrados-de-misterios-debaixo-de-terra-9281/