Micenas
Pouco resta da cidade de Micenas hoje, mas ela foi o centro da primeira grande civilização grega, entre os anos 1600 e 1100 a.C. Depois deste período, muitas cidades foram abandonadas, o comércio parou e o sistema de escrita desapareceu.
Outras civilizações próximas, incluindo os Hititas e o Novo Reino do Egito, também declinaram na mesma época, um fenômeno conhecido como o colapso do final da Era do Bronze.
Estudos de indicadores climáticos, como estalagtites e sedimentos marinhos, sugerem que o Mediterrâneo esfriou na época, resultando em menos chuvas nos quatro séculos seguintes.
Alguns pesquisadores acreditam que a queda na produção de alimentos levou a um declínio da população e das civilizações da região.
Chichen Itza
Esta estátua representa o deus Chac-Mool, na cidade maia de Chichen Itza, atual México. Chichen Itza floresceu até o século 13, e ainda haviam maias vivendo ali quando os espanhóis chegaram no século 16.
Entretanto, o apogeu da civilização foi entre os anos 200 e 800, quando a construção de grandes monumentos atingiu seu auge. Depois do ano 900, muitas cidades foram abandonadas.
Os registros climáticos mostram que o declínio coincidiu com um século de poucas chuvas, o que teria afetado severamente a produção de alimentos.
Império Romano do Ocidente
Os romanos construíram muitos aquedutos, como este no sul da França, próximo à Nîmes. Quando em seus dias de glória, o Império Romano controlou quase toda a Europa, oeste da Ásia e norte da África. Mas em torno do ano 400, ele foi dividido entre o império romano ocidental, com capital em Roma, e o império romano oriental, com capital em Constantinopla, atual Istambul, na Turquia.
Roma foi saqueada pelos Visigodos em 410, a primeira vez que a cidade foi invadida em 800 anos. No fim do século, o império ocidental havia entrado em colapso. Guerras civis e a corrupção institucional contribuíram para seu declínio.
A ideia de que o clima teve um papel importante na queda de Roma é antiga, e novas evidências surgiram em 2011. Registros de temperatura e pluviosidade na Europa ocidental revelaram que entre os anos 250 e 550 o clima mudou entre seco e frio para quente e úmido de uma década para outra.
Mudanças assim imprevisíveis foram devastadoras para os fazendeiros, e a falta de alimentos resultante pode ter contribuído para a queda do Império.
População europeia da Guerra dos Trinta Anos
Esta pintura à óleo pelo artista flamengo Pieter Snayers mostra um ataque a uma coluna de abastecimento durante a Guerra dos Trinta Anos, que aconteceu entre os anos 1618 e 1648. Foi um dos mais longos e destrutivos períodos de guerra na história da Europa. Durante o século 17, houveram muitas outras guerras, revoltas e conflitos. Este período de instabilidade é conhecido como a Crise Geral.
A Crise Geral é atribuída normalmente a fatores sociais e econômicos, mas alguns pesquisadores acreditam que a verdadeira causa foi uma mudança climática. Um resfriamento no hemisfério norte levou a uma queda na produção de alimentos e aumento dos preços, causando fome, movimentos de massas e, talvez, um século de rupturas.
Os Moche
No século 6, muitas pessoas foram sacrificadas ao deus Moche Ai Apaec, O Decapitador (representado na figura no Templo da Lua), no que hoje é o norte do Peru. Mas os sacrifícios foram em vão.
Entre os anos 300 e 500, o povo Moche viveu e construiu cidades ao longo da costa do Peru, mas seus fazendeiros dependiam de canais de irrigação para suas colheitas. Em torno do ano 600, estes canais foram entrerrados por dunas de areia. Os sobreviventes abandonaram as cidades costeiras e se mudaram para o interior.
Os estudos de núcleos de gelo sugerem que um ciclo especialmente intenso do El Niño em torno desta época produziu chuva intensa e enchentes, seguido por uma seca longa e severa.[New Scientist]
fonte:http://hypescience.com/cinco-civilizacoes-destruidas-por-mudancas-climaticas/
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