Solicite hoje mesmo uma cotação para divulgar a sua publicidade no ISSO É O FIM

SOLICITE AGORA MESMO UMA COTAÇÃO PARA DIVULGAR A SUA PUBLICIDADE NO ISSO É O FIM !

PARA DIVULGAR E VENDER OS SEUS PRODUTOS, E, OS SEUS SERVIÇOS !

Contacto: issoeofim.blogspot.pt@gmail.com

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Mudanças climáticas e avanço do terrorismo estão relacionados !

Evidentemente era para ser uma pegadinha. No sábado (14), na emissora de televisão CBS, o mediador do debate entre os aspirantes à candidatura democrata para a eleição presidencial americana perguntou a Bernie Sanders se ele continuava acreditando que o aquecimento global era "a ameaça mais importante à segurança dos Estados Unidos", como ele havia declarado algumas semanas antes. A pergunta era quase retórica. Na véspera, Paris havia sido coberta pelo sangue de atentados terroristas de uma brutalidade inédita na França, e a "urgência climática" parecia desde então relegada a uma questão vagamente secundária.
No entanto, Sanders respondeu que ele mantinha "totalmente" sua opinião. Na verdade, a mudança climática estaria diretamente ligada ao aumento da ameaça terrorista (...), ele explicou. "Se não ouvirmos o que os cientistas nos dizem, veremos países no mundo inteiro —como diz a CIA— brigando pelo acesso à água, pelo acesso às terras aráveis, e veremos surgir todo tipo de conflito." 

Certeza incômoda 

Traçar uma ligação entre segurança e aquecimento global é motivo de riso para algumas pessoas. No entanto, essa associação é uma certeza, e uma certeza suficientemente incômoda para ser sistematicamente esquecida e regularmente redescoberta.
Em março de 2008, o alto representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança transmitiu aos Estados-membros um relatório inequívoco sobre o assunto. Sete anos depois, não há como não constatar seu caráter premonitório. O texto avaliava que o aquecimento agia como um multiplicador de ameaças "em zonas que já passam por tensões sociais, políticas, religiosas e étnicas."
"No futuro as mudanças climáticas poderão ter consequências sobre a estabilidade social e política no Oriente Médio e no norte da África", detalhava o relatório, que apontava "as tensões ligadas à gestão dos recursos hídricos do vale do Jordão e da bacia do Tigre e do Eufrates, que estão rareando" e o agravamento dessas tensões pelo aumento das temperaturas.
Ele também enfatizava "um aumento sensível da população do Magreb e do Sahel" ao longo dos próximos anos que, combinado com o aquecimento global e a diminuição das superfícies agrícolas, poderia acarretar uma "desestabilização política" e "aumentar as pressões migratórias". O mesmo alerta valeria para o Iêmen.
Quase todas as zonas identificadas em 2008 como as mais sensíveis ao aquecimento global —desde a Mesopotâmia até o Levante, passando pelo Iêmen, Sahel e norte da África— mergulharam sete anos depois em instabilidade ou caos, um caos que teve como monstruoso rebento os atentados de Paris.
O caso da Síria foi, em especial, objeto de diversos estudos, que pesquisavam o papel do clima na situação atual. Francesca de Châtel (Universidade Radboud de Nijmegen, na Holanda), especialista em questões de gestão hídrica no Oriente Médio, traçou uma crônica perturbadora sobre o país, publicada em janeiro de 2014 na revista "Middle Eastern Studies". O cenário combina um pesadelo ambiental com uma negligência quase que total do governo sírio na gestão de suas consequências.
Entre 2007 e 2010, reforçada pelo aquecimento global, uma seca de gravidade jamais vista desde o início das medições meteorológicas se instalou na região. A ONU estima que 1,3 milhão de sírios estejam sendo afetados por ela. Em 2008, pela primeira vez em sua história, a Síria teve de importar trigo. No ano seguinte, mais de 300 mil agricultores desertaram o nordeste do país por não conseguirem prosseguir com suas atividades, pois não somente não tem chovido, como um grande número de lençóis freáticos sobre-explorados desde os anos 1980 secaram... Em 2010, 17% da população síria se encontrava em situação de insegurança alimentar.
É claro, os determinantes ambientais não invalidam em nada os outros que costumam ser apontados, sejam eles religiosos, políticos, étnicos etc. Mas o papel deles é claro: como pensar que a destruição parcial da produção primária de um país pode não ter efeito nenhum sobre sua estabilidade e a segurança de seus vizinhos? 

Referências

Em um estudo publicado em maio no "Journal of Development Economics", Matthias Flückiger e Markus Ludwig, da Universidade da Basileia, na Suíça, fizeram uma ilustração extraordinária dessa associação entre meio ambiente e segurança. Os dois economistas analisaram os dados relativos aos atos de pirataria ao largo de uma centena de países, e à abundância de plâncton nas mesmas águas. Segundo seus cálculos, quando a quantidade de plâncton cai 10%, o número de atos de pirataria aumenta o mesmo tanto...
Por ser estranha às nossas referências habituais, essa correlação pode surpreender, mas ela não é tão espantosa assim. O plâncton, que é afetado pelo aquecimento das águas, forma a base da cadeia alimentar marinha. Quando ele começa a faltar, a pesca sofre. Os pescadores se veem então com barcos que não servem mais para pescar, e então vão atrás de alguma outra atividade que lhes permita compensar, a pirataria sendo uma delas.
A organização Estado Islâmico (EI), ao atacar Paris, mudou as prioridades da agenda política. A decisiva conferência sobre o clima que deve ter início no dia 30 de novembro na capital francesa passou para segundo plano. É uma má notícia para o combate ao aquecimento global. Já para o EI e todos aqueles que prosperam com o desespero dos mais pobres, é uma formidável vitória. 

Fonte:http://www.ultimosacontecimentos.com.br/ultimas-noticias/mudancas-climaticas-e-avanco-do-terrorismo-estao-relacionados.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

´ Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Bidvertiser