O Governo do Peru anunciou que o número de mortos por covid-19 é quase três vezes maior do que a contagem oficial, o que o torna uma das nações mais afetadas pela pandemia.
O Governo do Peru anunciou, esta segunda-feira, que, numa reavaliação ao número de pessoas mortas devido à covid-19 no país, o total subiu de 69 mil para 180 mil, de acordo com dados elaborados por um conselho técnico crido pelo executivo.
“A partir de hoje […] teremos números mais exaustivos que serão de grande utilidade para a gestão da pandemia”, disse, em conferência de imprensa, a primeira-ministra Violeta Bermudez, que citou os números reavaliados por um conselho técnico definido em abril e composto por especialistas independentes e organizações internacionais.
Segundo os dados precisos, o número de mortes por covid-19 no Peru é de 180.764, para uma população de cerca de 32,6 milhões de habitantes, substancialmente maior dos que as informações oficiais mais recentes, que apontavam para 69.342 óbitos.
“O que está a ser dito é que um número significativo de mortes não foi classificado como causadas pela covid-19”, disse o ministro da Saúde peruano, Oscar Ugarte.
O governante acrescentou que os critérios para designar o novo coronavírus como causa de morte foram alterados. Ugarte disse que, antes, apenas aqueles que “tiveram um teste diagnóstico positivo” foram considerados como mortes associadas ao novo coronavírus, tendo, agora, sido incorporados outros critérios.
O novo número de mortes associadas à covid-19 inclui mortes relatadas entre março de 2020 e 22 de maio deste mês. Entre os países latino-americanos, apenas Brasil e México relataram um número maior de mortes associadas ao novo coronavírus. A questão sobre o número de mortos no Peru surgiu logo após o início da pandemia.
As imagens de cemitérios cheios de novas urnas funerárias e hospitais a comprar contentores refrigerados para atuar como necrotérios improvisados sugeriam que a situação era muito pior do que os dados oficiais mostravam.
Ao The New York Times, William Pan, professor de Saúde Ambiental na Duke University, disse que a pandemia destacou a profunda desigualdade e corrupção no Peru. “Muito antes das histórias de escassez de oxigénio na Índia e em Manaus, Iquitos vivenciou essa triste realidade da covid-19”, salientou, referindo-se à maior cidade peruana da Amazónia.
“Milhares de pessoas foram rejeitadas nos hospitais em abril e maio devido à falta de oxigénio, de espaço, de equipas médicas e muito mais”, acrescentou.
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