O Governo chinês utiliza software de reconhecimento facial como ferramenta de opressão contra as minorias uigur e cazaque, na zona Oeste do país. Agora, um novo projeto fotográfico quer sensibilizar as pessoas para este problema.
O projeto 2091: The Ministry of Privacy, de Maxime Matthys, pode ser visto no Centro Português de Fotografia, no âmbito da segunda edição da Bienal’21, Fotografia do Porto e surge em forma de crítica às autoridades chinesas.
O fotógrafo belga Maxime Matthys esteve em Xinjiang durante uma semana, no Oeste da China, região onde o Governo chinês conduz, sob o olhar do mundo, um conjunto de medidas repressivas graves contra as minorias muçulmanas uigur e cazaque.
“Algumas das mais avançadas tecnologias de vigilância, que incluem o uso de software de reconhecimento facial, estão a ser utilizadas pelo Governo chinês de forma massiva na região, de forma a controlar cada movimento dos seus habitantes”, explica no seu site o fotógrafo de 25 anos.
Segundo o Público, o projeto decorre de uma fuga de informação, em fevereiro de 2019, que dá conta da existência de uma empresa de vigilância chinesa que controla os movimentos de mais de 2,5 milhões de pessoas da região de Xinjiang.
Debaixo de um controlo apertado e sem liberdade de movimentos, Maxime conseguiu fazer fotografia de rua e utilizou elementos gráficos para comunicar a sua mensagem.
“Para isso, desenvolvi, em conjunto com um engenheiro informático francês, um software de reconhecimento facial”, explica no site. “Ao transferir as imagens para o computador, o software desenhava a informação biométrica sobre os rostos das pessoas nas fotografias.”
Com este processo, o projeto revela “o poder de penetração e o perigo deste tipo de tecnologia invisível”.
Apesar das condicionantes, Maxime conseguiu realizar o projeto fazendo um registo do quotidiano desta população ameaçada e apontando um dedo apontado ao Governo chinês.
https://zap.aeiou.pt/china-reconhecimento-facial-minorias-406848
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