O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil decidiu na segunda-feira abrir uma investigação contra o Presidente Jair Bolsonaro. Em causa estão as suas declarações sobre fraude nas eleições do próximo ano.
Segundo avançou a agência France Presse, Bolsonaro, que busca um segundo mandato em 2022, afirmou em diversas ocasiões que o sistema de votação eletrónica é vulnerável a fraudes. Os críticos defendem que o Presidente tenta semear a dúvida sobre as eleições para não aceitar a derrota em 2022, caso esta aconteça.
O TSE pediu igualmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigue se Bolsonaro terá cometido algum crime ao atacar o sistema eleitoral nas redes sociais. O tribunal decidiu avançar com a investigação após aquele acusar os seus membros de cumplicidade na manutenção de um sistema de votação que ajudaria o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a retornar ao poder.
Bolsonaro tem pedido que sejam entregues recibos aos eleitores, uma prova que mudaria o atual sistema de votação eletrónico, referindo que não poderá aceitar o resultado da eleição do próximo ano se o sistema não for alterado. No fim de semana, manifestantes demonstraram o seu apoio à proposta do Presidente, em várias cidades do país.
Na segunda-feira, 18 ex-ministros do STF, que atuam como juízes no TSE, declararam que o sistema eleitoral é livre de fraudes. “O Brasil eliminou um histórico de fraude eleitoral”, indicaram em comunicado, frisando que desde que o sistema de votação eletrónica foi adotado, em 1996, não houve casos documentados.
“O sistema de votação eletrónica está sujeito a auditorias antes, durante e depois da eleição”, sublinharam, acrescentando que todas as etapas são acompanhadas por partidos políticos, pelo Ministério Público, pela Polícia Federal, por universidades e pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Os juízes informaram ainda que as cédulas impressas são menos seguras do que a votação eletrónica e que, se o Brasil voltar à contagem manual de 150 milhões de cédulas impressas, a probabilidade de fraude será maior. O Congresso votará na quinta-feira uma proposta entregue por Bolsonaro para introduzir essas cédulas.
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