Todos
os anos na Cidade Santa de Israel um punhado de turistas cristãos é
repentinamente transformado de pessoas aparentemente saudáveis e
normais em personagens bíblicos que cantam salmos e pregam nas ruas,
muitas vezes vestidos com nada mais do que um lençol de hotel.
Os
psiquiatras têm um nome para esse súbito aparecimento de delírio a
Síndrome de Jerusalém que foi diagnosticada pela primeira vez pelo Dr.
Heinz Herman na década de 1930.
Aqueles
que são afetados pela Síndrome de Jerusalém começam a se banhar
vigorosamente para se purificar, se vestem com mantos ou lençóis, e
começam a pregar nas ruas acreditando que são Moisés, João Batista ou
Jesus Cristo, entre outros, que foram enviados em uma “divina missão".
A
Síndrome de Jerusalém geralmente é benigna; no entanto sabe-se que as
pessoas afetadas por ela causam problemas. Esse foi o caso do turista
australiano Dennis Rohan em 1969.
Alegando
estar em uma missão de Deus, Rohan ateou fogo na mesquita de Al Aqsa o
que levou a tumultos em toda a cidade. Desde este incidente médicos e
policiais tratam o comportamento bizarro da Síndrome de Jerusalém com
cautela.
À
medida que o ano 2000 se aproximava o número de turistas que
antecipavam o apocalipse que se aproximava cresceu drasticamente levando
a um aumento de estranhas figuras bíblicas perambulando pelas ruas de
Jerusalém. Foi estimado que até 50 pessoas por semana necessitariam de
hospitalização um aumento surpreendente de uma média de 20 a cada ano.
Homem que afirma ser um Messias em Tel-Aviv, 2010.
Embora
a Síndrome de Jerusalém afete muitos que têm um histórico de problemas
psiquiátricos muitos que experimentam os mesmos delírios são
empresários, professores e profissionais sãos, saudáveis e
bem-sucedidos.
A
síndrome geralmente afeta cristãos protestantes, mas também foi
relatada em judeus religiosos e em casos raros, católicos. Geralmente
com duração de cerca de uma semana, a maioria pode ser trazida de volta à
realidade (com ajuda) e não tem memória de sua persona bíblica de vida
curta.
A
causa mais óbvia da Síndrome de Jerusalém é o fanatismo religioso. O
fato de que afeta apenas cristãos e alguns judeus sugere que os
indivíduos são propensos a sentir o desejo de ser “chamados por Deus” e
podem interpretar as impressões e sentimentos que obtêm ao passear pela
cidade como uma convocação divina real.
Uma
das teorias mais controversas sugere que a Síndrome de Jerusalém
existia antes do Cristianismo e pode ter realmente contribuído para a
fundação da religião.
Essa
teoria sugere que figuras históricas da Bíblia como João Batista, os
apóstolos e até mesmo Jesus Cristo foram afetadas pela síndrome. Isso no
entanto não fornece uma explicação sobre as origens de tal fenômeno.
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