Para detectar se uma pessoa está infectada pelo coronavírus, o ideal é realizar testes PCR. Mas em muitos locais só encontramos vaga disponível vários dias depois, ou então semanas depois. Em Portugal é assim e nos Estados Unidos da América não é diferente.
Esta tendência de esperar dias e dias por uma vaga, ou então horas e horas numa fila para pessoas sem marcação, reforçou outra tendência: procurar testes rápidos à COVID-19 e testar em casa. Mas esses testes serão como o algodão? Ou enganam?
Esta questão originou um artigo do portal Prevention, focado precisamente na fiabilidade que merecem os testes realizados em casa.
E o aviso principal não é novidade: é mais provável encontrar falsos negativos do que falsos positivos. Ou seja, se um teste caseiro indica positivo, a pessoa estará mesmo infectada pelo vírus; mas um teste caseiro que indica negativo não é sinónimo (a 100 por cento) de que a pessoa não está infectada – aliás, este aviso surge quase sempre nas instruções, na bula de cada teste.
“O problema dos testes caseiros, nesta altura, não são os falsos positivos. O problema é o outro lado: os falsos negativos. Porque não são muito sensíveis“, avisa o médico Geoffrey Baird, da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington. Sobretudo porque são feitos por um cidadão comum, não por um especialista; e o método de inserção, muitas vezes, não é o adequado.
Por outro lado, encontrarmos um teste falso positivo “não é comum. Acontece, mas é raro”, de acordo com outra especialista, Gigi Gronvall, do Johns Hopkins Center.
Para evitar um resultado que não engane, a pessoa deverá sobretudo limpar bem as narinas antes da realização de um auto-teste. “Muita gente pensa que o objectivo é ir o mais fundo possível no nariz. Mas isso pode realmente originar falsos positivos porque apanhamos ranho, cabelo, sangue… Queremos que o cotonete raspe a camada superficial de células no nariz. É aí que o vírus está. É isso que queremos”, avisa Baird.
Limpar bem o nariz é o ideal mas… Não convém assoar o nariz à vontade em casa, num dia em que pensamos que estamos doentes e que estamos numa sala com várias pessoas à nossa volta.
Por isso, uma ideia é reforçada: o “teste de ouro” em relação à COVID-19 é mesmo o teste PCR, a reacção em cadeia da polimerase.
Os testes rápidos, apesar de muito eficazes, só apresentam uma sensibilidade igual aos testes PCR quando a pessoa tem sintomas.
E outro pedido é realçado: a vacina é a melhor forma de protecção. Tem havido uma diminuição no número de infecções em pessoas vacinadas.
https://zap.aeiou.pt/testes-rapidos-o-problema-sao-os-falsos-negativos-458850
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