O Exército sul-coreano afirmou também que o foguete era um míssil de longo alcance. O país não especificou o modelo, mas declarou que o modelo lançado caiu no mar Amarelo a 200 km da cidade de Gunsan, no oeste do país, após sofrer um problema no momento em que o primeiro estágio seria separado.
A Coreia do Sul qualificou o exercício norte-coreano como uma "provocação". Horas após o lançamento, o chanceler sul-coreano, Kin Sung-hwan, conversou com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, de acordo com a agência de notícias Yonhap.
Os dois reforçaram o pedido para uma resolução no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) contra a Coreia do Norte pelo lançamento do foguete. Em comunicado, os dois afirmaram que a comunidade internacional deve dar uma resposta "forte e clara" para a Coreia do Norte.
Pedro Ugarte/France Presse
Militares norte-coreanos vigiam base de lançamento de foguete, em Togchang-ri, no noroeste do país
PROPAGANDA
Em seguida, a Casa Branca emitiu um comunicado, afirmando que o lançamento foi um "esforço de propaganda" para vender equipamentos militares. "Esse esforço certamente falhou e provocará ramificações internas".
"Esse lançamento também foi uma chance da Coreia do Norte de mostrar seus equipamentos militares para possíveis compradores. A falha vai fazer esses consumidores pensar duas vezes antes de comprar qualquer coisa".
Mais cedo, o porta-voz do governo do Japão, Osamu Fujimura, disse que a queda ocorreu um minuto após a decolagem. Fontes do Exército nipônico informaram à emissora de televisão NHK que o foguete subiu cerca de 120 km e se dividiu em quatro fragmentos antes de cair no mar Amarelo.
O canal sul-coreano YTN divulgou que a agência espacial norte-coreana ainda não teve resposta do artefato lançado. O lançamento aconteceu às 7h39 locais (19h39 de quinta-feira em Brasília).
A ONU convocará uma reunião de urgência do Conselho de Segurança nesta sexta-feira para avaliar as consequências do lançamento ao regime do ditador Kim Jong-un. A previsão é de que o país seja sancionado por violar duas resoluções da organização que proíbem o uso de tecnologia de mísseis militares.
FOGUETE
Oficialmente, o foguete, de 30 metros de altura e 2,5 metros de diâmetro, levava um satélite de observação da Terra, o Kwangmyongsong-3 (Estrela Brilhante) para coletar informações sobre as plantações, florestas e os recursos naturais da Coreia do Norte.
Mas os Estados Unidos e seus aliados, em particular a Coreia do Sul e o Japão, afirmavam que era um teste disfarçado de míssil balístico de longo alcance, que poderia ser o primeiro passo, segundo fontes militares sul-coreanas, para um teste nuclear.
O primeiro estágio do foguete deveria cair no mar Amarelo, a oeste da península coreana, e o segundo ao leste das Filipinas, sobrevoando uma parte das ilhas de Okinawa, na região sul do Japão. O foguete foi lançado do novo centro espacial construído na península de Cholsan, a 50 km da fronteira com a China.
Na quarta (11), a Coreia do Norte declarou que iniciou o abastecimento de combustível do foguete, mas não revelou a data exata do lançamento.
REAÇÕES
Na tarde desta quinta, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que os ministros de Relações Exteriores do G-8 devem tomar "medidas adicionais" se a Coreia do Norte fizesse o lançamento.
"Se Pyongyang proceder com isso, todos nós iremos de novo ao Conselho de Segurança [da ONU (Organização das Nações Unidas)] para tomar novas medidas", disse Hillary aos jornalistas após uma reunião de chanceleres do G-8 em Washington.
Os Estados Unidos e países vizinhos da Coreia do Norte, como a Coreia do Sul, o Japão, a China e a Rússia, acreditam que o exercício espacial encobre um teste de mísseis de longo alcance.
Mais cedo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que é sul-coreano, manifestou "profunda preocupação" pelo lançamento e pediu ao regime comunista que cancelasse a atividade. "Espero que as autoridades da República Popular Democrática da Coreia escutem os pedidos".
Ban Ki-moon lembrou que, caso Pyongyang lançasse o foguete, violaria duas resoluções do Conselho de Segurança que proíbem atividades de lançamento com tecnologia de mísseis. "Se a Coreia do Norte faz esse lançamento, penso que os Estados membros debaterão a questão no Conselho".
Fonte:www1.folha.uol.com.br
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