Os cientistas concluíram que, nas regiões urbanas do hemisfério norte, a temperatura tem aumentado em média 0,1 grau por ano. Os especialistas afirmam que a alteração do microclima pode ser perigoso para os habitantes das cidades.
Os
cientistas do Scripps Institution of Oceanography estabeleceram que o
chamado “efeito das ilhas urbanas de calor” tem influência na ecologia.
Nas grandes cidades, o ar é aquecido pelas empresas industriais, pelos
carros. Os edifícios de vidro e concreto esfriam lentamente e, como
resultado, surgem zonas de concentração de calor provocadas pelo homem.
Em um ano, a temperatura média no hemisfério norte aumenta 0,1 grau.
Para o sistema ecológico, o perigo não é o calor em si, mas aquilo que,
com ele, é levantado para a atmosfera, diz o ecologista Alexei Yablokov.
“A
questão não reside só no aumento da temperatura. Os grandes edifícios
fazem alterar as correntes de ar. Nas cidades, o vento sopra de maneira
diferente. Podem surgir fortes redemoinhos, o ar fica contaminado com
poeiras. Isto é muito perigoso. Partículas muito pequenas, menores que
um mícron, penetram facilmente no organismo, provocando doenças”.
O
nível de poluição do ar com metais pesados e outras substâncias
perigosas depende em muito do planejamento da cidade. Se esta foi
construída de forma muito densa e não possui avenidas para a passagem
dos ventos, podem surgir zonas muito poluídas. Tal acontece, por
exemplo, na capital russa, refere o diretor geral do Instituto de
Economia das Cidades, Alexander Puzanov.
“Em diversas
alturas e em diversos regimes atmosféricos, este calor fica “estagnado”
e, então, forma-se não apenas uma “ilha de calor” mas aumenta a
concentração de resíduos na atmosfera. O mais perigoso é a alternação de
frio e calor nas cidades que se localizam em zonas baixas. Por exemplo,
em Moscou, há alguns bairros rodeados por pequenas colinas. Nesses
locais, o ar frio pode manter-se parado durante bastante tempo
juntamente com todas as partículas nocivas”.
As
grandes cidades causam, de fato, bastantes danos à ecologia das zonas
onde estão localizadas. No entanto, tais danos podem ser minimizados. É
suficiente construir instalações de depuração, reduzir as emissões de
substâncias nocivas. Muito mais perigoso é o abate indiscriminado de
florestas, diz Igor Chkradiuk, do Centro de Proteção da Natureza.
Este
problema não se verifica só nas cidades. “Nas pequenas aldeias, as
pessoas também podem cortar todas as árvores, utilizar os solos até ao
seu total esgotamento. Um exemplo é o atual Iraque, onde há 8 mil anos
existia uma zona excecionalmente fértil, na qual o homem aprendeu pela
primeira vez a trabalhar a terra. Agora é uma região deserta, embora
houvesse poucas cidades. O importante não é o tamanho da zona urbana,
mas sim fazer com que as pessoas não destruam tudo à volta apenas para o
seu próprio conforto”.
Tanto os cientistas
norte-americanos como os investigadores consultados pela Voz da Rússia
afirmam que as cidades estão de fato aquecendo o planeta. Todavia, por
enquanto, o valor provocado pelo Homem representa perigo somente para os
próprios habitantes das cidades.
Agora se as grandes
cidades continuarem a crescer e os recursos naturais continuarem a ser
utilizados irracionalmente, não conseguiremos evitar uma catástrofe
ecológica.
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2013_01_30/Grandes-cidades-est-o-a-mudar-clima-no-planeta/
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