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Hoje, a correlação de forças nos parlamentos europeus faz lembrar cada vez mais a situação existente há 80 anos. Há cada vez mais partidos de direita e de extrema-direita, cujas declarações e ações têm que ser tidas em conta pela maioria.
Nas eleições parlamentares e presidenciais nos países da União Europeia, os partidos de direita têm tido altos resultados.
A
líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, obteve 18% na primeira volta
das eleições presidenciais francesas. Na Grã-Bretanha, o Partido da
Independência, conseguiu em média 14% nas eleições locais. Os gregos
deram 7% dos votos ao partido de extrema-direita Aurora Dourada nas
eleições legislativas antecipadas.
Alguns analistas
já comparam a disposição de forças nos parlamentos europeus e também nas
ex-repúblicas soviéticas com a República de Weimar.
Por
enquanto, os partidos de direita não têm a maioria nos parlamentos
europeus mas podem formar coalizões e grupos parlamentares. Tal como há
80 anos, tudo isto acontece numa altura de crise econômica. Foi
precisamente a crise que motivou o crescimento das tendências radicais,
considera Vladimir Zorin, vice-diretor do Instituto de Etnologia e
Antropologia da Academia das Ciências da Rússia:
“A
União Europeia não resolve a questão do desenvolvimento equilibrado das
várias regiões. Em muitos países, especialmente nos que perderam na
Segunda Guerra Mundial, há sentimentos revanchistas. Este revanchismo é o
motor do radicalismo e de tentativas de rever a História”.
Hoje,
em países como a França, a Finlândia, a Áustria, a Grécia, as forças de
direita deram um salto colossal. Elas são apoiadas por 10-15% da
população, conforme os países. Estes eleitores, na sua maioria, são
jovens e a parte mais ativa da sociedade, diz o vice-presidente do
Centro de Comunicações Estratégicas, Dmitri Abzalov:
“A
crise europeia levou ao crescimento dos mais diversos partidos
radicais. Em grande parte, isso é produto dos padrões duplos em relação à
condenação do nazismo. Na Ucrânia e nos países bálticos, o nazismo foi
“perdoado” e justificado a nível oficial.
Na França e
no Norte da Europa, as hipóteses de partidos radicais de direita terem
representação parlamentar aumentaram significativamente, o que era
difícil de imaginar há 5 ou 10 anos”.
A crise
econômica deu possibilidade às forças políticas de tipo nacionalista de
obterem um apoio sério entre a população. A crise também foi a razão do
fracasso das ideias de multiculturalismo. Não aconteceu uma
interpenetração de culturas e tradições, começou, pelo contrário, uma
contraposição entre elas.
Na onda das ideias de
direita, cada vez mais populares, começou a erosão do conceito de
“nazismo”. Parte dos políticos, apoiados a nível oficial, estão até
prontos a rever os resultados da Segunda Guerra Mundial, considera
Vladimir Zorin.
“O mundo está no limiar de novas
mudanças geopolíticas. Isto tem a ver com os acontecimentos no Norte de
África, com o que se passa no mundo árabe. Em muitos lugares, a situação
é tensa. Muitos tentam utilizar o nacionalismo e o racismo para
resolver os problemas atuais. Isto é muito preocupante e um fator
importante de uma destabilização futura. Por isso, todas as forças que
defendem a verdade histórica, a continuação do desenvolvimento da Europa
e do mundo em geral, devem estar vigilantes”.
A
História já mostrou uma vez para onde podem levar as ideias nazistas.
Aqueles que tentam construir algo em tão duvidoso fundamento
provavelmente não se devem lembrar das palavras de George Santayana:
“Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a
repeti-lo”.
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/
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