Cada
vez mais casais homossexuais recorrem a um mercado negro de doação de
esperma no Japão, já que legalmente não podem ter filhos.
A lei japonesa permite que apenas casais tenham filhos, deixando a comunidade LGBTQ a navegar num mercado clandestino de doação de esperma.
“Alguns homens pediram-se uma foto dos nosso corpo ou pediram que nos observassem a injetar amostras de esperma em nós mesmas”, disse a japonesa Sana em declarações à VICE.
Casais do mesmo sexo não podem adotar legalmente filhos no Japão. Casais de lésbicas e mulheres solteiras também não têm acesso à fertilização in vitro nem à inseminação artificial.
O país de quase 126 milhões de pessoas tem apenas um banco comercial de esperma, fundado no início deste ano, e não atende casais LGBTQ ou adultos solteiros.
Após três anos de procura incessante, finalmente Sana e a sua companheira conseguiram encontrar um dador num site dedicado à causa.
Embora uma lei aprovada no ano passado reconheça casais que têm filhos através de óvulos e espermatozoides doados como pais legais, esse direito não se aplica à comunidade LGBTQ do Japão.
Em abril de 2017, Osaka oficialmente reconheceu um casal do mesmo sexo como pais adotivos, tornando-se o primeiro caso no Japão.
Também em 2017, segundo o The Japan Times, Sapporo tornou-se a primeira grande cidade do Japão a reconhecer oficialmente os casais do mesmo sexo.
Misa e Aya são um casal de lésbicas que tem um certificado de Sapporo a validar o seu casamento. No entanto, Misa diz que o documento é virtualmente inútil e de forma alguma reconhece-as como uma família.
“A minha parceira não pode entrar no meu quarto de hospital. Ela não pode ir apanhar os nossos filhos ao infantário. Coisas que uma família normal pode fazer, nós não podemos; simplesmente não somos vistos como uma família”, disse Misa à VICE. “Assim que saímos de Sapporo, a minha parceira torna-se essencialmente uma estranha para mim”.
Como apenas as pessoas casadas conseguem fazer inseminação artificial, a solução passa muitas vezes por tentar arranjar um dador na internet.
Todavia, Mikiya Nakatsuka, médica e professora de medicina reprodutiva na Universidade de Okayama, diz que receber sémen de estranhos apresenta riscos inerentes à saúde.
“Se um dador ejacular num tubo de ensaio não esterilizado, corre o risco de introduzir bactérias no tubo, que seriam transmitidas ao recetor”, explicou Nakatsuka à VICE. Há ainda o risco de passar doenças sexualmente transmissíveis.
https://zap.aeiou.pt/boom-mercado-negro-esperma-japao-452036
A lei japonesa permite que apenas casais tenham filhos, deixando a comunidade LGBTQ a navegar num mercado clandestino de doação de esperma.
“Alguns homens pediram-se uma foto dos nosso corpo ou pediram que nos observassem a injetar amostras de esperma em nós mesmas”, disse a japonesa Sana em declarações à VICE.
Casais do mesmo sexo não podem adotar legalmente filhos no Japão. Casais de lésbicas e mulheres solteiras também não têm acesso à fertilização in vitro nem à inseminação artificial.
O país de quase 126 milhões de pessoas tem apenas um banco comercial de esperma, fundado no início deste ano, e não atende casais LGBTQ ou adultos solteiros.
Após três anos de procura incessante, finalmente Sana e a sua companheira conseguiram encontrar um dador num site dedicado à causa.
Embora uma lei aprovada no ano passado reconheça casais que têm filhos através de óvulos e espermatozoides doados como pais legais, esse direito não se aplica à comunidade LGBTQ do Japão.
Em abril de 2017, Osaka oficialmente reconheceu um casal do mesmo sexo como pais adotivos, tornando-se o primeiro caso no Japão.
Também em 2017, segundo o The Japan Times, Sapporo tornou-se a primeira grande cidade do Japão a reconhecer oficialmente os casais do mesmo sexo.
Misa e Aya são um casal de lésbicas que tem um certificado de Sapporo a validar o seu casamento. No entanto, Misa diz que o documento é virtualmente inútil e de forma alguma reconhece-as como uma família.
“A minha parceira não pode entrar no meu quarto de hospital. Ela não pode ir apanhar os nossos filhos ao infantário. Coisas que uma família normal pode fazer, nós não podemos; simplesmente não somos vistos como uma família”, disse Misa à VICE. “Assim que saímos de Sapporo, a minha parceira torna-se essencialmente uma estranha para mim”.
Como apenas as pessoas casadas conseguem fazer inseminação artificial, a solução passa muitas vezes por tentar arranjar um dador na internet.
Todavia, Mikiya Nakatsuka, médica e professora de medicina reprodutiva na Universidade de Okayama, diz que receber sémen de estranhos apresenta riscos inerentes à saúde.
“Se um dador ejacular num tubo de ensaio não esterilizado, corre o risco de introduzir bactérias no tubo, que seriam transmitidas ao recetor”, explicou Nakatsuka à VICE. Há ainda o risco de passar doenças sexualmente transmissíveis.
https://zap.aeiou.pt/boom-mercado-negro-esperma-japao-452036
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