Vários satélites poderiam ser afetados também, tanto que já é praxe nesses casos colocar os telescópios espaciais Hubble e Chandra em modo de segurança, ou seja, vários de seus sistemas são desativados para evitar alguma pane elétrica que provoque um curto circuito. Além disso, seus painéis solares são apontados diretamente para o Sol para receber o máximo de luz possível, garantindo o máximo de abastecimento de energia, para qualquer eventualidade.
Mas o que está acontecendo com o Sol? Depois de 5 bilhões de anos de idade ele resolveu ficar rabugento? Será o fim do mundo do calendário maia se confirmando?
Nada disso.
Observando o número de manchas solares – conhecidas já desde os astrônomos chineses há mais de mil anos – durante 17 anos, o astrônomo alemão Samuel Schwabe notou, em 1843, que elas variavam de modo periódico. Rudolf Wolf, usando essas mesmas observações e mais outras, conseguiu reconstruir esse ciclo de variações até o ano de 1745 e ambos chegaram a conclusão de que o Sol possui um ciclo periódico de atividade de aproximadamente 11 anos. Estamos no ciclo de número 24, que aparentemente começou em janeiro de 2008.
O interessante é que outras estrelas do tipo do Sol, chamadas de “gêmeas solares”, têm um comportamento idêntico, com um período semelhante de 11 anos, também!
Funciona assim: o Sol passa por períodos de intensa atividade magnética, refletida pelo número de manchas solares, que volta e meia provocam uma erupção – uma explosão localizada. Essa atividade toda vai aumentando até atingir um máximo. Nesse instante, chamado de máximo solar, a atividade magnética começa a diminuir lentamente, até que o número de manchas – e erupções associadas – chega a zero por semanas e até meses. Quando isso acontece, o Sol atinge o seu mínimo de atividade. Logo em seguida, o Sol recomeça a intensificar sua atividade magnética para atingir um novo máximo, aproximadamente 11 anos após o anterior.
O que está acontecendo com o Sol é justamente isso, saímos de um período de mínimo solar e caminhamos para um de máximo. Esse último mínimo, foi tão mínimo que ninguém sabe ao certo quando ele aconteceu. Chegamos a ficar uns 2 meses sem mancha nenhuma! Com isso, prever quando será o próximo máximo solar ficou um trabalho complicado, mas a última previsão que eu ouvi a respeito dizia maio de 2013.
Então estamos testemunhando exatamente o previsto, um aumento de atividade solar que reflete em um maior número de manchas observadas e mais tempestades, também. O fato de termos tido dois episódios tão próximos um do outro vem do fato de que a mesma mancha a causar as duas erupções. Na verdade, um complexo grande, com várias manchas que já está indo para o outro lado do Sol, seguindo a rotação dele.
E pode esperar que logo, logo, teremos um outro evento tão intenso como esse.
Fonte: http://g1.globo.com/platb/observatoriog1/
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