Os Estados Unidos acusaram o programa nuclear iraniano
de conter "ações provocadoras" que "transgridem as normas e os padrões"
que qualquer país membro da Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA) deve cumprir.
Assim falou nesta quarta-feira o embaixador americano
perante a AIEA, Joseph MacManus, em seu discurso no Conselho de
Governadores da agência nuclear da ONU, no qual também advertiu que o
Irã está se isolando cada vez mais da comunidade internacional.
MacManus se referia aos recentes anúncios feitos pelas
autoridades iranianas sobre a modernização e a melhora de seu programa
de enriquecimento de urânio, um material de possível duplo uso - militar
e civil - ao tempo que Teerã se nega a conceder acesso a suas
instalações aos inspetores da AIEA.
"O Irã ignorou inúmeras oportunidades de iniciar uma
cooperação essencial com a AIEA para esclarecer esses assuntos
pendentes, como as possíveis dimensões militares de seu programa
nuclear", declarou o diplomata americano. "Assim , o Irã pede mais
isolamento, pressão e censura por parte da comunidade internacional,
incluindo possíveis e novas ações da AIEA", concluiu MacManus.
Por sua parte, o embaixador iraniano perante o organismo
internacional, Ali Asghar Soltanieh, respondeu que todas as acusações
contra seu país "carecem de fundamento" e têm o único objetivo "manter a
AIEA ocupada" na investigação do programa nuclear do Irã.
"Estamos comprometidos a dar continuidade ao diálogo com
a AIEA, mas não podemos assinar um 'cheque em branco' por razões de
segurança nacional", destacou Soltanieh em relação às exigências da
agência nuclear de ter acesso às instalações militares. A AIEA suspeita
que o Irã desenvolve na base militar de Parchin, situada nos arredores
de Teerã, trabalhos clandestinos relacionados com seu programa atômico,
algo que o Irã nega veemente.
O diplomata iraniano se referiu ao pedido da AIEA de ter
acesso a essa base lembrando que "isso vai além do Tratado de
Não-Proliferação", e que é preciso fechar um novo acordo para essa
visita ser autorizada. "Não podemos simplesmente abrir qualquer
instalação militar sem critério algum", justificou Soltanieh.
A AIEA negocia há mais de um ano, sem sucesso, sobre o
chamado "procedimento estruturado" para esclarecer as possíveis
dimensões militares do programa nuclear iraniano, que inclui o acesso às
instalações militares e aos especialistas iranianos.
O Ocidente, liderado pelos Estados Unidos e pela União
Europeia, acusa o Irã de estar desenvolvendo um programa nuclear militar
com a desculpa de supostas atividades civis. Teerã, por sua vez, nega
estas acusações, embora também não conceda acesso aos analistas da AIEA -
que averiguam o programa nuclear iraniano há dez anos - para poder dar
garantias sobre os objetivos pacíficos de seu programa nuclear.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/eua-dizem-que-programa-nuclear-do-ira-tem-acoes-provocadoras,2b83416fc883d310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
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