Nós estamos agora, a cerca de um
mês e meio do que pode ser o momento mais perigoso para a humanidade
desde a crise dos mísseis em Cuba.
Nós estamos agora, a cerca de um mês e
meio do que pode ser o momento mais perigoso para a humanidade desde a
crise dos mísseis em Cuba. Não há desculpas para não agir. Todos os
recursos precisam estar focados no tanque de combustível do reator
quatro de Fukushima.
A empresa proprietária de Fukushima, a
Tokyo Electric (Tepco), diz que daqui cerca de 45 dias eles começarão a
tentar remover mais de 1.300 tubos de combustível de um dos tanques que
está bastante danificado a cerca de 50 metros do chão. Este tanque está
em cima de um prédio muito danificado que está afundando, entortando e
pode facilmente cair com o próximo terremoto ou até mesmo sozinho.
As quase 400 toneladas de combustível
naquela piscina podem derramar 15 mil vezes mais radiação do que foi
derramada em Hiroshima.
A única coisa certa sobre essa crise é
que a Tepco não tem os recursos financeiros ou científicos para lidar
com a situação. Nem mesmo o governo japonês. A situação demanda de um
esforço mundial coordenado dos melhores cientistas e engenheiros que
nossa espécie pode prover.
Por que isso é tão sério?
Nós já sabemos que milhares de toneladas
de água muito contaminada estão vazando de Fukushima desde 2011 e indo
direto para o oceano Pacífico. Já foram encontrados cardumes de sardinha
com traços de contaminação na costa da Califórnia... E nós devemos
esperar coisas muito piores.
O governo proibiu a pesca na região após encontrarem peixes com o nível de radioatividade 10 vezes acima do comum.
A Tepco continua a jogar mais e mais
água na região dos três núcleos dos reatores destruídos para de alguma
forma mantê-los resfriados. O vapor que sai destes indica que a fissão
nuclear pode ainda estar ocorrendo no subsolo. Mas ninguém sabe
exatamente onde estes núcleos estão.
Esta água jogada torna-se radioativa ao
entrar em contato com o núcleo. Como não pode ser descartada, sua
maioria está agora armazenada em milhares de enormes porém frágeis
tanques que foram montados com pressa em volta do local. Muitos já estão
vazando. Eles podem simplesmente se desmontar no próximo terremoto,
liberando milhares de toneladas de veneno permanente no Pacífico.
A água que está sendo jogada no local
está prejudicando as bases das estruturas que sobraram, inclusive a do
prédio que suporta o tanque de combustível da unidade quatro.
Mais de 6.000 varas de combustível estão
em um tanque apenas a cinquenta metros da unidade quatro. Algumas
destas contendo plutônio. O tanque não tem nenhuma contenção extra, está
vulnerável à perda do isolamento estrutural, ao colapso de algum prédio
próximo, outro terremoto, outra tsunami e mais.
No geral, mais de 11.000 varas de
combustível estão espalhadas ao redor da Fukushima. De acordo com o
especialista do departamento de energia Robert Alvarez, há cerca de 85
vezes mais césio no local do que o que foi liberado em Chernobyl. Pontos
de radioatividade continuam sendo encontrados em todo o Japão. Há
indicações de áreas com grande incidência de problemas na tireoide de
crianças.
A missão principal é que estas varas de
combustível devem sair de alguma forma com segurança deste tanque de
combustível do reator quatro o mais rápido possível.
Qual o risco que estas varas de combustível apresentam?
O combustível gasto têm de ser mantido
de alguma forma debaixo da água. É revestido em uma liga de zircônio que
irá entrar em ignição espontaneamente se exposto ao ar. Usado por muito
tempo em lâmpadas de flash de câmeras fotográficas, o zircônio queima
com uma chama extremamente clara e quente.
Cada bastão emite radiação o suficiente
para matar alguém próximo a ela em questão de minutos. A ignição de uma
poderia forçar toda a equipe a abandonar o local e deixaria equipamentos
elétricos inutilizados.
De acordo com Arnie Gunderson, uma
engenheira nuclear com quarenta anos de experiência em uma indústria que
fabrica estas varas de combustível, as que estão dentro do reator da
unidade quatro estão tortas, danificadas e trincadas ao ponto de
quebrarem. As câmeras mostraram quantidades preocupantes de destroços no
tanque de combustível, que parece estar bem danificado.
Os desafios de esvaziar este tanque são cientificamente enormes, diz Gundersen. Mas deverá ser feito com 100% de perfeição.
Se a tentativa falhar, as varas podem
ser expostas ao ar e pegar fogo, liberando quantidades horroríficas de
radiação na atmosfera. O tanque pode cair no chão, derrubando as varas
juntas em uma pilha que poderia ativar a fissão e explodir. O resultado
seria uma nuvem radioativa que ameaçaria a segurança e saúde do mundo
todo.
Os primeiros vestígios de radiação que
Chernobyl emitiu chegaram na Califórnia em dez dias. Os vestígios de
Fukushima chegaram em menos de uma semana. Um novo incêndio no tanque de
combustível do reator quatro pode derrubar uma corrente contínua de
radiação venenosa por séculos.
O embaixador aposentado Mitsuhei Murada
diz que se esta operação der errado, "destruiria o ambiente mundial e
nossa civilização. Não é ciência astronômica ou se conecta com debates
sobre plantas nucleares. Esse é um assunto sobre a sobrevivência
humana".
Nem a Tokyo Electric ou o governo do
Japão pode fazer isso sozinho. Não há desculpas para não organizar um
esforço em conjunto mundial dos melhores engenheiros e cientistas
disponíveis.
O relógio está contando e não podemos
evitá-lo. O desfecho de um possível desastre nuclear mundial está quase
batendo na porta. Para ajudar, a melhor coisa que você pode fazer é
passar esta informação para outras pessoas afim de mobilizar e
conscientizar o mundo do perigo que estamos enfrentando e assim
pressionar as autoridades a se organizarem.
Fonte: http://www.averdadecruaenua.com.br/index.php/mundo/item/68-fukushima-podera-se-tornar-em-menos-de-2-meses-o-palco-do-momento-mais-perigoso-da-humanidade
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