No dia 6 de agosto de 1945, os aviadores
do exército americano lançaram a bomba atômica sobre a cidade japonesa
de Hiroshima, que foi arrasada pela gigantesca explosão, matando
milhares de pessoas. Três dias depois, em 9 de agosto, foi a vez de
Nagasaki ser assolada por outra bomba.
Para refrescar um pouco a memória, vale lembra que a bomba de Hiroshima era uma arma de fissão de tipo balístico com 60 quilos de urânio-235. Ela foi lançada pelo avião Enola Gay às 8h15 da manhã daquele dia, explodindo a cerca de 600 metros do solo.
Um pouco da história do acontecimento em Hiroshima está em exposição permanente na própria cidade, no Museu Memorial da Paz. É de lá quem vem algumas descrições, objetos e fatos sinistros sobre o grande desastre e os sobreviventes da tragédia.
Para fins de esclarecimento, no decorrer desse artigo (em alguns itens), são utilizados os termos “epicentro” e “hipocentro”. A diferença entre eles é que o hipocentro de uma explosão é o ponto exato de onde ela se originou (de onde a energia acumulada foi liberada), enquanto o epicentro é a manifestação dela na superfície. Confira os itens abaixo:
Yoshio
Hamada, então com 26 anos, foi exposto à bomba em seu quartel a 900
metros do hipocentro da explosão da bomba. Sua mão esquerda estava no
parapeito da janela quando a bomba explodiu. Os seus dedos médio e
quarto da mão esquerda foram expostos diretamente aos raios de calor e
eles foram tão queimados que a pele e as unhas se desprenderam das
pontas deles.
Ele perdeu cerca de um centímetro das extremidades e, para sempre, estranhas unhas pretas em forma de bastonetes (como da foto) cresceram diretamente a partir da pele na ponta desses dedos atingidos pelos raios de calor e radioatividade.
No entanto, o que é ainda mais curioso é que as unhas continham vasos sanguíneos ativos. Com isso, quando as unhas quebravam, grandes quantidades de sangue saíam delas. E mesmo assim, o mesmo tipo de unha bizarra continuava crescer depois de quebrar.
Aos
34 anos de idade, Toshiko Takagi foi exposta à bomba em seu local de
trabalho a 1.200 metros do hipocentro da bomba atômica. Seu rosto ficou
carbonizado e irreconhecível, mas ela conseguiu encontrar seu caminho
para casa por conta própria.
Já no hospital, Toshiko, em seus delírios de febre, continuou chamando o marido, Takayuki, que ficava ao seu lado. No dia 10 de agosto, ela morreu. Seu corpo foi cremado e seu marido guardou as suas roupas esfarrapadas pelos raios de calor e explosão, que você pode ver na imagem acima.
No
instante em que a bomba atômica foi detonada, criou-se uma superalta
pressão de centenas de milhares de atmosferas no epicentro. O ar ao
redor expandiu-se enormemente, gerando uma poderosa explosão. Mesmo a
500 metros do hipocentro, a pressão era extrema, tendo uma força de 19
toneladas por metro quadrado.
Todas as construções de madeira em um raio de dois quilômetros foram esmagadas. Milhares de vítimas morreram sob casas desabadas. Vidros das janelas que foram estilhaçados pela explosão voaram pelo ar a velocidades enormes, cortando as pessoas ao meio, cegando-as ou penetrando profundamente em seus corpos.
A
poderosa explosão da bomba atômica quebrou janelas e encheu o ar com
estilhaços de vidro. Milhares de pessoas foram vítimas de cacos de vidro
afiados. Akihiro Takahashi achou um pedaço de vidro encravado em sua
unha. Ele danificou os tecidos que produziam a sua unha e depois ela
cresceu também como aquela do primeiro item dessa lista.
Muitas vítimas que tiveram o corpo perfurado por estilhaços de vidro não puderam removê-los devido às péssimas condições de ajuda pós-bombardeio. Mesmo décadas após a tragédia, alguns sobreviventes encontraram pedaços de vidro em seus corpos e conseguiram removê-los cirurgicamente.
A
explosão da bomba atômica foi extremamente poderosa, até mesmo para um
Depósito do Exército, localizado a 2.670 metros do hipocentro. A pressão
da bomba foi tanta, que estas portas de ferro que foram empurradas para
dentro e praticamente amassadas como papel. O telhado também ficou
seriamente danificado.
Quando
a bomba atômica explodiu, as casas que estavam localizadas diretamente
sob o epicentro também explodiram instantaneamente em chamas. Pouco
tempo depois, as chamas queimaram toda a cidade. Todo combustível em um
raio de dois quilômetros do hipocentro foi queimado. Na planície
queimada, tudo tinha derretido com os incêndios e cobriu a área como
lava.
De
20 a 30 minutos após a explosão, a poeira e a fuligem espalhadas no céu
sobre Hiroshima começaram a cair como chuva sobre partes da cidade.
Esta chuva caiu em um raio de cerca de 29 quilômetros a partir do
hipocentro, soltando fuligem radioativa e sujeira que havia sido
explodida no ar.
Esta parede de gesso branco vista na foto acima foi parte de uma casa que ficava a cerca de 3.700 metros do hipocentro. As manchas negras ainda são claramente visíveis. Traços de substâncias radioativas da bomba foram detectados nessas manchas.
Durante a chuva negra, a temperatura caiu drasticamente. Sobreviventes atingidos por ela relataram que tremiam de frio em pleno verão. Muitos também se queimaram e, desesperados por água, beberam aquela da chuva negra que caiu, o que gerou a eles efeitos desagradáveis, além dos que já estavam vivenciando.
Mas essa chuva continha fuligem e outros materiais que tinham absorvido radiação. Por isso, os peixes em tanques e rios morreram. Onde quer que a chuva negra tenha caído, ela levou estrago. Muitos dos que bebiam água de poço sofreram de diarreia por três meses.
Os
sintomas de envenenamento por radiação que apareceram nas pessoas logo
após o bombardeio atômico foram chamados efeitos agudos. E eles
danificaram severamente os corpos das vítimas. A radiação destrói as
células, altera a qualidade do sangue, causa danos na medula e outros
órgãos, causando ainda muitas outras lesões graves.
Qualquer pessoa diretamente exposta à radiação dentro de 1.000 metros do hipocentro recebeu uma pesada dose de risco de morte e a maioria, de fato, que sobreviveu no momento da explosão, morreu poucos dias após a tragédia. Algumas pessoas que pareciam ter saído completamente ilesas começaram a vomitar sangue ou morreram com manchas roxas por todo o corpo.
Os
danos causados pela radiação não se limitaram às semanas ou meses
imediatamente após o bombardeio. As sequelas continuaram a se manifestar
ao longo de décadas. Até o final de 1945, os ferimentos causados pela
bomba atômica pareciam estar curados, mas logo as cicatrizes queloides, a
visão atingida pela catarata, a leucemia e outros tipos de câncer
começaram a aparecer em muitos sobreviventes.
Como Hiroshima foi a primeira bomba atômica da História, ninguém sabia o que esperar da exposição a altos níveis de radiação. Os sobreviventes foram forçados a viver com a ansiedade contínua, sem saber quais os sintomas que podiam aparecer ou quando eles viriam. Nenhum efeito sobre descendentes de sobreviventes foi comprovado.
Sadako
Sasaki tinha dois anos na época do atentado. Ela cresceu saudável e
forte. Dez anos depois do bombardeio, de repente ela desenvolveu
leucemia e morreu após uma batalha de oito meses contra a doença. Em seu
quarto de hospital, Sadako dobrou vários pedaços de papel
incessantemente, expressando seu desejo de viver. Estes que você vê na
imagem acima são alguns dos origamis (do tradicional Tsuru – garça)
feitos por ela.
Sua morte desencadeou uma campanha, principalmente entre o público infantil, para construir um Monumento da Paz pelas Crianças para consolar as almas das crianças mortas pela bomba atômica e lutar por um mundo pacífico. Hoje, milhões de Tsurus de papel feitos por crianças do mundo inteiro são entregues nesse monumento.
Imediatamente
após o atentado, hospitais, escolas e outros edifícios que sobreviveram
ao incêndio foram transformados em estações de “alívio temporário”. Dia
após dia, milhares de sobreviventes iam a esses locais procurar
tratamento. Os medicamentos escassos disponíveis logo foram esgotados,
mas os médicos, enfermeiros e outros voluntários fizeram o seu melhor
para fornecer qualquer tratamento que podiam.
Kits médicos como este foram usados para transportar suprimentos para postos do exército. Este estava em uma garagem no depósito de suprimentos do Exército de Hiroshima a 1.200 metros do hipocentro. Kanichi Sanada, um sargento mestre da higiene da Divisão do Exército, usou o material desse kit para tratar sobreviventes na escola Fuchu, que se tornou uma estação de atendimento.
Para refrescar um pouco a memória, vale lembra que a bomba de Hiroshima era uma arma de fissão de tipo balístico com 60 quilos de urânio-235. Ela foi lançada pelo avião Enola Gay às 8h15 da manhã daquele dia, explodindo a cerca de 600 metros do solo.
Um pouco da história do acontecimento em Hiroshima está em exposição permanente na própria cidade, no Museu Memorial da Paz. É de lá quem vem algumas descrições, objetos e fatos sinistros sobre o grande desastre e os sobreviventes da tragédia.
Para fins de esclarecimento, no decorrer desse artigo (em alguns itens), são utilizados os termos “epicentro” e “hipocentro”. A diferença entre eles é que o hipocentro de uma explosão é o ponto exato de onde ela se originou (de onde a energia acumulada foi liberada), enquanto o epicentro é a manifestação dela na superfície. Confira os itens abaixo:
1 – Unhas pretas
Ele perdeu cerca de um centímetro das extremidades e, para sempre, estranhas unhas pretas em forma de bastonetes (como da foto) cresceram diretamente a partir da pele na ponta desses dedos atingidos pelos raios de calor e radioatividade.
No entanto, o que é ainda mais curioso é que as unhas continham vasos sanguíneos ativos. Com isso, quando as unhas quebravam, grandes quantidades de sangue saíam delas. E mesmo assim, o mesmo tipo de unha bizarra continuava crescer depois de quebrar.
2 – Roupas em farrapos
Já no hospital, Toshiko, em seus delírios de febre, continuou chamando o marido, Takayuki, que ficava ao seu lado. No dia 10 de agosto, ela morreu. Seu corpo foi cremado e seu marido guardou as suas roupas esfarrapadas pelos raios de calor e explosão, que você pode ver na imagem acima.
3 – Danos pela explosão
Todas as construções de madeira em um raio de dois quilômetros foram esmagadas. Milhares de vítimas morreram sob casas desabadas. Vidros das janelas que foram estilhaçados pela explosão voaram pelo ar a velocidades enormes, cortando as pessoas ao meio, cegando-as ou penetrando profundamente em seus corpos.
4 – Fragmentos de vidro
Muitas vítimas que tiveram o corpo perfurado por estilhaços de vidro não puderam removê-los devido às péssimas condições de ajuda pós-bombardeio. Mesmo décadas após a tragédia, alguns sobreviventes encontraram pedaços de vidro em seus corpos e conseguiram removê-los cirurgicamente.
5 – Portas de ferro contorcidas
6 – Danos pelos incêndios
7 – Chuva negra
Esta parede de gesso branco vista na foto acima foi parte de uma casa que ficava a cerca de 3.700 metros do hipocentro. As manchas negras ainda são claramente visíveis. Traços de substâncias radioativas da bomba foram detectados nessas manchas.
Durante a chuva negra, a temperatura caiu drasticamente. Sobreviventes atingidos por ela relataram que tremiam de frio em pleno verão. Muitos também se queimaram e, desesperados por água, beberam aquela da chuva negra que caiu, o que gerou a eles efeitos desagradáveis, além dos que já estavam vivenciando.
Mas essa chuva continha fuligem e outros materiais que tinham absorvido radiação. Por isso, os peixes em tanques e rios morreram. Onde quer que a chuva negra tenha caído, ela levou estrago. Muitos dos que bebiam água de poço sofreram de diarreia por três meses.
8 – Efeitos agudos
Qualquer pessoa diretamente exposta à radiação dentro de 1.000 metros do hipocentro recebeu uma pesada dose de risco de morte e a maioria, de fato, que sobreviveu no momento da explosão, morreu poucos dias após a tragédia. Algumas pessoas que pareciam ter saído completamente ilesas começaram a vomitar sangue ou morreram com manchas roxas por todo o corpo.
9 – Outras sequelas
Como Hiroshima foi a primeira bomba atômica da História, ninguém sabia o que esperar da exposição a altos níveis de radiação. Os sobreviventes foram forçados a viver com a ansiedade contínua, sem saber quais os sintomas que podiam aparecer ou quando eles viriam. Nenhum efeito sobre descendentes de sobreviventes foi comprovado.
10 – Origamis
Sua morte desencadeou uma campanha, principalmente entre o público infantil, para construir um Monumento da Paz pelas Crianças para consolar as almas das crianças mortas pela bomba atômica e lutar por um mundo pacífico. Hoje, milhões de Tsurus de papel feitos por crianças do mundo inteiro são entregues nesse monumento.
11 – Caixa de primeiros socorros
Kits médicos como este foram usados para transportar suprimentos para postos do exército. Este estava em uma garagem no depósito de suprimentos do Exército de Hiroshima a 1.200 metros do hipocentro. Kanichi Sanada, um sargento mestre da higiene da Divisão do Exército, usou o material desse kit para tratar sobreviventes na escola Fuchu, que se tornou uma estação de atendimento.
fonte:http://www.megacurioso.com.br/guerras/44925-11-fatos-sinistros-sobre-o-desastre-e-os-sobreviventes-de-hiroshima.htm?utm_source=facebook.com&utm_medium=referral&utm_campaign=imggrande
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