Pelo menos 16 pessoas morreram na Albânia depois de o país ter sido
atingido na madrugada desta terça-feira por um sismo de magnitude 6,4 na
escala de Richter, noticia a AFP, citando o Ministério da Defesa
albanês. O abalo foi sentido às 4h (3h em Portugal) e fez com que vários
edifícios colapsassem, deixando pessoas soterradas. Há registo de
centenas de feridos.
O epicentro do sismo está localizado a 30km da capital Tirana, a dez
quilómetros de profundidade (considerado superficial), segundo o Serviço
Geológico dos Estados Unidos (USGS). A Albânia regista actividade
sísmica com regularidade e este é o segundo sismo forte a atingir a
região em menos de dois meses.
Dois porta-vozes do Governo disseram à Reuters que os maiores danos em edifícios foram registados em Durres.
Na capital do país, a Reuters viu moradores a fugirem dos seus
apartamentos, alguns deles com bebés nos braços. Há falhas eléctricas em
alguns bairros de Tirana.
O Presidente da Albânia, Ilir
Meta, disse que a situação era dramática, sobretudo na região de
Thumane. “Estão a ser feitos todos os esforços para tirar as pessoas dos
escombros”, afirmou, pedindo ajuda internacional. A ministra da Saúde
albanesa, Ogerta Manastirliu, disse que havia pelo menos 600 pessoas
feridas a receberem tratamento médico em Durres, Tirana e Thumane,
havendo mais a chegar aos hospitais.
O jornalista da televisão albanesa A2TV Blendi Salaj conta ao PÚBLICO
que teve de fugir de sua casa durante a madrugada com os seus filhos,
um de oito anos e outro de quatro meses. “Tivemos uma manhã terrível, os
abalos fortes antes das 4h fizeram com que fugíssemos de casa” na
capital albanesa, diz, por email. “As pessoas foram para a rua e muitos
edifícios colapsaram perto do mar Adriático. A cidade portuária de
Durres foi a mais afectada”, escreve. O jornalista diz ainda que pelo
menos 41 pessoas foram socorridas dos escombros e que são muitas as
pessoas que tentam salvar as outras dos destroços.
O facto de muitos edifícios serem antigos, e estruturalmente frágeis,
em especial na cidade portuária de Durres, terá contribuído para a
severidade dos estragos e para o grande número de vítimas, dizem
especialistas em estruturas e sismos gregos, ouvidos pelo jornal Ekathimerini —
a Grécia é um país vizinho, e preocupado com eventuais réplicas. “A
falha geológica de Durres é um centro sísmico, cuja actividade é
conhecida desde tempos antigos”, disse o
geofísico Konstantinos Papazachos, da Universidade de Tessalónica,
frisando que os danos são atribuíveis sobretudo à má qualidade da
construção. Por outro lado, a “Grécia não corre qualquer perigo”,
assegurou.
Antes do abalo mais forte, houve uma série de sismos
com menos magnitude e, nas últimas horas, houve mais de 100
réplicas. Segundo a BBC, o sismo foi sentido também em Itália e na
cidade sérvia de Novi Sad, a mais de 600km de distância do epicentro. Na
Bósnia, foi sentido um sismo de magnitude 5,4 na escala de Richter, com
epicentro a cerca de 75km a sul da capital, Sarajevo, sem que se tenha
notícia de danos ou ferimentos, diz a Reuters.
A 21 de Setembro, um sismo de magnitude 5,6 na escala de Richter abalou a
Albânia, que é um dos mais pobres da Europa, causando estragos em cerca
de 500 casas. Na altura, o Ministério da Defesa tinha dito que era o
sismo mais forte a afectar a Albânia nos últimos 30 anos.
Fonte: https://www.publico.pt/2019/11/26/mundo/noticia/sismo-magnitude-64-faz-seis-mortos-150-feridos-albania-1895095
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