A cidade de Harbin tem 10 milhões de habitantes e calcula-se
que cerca de 400 pessoas infetadas tenham entrado na cidade vindas da
Rússia. As autoridades receiam que se torne na nova Wuhan.
A China anunciou hoje 11 novos casos de pessoas infetadas com o novo
coronavírus e nenhuma nova morte pelo 11.º dia consecutivo, o que dá
força a uma tendência de que a propagação do vírus está a abrandar no país.
No entanto, cinco dos novos casos ocorreram na província de
Heilongjiang, uma área da fronteira nordeste com a Rússia que sofreu um
aumento de infeções. É nesta província que se localiza a cidade de Harbin.
Com 10 milhões de habitantes, um homem infetou 78 pessoas e lançou o
pânico de um possível novo surto e tornar-se a nova Wuhan, escreve o Observador.
Isto acontece numa altura em que a China tenta regressar à
normalidade após ter imposto várias medidas restritivas para impedir a
disseminação do coronavírus. Pequim já anunciou que vai proibir a partir
de 1 de junho um conjunto de comportamentos considerados “não
civilizados” para melhorar a higiene em locais públicos como medida de combate à pandemia de covid-19.
Espirrar ou tossir sem cobrir o nariz ou a boca e andar sem máscara
em locais públicos, em caso de doença, são comportamentos que passam a
fazer parte de uma nova lista de infrações na capital chinesa.
Wuhan, na província de Hubei, foi o epicentro
inicial do surto e conta hoje com 82.816 casos confirmados. O número de
infetados na cidade tem crescido lentamente nos últimos tempos. “A China não autoriza encobrimentos”, atirou o Governo chinês, assegurando que os números divulgados são os verdadeiros.
Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês admitiu
que houve “atrasos e omissões” no registo das vítimas, mas assegurou ter
havido uma “resposta irrepreensível” ao surto. Ainda assim, logo no
fim-de-semana seguinte a estas declarações, 18 funcionários políticos
foram despedidos por não conseguirem evitar o novo surto em Harbin.
Assim que a China começou a reabrir as fronteiras, calcula-se que cerca de 400 pessoas infetadas tenham entrado na cidade vindas da Rússia.
O medo que a situação se descontrole até já levou as autoridades a
pagarem 260 euros para que os cidadãos denunciem pessoas que sejam
vistas a regressar sem passar pelo pontos de controlo.
“Não vou nunca mais levar a minha filha ou meus pais lá fora. Se
precisarmos de comida ou vegetais, deixamos o meu marido comprá-lo no
caminho de volta”, disse à Reuters uma moradora de 34 anos de Harbin.
Os que chegam à cidade vindos do estrangeiro têm de ficar 28 dias em quarentena e fazer dois testes para a covid-19.
https://zap.aeiou.pt/harbin-nova-wuhan-relancar-surto-321256
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