(Ashlee Gray/Getty Images)
O site Livescience, que possui foco em notícias de cunho
científico, iniciou uma investigação em um grupo privado no Facebook
após um colecionador americano ter publicado uma história bizarra
acerca de um crânio histórico em sua visita à Tunísia. Além do relato do
rapaz, que afirmou ter roubado a peça durante uma reforma da catacumba
de Sousse no país, em 2013, havia um anúncio no valor de US$ 550 (quase
R$ 3 mil) por ela.
Entretanto,
o grupo foi invadido por um repórter infiltrado do site que acabou se
passando como uma pessoa interessada na peça. Dessa forma, descobriu-se
que por lá eram negociados diversos tipos de restos humanos. O mais
estranho na história toda era a forma como os anúncios eram realizados,
já que quase nunca haviam informações sobre a origem do material, o que
levantou de imediato um questionamento sobre como eles eram adquiridos.
Segundo
o site, o mesmo saqueador da catacumba de Sousse, que reside em
Washington, teria vendido outros restos humanos pelo Facebook. Conforme
perguntas mais específicas foram sendo direcionadas a ele, pelo
repórter, as respostas paravam de chegar; o anúncio acabou sendo
excluído posteriormente.
Venda proibida
A
venda de restos humanos, mesmo que tenham sua origem reconhecida, como
por exemplo, vir de faculdades de medicina, é proibida na maioria dos
estados americanos. Nesse sentido, o grupo clandestino possui, além de
inconformidade com a lei, um comportamento estranho. O crânio relatado
acima é apenas uma das bizarrices encontradas por lá.
(Yann Schaub/Unsplash)
Muitas
pessoas procuram por restos de fetos, bebês e crianças. Um comprador
escreveu uma publicação em que dizia estar "procurando peças ou órgãos
esqueléticos de crianças". A investigação mostrou que haviam muitos à
venda. Infelizmente, nem compradores e vendedores discutiam o motivo de
estarem interessados em restos de crianças e fetos.
Outros anúncios permeiam o grupo e os preços variam. Crânios de origem
desconhecida são vendidos por cerca de US$ 1,3 mil. Uma criança
mumificada,
que o vendedor alegou ter seis anos quando morreu há alguns séculos
atrás, estava à venda por 11 mil euros (cerca de R$ 65 mil).
Além
da falta de explicações com relação à origem dos restos humanos, há
também um outro debate em voga. O caso do roubo do crânio da Tunísia
representa um desfalque da peça à história. Alguns países já instauraram
em suas respectivas legislações duras penas para quem saquear sítios arqueológicos ou atrapalhar as pesquisas.
O Facebook ainda não possui políticas mais efetivas com relação à proibição dessa prática em sua plataforma. O Livescience
entrou em contato com a rede social, que prometeu tomar medidas
cabíveis contra os responsáveis dos grupos. Por enquanto, apenas três
grupos privados do tipo foram excluídos.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115121-cranios-e-restos-humanos-sao-vendidos-em-grupo-no-facebook.htm
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