Enquanto a OMS prevê um número final de 87 mil mortes em
145 milhões de casos de infeção, uma taxa muito baixa de mortalidade por
casos, um modelo da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres
(LSHTM) sugere mais de um milhão de mortes, mesmo com medidas de
contenção
Os países africanos devem preparar-se para proteger pessoas
vulneráveis e introduzir medidas de distanciamento social devido à
incerteza que ainda existe sobre o impacto da pandemia covid-19 no
continente, aconselha um relatório do Instituto Tony Blair.
O
estudo “Planeando o Pior e Esperando pelo Melhor: Previsão da Covid-19
para a África Subsaariana”, do Instituto para a Transformação Global,
fundado pelo antigo primeiro-ministro britânico, contém uma análise de
cinco combinações de intervenção governamental e compara os respetivos
impactos com base na trajetória de 18 países da África Subsaariana,
incluindo Angola e Moçambique.
Os autores, OB Sisay, Maryam
Abdullah e Elizabeth Smith, concluem que a melhor opção é uma combinação
de 20% de distanciamento social e 80% de proteção de pessoas
vulneráveis, isto é, restringindo o movimento ou limitando os contactos
entre pessoas com o uso de máscaras ou evitando ajuntamentos e manter
idosos, diabéticos, hipertensos, entre outros, em isolamento.
Esta
estratégia, calcularam, pode ajudar a cortar para metade o número de
mortos (52%), reduzir o número de casos de infeção em 31%, reduzir o
pico de hospitalizações em 66% e o uso de camas em cuidados intensivos
em 67%.
Em África, há mais de 12 mil mortos confirmados em mais
de 520 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes
sobre a pandemia naquele continente.
Enquanto a OMS de África prevê um número final de 87 mil mortes em 145 milhões de casos de infeção com o novo coronavírus — uma taxa muito baixa de mortalidade por casos —,
um modelo da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM),
que analisa 18 países da África Subsaariana, sugere mais de um milhão de
mortes, mesmo com medidas de contenção.
“Atualmente, os números
para África parecem relativamente baixos”, admite Tony Blair, num
comunicado, admitindo que “pode ser que, como alguns sugerem, o tipo de
vírus seja mais fraco ou a população jovem da África seja mais
resistente”.
Porém, acrescenta, “também pode ser simplesmente um desfasamento temporal, e a doença pode começar a acelerar”.
https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/covid-19-pa%c3%adses-africanos-devem-preparar-se-para-acelera%c3%a7%c3%a3o-da-pandemia-avisa-instituto-de-tony-blair/ar-BB16zH0D?li=BBoPWjC
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