As plataformas de gelo da Antártida
podem desaparecer de um momento para outro. Essa é a conclusão de um
novo estudo publicado na última quarta-feira (26) na revista Nature.
Segundo os pesquisadores, cerca de 50% a 70% das gigantescas
plataformas que mantêm as geleiras da Antártida em seu lugar podem
rachar e derreter em ondas de degelo.
De acordo com a pesquisa, o aquecimento da amosfera
do planeta ameaça acelerar o recuo da camada de gelo do inóspito
continente, aumentando o derretimento da superfície e facilitando o
surgimento das chamadas "hidrofraturas", onde a água derretida flui para
dentro, causando mais rupturas que irão acelerar o colapso total da
plataforma.
Esse fenômeno pode determinar o desaparecimento das plataformas de
gelo da Antártida em um tempo surpreendentemente rápido, às vezes em
questão de horas ou até em minutos, dependendo da forma pela qual a água
derretida irrompe através das rachaduras em sua superfície.
Avaliação dos cientistas
Formação de fraturas nas plataformas de gelo (Fonte: Shutterstock)
A avaliação dos cientistas é de que pelo menos metade dessas massas
de gelo flutuantes da Antártida são vulneráveis a esse processo e podem
estar com seus dias contados. Com o seu colapso, as geleiras correm o risco de fluir rapidamente para a água, encolhendo o continente e acelerando a elevação do nível do mar.
O autor principal da pesquisa, Ching-Yao Lai, pesquisador de
pós-doutorado no Departamento de Geologia Marinha e Geofísica do
Observatório Terrestre Lamont-Doherty da Universidade de Columbia em
Nova Iorque, destaca que "onde o derretimento acontece também é importante".
Ele explica que algumas plataformas de gelo, por flutuar em águas
abertas, não diminuem a velocidade do deslizamento das geleiras em
direção ao mar simplesmente porque não há uma massa de terra para elas
se apoiarem.
Mas aquelas confinadas em baías e golfos constituem barreiras físicas
contra a qual as geleiras se movem lentamente. É sobre essas
estruturas, chamadas de "plataformas de de reforço" que Lai e seus
colegas concentraram sua pesquisa, buscando fixar quais delas têm maior
probabilidade de desmoronar.
Infelizmente, os algoritmos criados para reconhecer fraturas apontaram grandes riscos naquelas plataformas de reforço.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115855-mais-da-metade-das-placas-de-gelo-da-antartida-pode-desaparecer.htm
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