A partir do momento em que Vladimir Putin reconheceu a soberania das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, as reacções e as sanções multiplicaram-se.
A Comissão Europeia deverá condicionar as relações económicas entre a União Europeia e as duas regiões separatistas, prevendo também o congelamento de bens de dois bancos privados russos.
Os Estados Unidos da América repetem as sanções a dois bancos russos, alargando as sanções às “elites russas e respectivas famílias”.
Na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz anunciou que vai interromper o processo de certificação do gasoduto Nord Stream 2, para distribuição de gás natural russo à Alemanha. Mas o impacto real de decisões como esta é reduzido.
Os analistas da X-Trade Brokers, a XTB, sublinham esta ideia e indicam que o impacto é limitado e que várias sanções anunciadas, até agora, “são apenas simbólicas“.
“É uma lista de sanções longa mas a maioria dessas sanções não terá um impacto material sobre a economia russa”, indicam os especialistas da XTB.
Sobre a suspensão do processo do Nord Stream 2, “não se pode excluir que a suspensão seja levantada mais cedo ou mais tarde”.
E as sanções aos dois bancos russos não envolvem os maiores bancos da Rússia: Sberbank e VTB Bank.
As sanções teriam de ser outras, para travar realmente Putin. Mas há um problema: “Quaisquer medidas que resultam num maior impacto na economia russa também significariam um impacto negativo nas economias ocidentais”.
As sanções mais fortes seriam outras duas: deixar de importar energia proveniente da Rússia – e esta seria “o maior golpe para a economia russa” – sanções aos dois bancos russos já mencionados.
No entanto, os países do Ocidente também seriam muito afectados. A suspensão na importação de energia “não está sequer a ser considerada”; aliás, o maior receio é que pode ser Putin a anunciar essa suspensão, o que aumentaria muito os preços da energia na Europa. E as sanções aos maiores bancos iriam também interferir nos investimentos ocidentais na Rússia.
https://zap.aeiou.pt/sancoes-russia-economia-ocidente-464192
Nenhum comentário:
Postar um comentário