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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A ria de Aveiro (Portugal) terá duas aberturas para o mar em 2040, se nada for feito

Há mais de mil anos, a região de Aveiro era uma baía. Havia praia onde hoje se encontra a ria que marca a paisagem da região.

Séculos de sedimentos trazidos pelo rio Douro para o mar ajudaram a construir as línguas de areia e o actual ecossistema.

Mas desde o século XX que é o mar que está a roubar terra. Até 2040, esta erosão vai continuar e as praias junto de Aveiro poderão perder até cerca de três metros por ano, mostra um modelo matemático aperfeiçoado por um cientista português. E é quase certo que a ria terá uma segunda ligação ao mar.

A região litoral entre Espinho e o cabo Mondego e a costa Sul algarvia, entre Ancão e Monte Gordo, são as duas zonas de Portugal continental mais vulneráveis à erosão costeira. Carlos Coelho, engenheiro de formação e investigador do Departamento de Engenharia da Universidade de Aveiro, aperfeiçoou um modelo de erosão costeira e estimou a quantidade de terra que desaparecerá até 2040 entre Esmoriz e Furadouro (12 quilómetros de costa a norte de Aveiro) e entre Vagueira e Mira (16 quilómetros de litoral, a sul de Aveiro).

Nos últimos 52 anos, a costa já recuou 73 metros perto de Vagueira e 120 metros abaixo de Esmoriz. Mas a erosão não vai parar. "Nas zonas mais gravosas, entre Maceda e Furadouro [a norte de Aveiro] e Labrego e o Poço da Cruz [a sul de Aveiro], os valores médios resultantes do modelo rondam os três metros por ano", diz Carlos Coelho. Ao fim de outro meio século, uma erosão com esta intensidade traduzir-se-á em 150 metros a menos de terra.

O investigador não gosta de dar números absolutos resultantes dos modelos utilizados para o estudo. O doutoramento, que terminou em 2005 em Aveiro, foi passado a desenvolver um novo modelo baseado num modelo norte-americano criado no final da década de 1980. "Todos os fenómenos associados à linha costeira são complexos", refere o cientista. É preciso ter em conta os sedimentos que estão em suspensão, a ondulação, as marés, as correntes marítimas ou a areia. "Há muitos factores que não se conseguem traduzir matematicamente." Por isso, os resultados são sempre limitados.

Carlos Coelho continuou a trabalhar neste tema e resolveu testar quatro cenários para 2040. No primeiro, assumiu uma ondulação futura igual às dos registos entre 1971 e 2000. No segundo, teve em conta uma mudança da ondulação devido às alterações climáticas. No terceiro, além da mudança na ondulação, acrescentou uma subida do nível do mar de 42 centímetros; e no último elevou esta subida para 64 centímetros.

As consequências das alterações climáticas, testadas nos três últimos cenários, contribuirão para apenas cinco a 10% no recuo da costa. "No nosso litoral, o principal problema não é a subida do nível médio do mar", conclui o cientista. Graças às barragens, à regularização dos cursos de água, às dragagens ou à exploração dos materiais inertes, houve uma redução drástica dos sedimentos vindos dos rios - cerca de 85% no último século. É a falta destes sedimentos que está a afectar o litoral.

Os primeiros resultados obtidos por Carlos Coelho e colegas, que serão publicados na revista Journal of Coastal Research, indicam a possibilidade de uma grande mudança na ria de Aveiro. A juntar à actual ligação permanente junto à praia da Barra, haverá uma segunda abertura para o mar, a sul da povoação de Labrego. No primeiro modelo, o mar junto a Labrego avançará terra adentro cerca de 300 metros, alcançando a ria em 2040. "Partindo do pressuposto de que não haverá intervenção do homem, a probabilidade de isso acontecer é enorme", diz. Essa ligação, acrescenta, mudaria a salinidade, as correntes e a biodiversidade da ria.

Em 2002 e 2011, temporais de Inverno fizeram o mar galgar a areia e atingir a ria. Depois, reconstruíram-se as dunas. É isso que o cientista prevê para as próximas décadas, se houver dinheiro: reconstrução das dunas, protecção da costa nas zonas urbanizadas para evitar inundações ou até a artificialização de praias, com pontões e areia, que se irão esfumando se nada for feito.

Mas, na zona acima de Furadouro, sem interesse urbano, o mais certo é o mar ganhar terreno à floresta. "Ou a costa vai recuar ou artificializar-se." Seja como for, uma coisa é certa, em 2040 o litoral será diferente.

Fonte: http://www.publico.pt/Ciências/a-ria-de-aveiro-tera-duas-aberturas-para-o-mar-em-2040-se-nada-for-feito-1570417

2 comentários:

  1. 3gerra mundial 3bilhoes de mortos O loco MEUUUUU!!!!!!!!!

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  2. Meus caros idiotas sem querer generalizar pra que uma guerra nuclear,se a coitada da nossa terra há muito que vem sendo bombardeada pelas barbaridades do homen.Cade as abelhas sumiram os animais que saem dos seus hábitat descendo as montanhas,os poderosos com seus agro tóxicos acabando com as plantas.Ja esta ficando escasso o que a gente come.PRA QUE UMA NUCLEAR!!!!!!!!!!!

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