Em 2009, as pesquisas nesta matéria foram retomadas por encargo do Ministério da Defesa da Rússia.
Trata-se
de um programa integral especial destinado à criação de armas
hipersônicas. A entidade principal incumbida de levar a efeito os
trabalhos do projeto é a corporação de Armamentos de Mísseis Táticos. Na
Rússia, o desenvolvimento do hipersom não constitui algo
conceitualmente novo, pois as pesquisas neste domínio foram realizadas
ainda no século passado, assinala o editor-chefe do jornal Nezavisimoye
Voyennoye Obozreniye (Resenha Militar Independente), Viktor Litovkin:
"Na
época soviética, havia projetos muito promissores, mas devemos nos dar
conta de que passou bastante tempo. Aqueles projetos ficaram tão só
projetos, porquanto não havia dinheiro para sua materialização. Aliás,
não havia também necessidade especial para tal... Mas presentemente,
quando no Ocidente está sendo desenvolvido este tipo de armamentos, não
podemos permanecer de braços cruzados, porque em determinadas
circunstâncias estas armas poderiam ser dirigidas contra nós. Por isso,
devemos criar algo nosso, utilizando a experiência dos desenvolvimentos
realizados antes da década de 1990. Naturalmente, dali passaram mais de
vinte anos, durante os quais apareceram novos materiais, software e
equipamentos eletrônicos do hardware, assim como novos conceitos de
criação de armamentos – tudo isso vamos tomar em conta".
De
acordo com estimativas de especialistas, os mísseis hipersônicos
poderão desenvolver uma velocidade incrível – dez ou mesmo mais vezes
maior da do som (1.200 km/h). Semelhantes armas não são destinadas à
defesa antimísseis, mas sim à superação desta, especifica o vice-diretor
do Instituto de Análise Política e Militar, Alexander Khramchikhin:
"São
armas de ataque, não são de defesa antiaérea nem antimísseis. Sua
vantagem consiste, antes de mais nada, em grande velocidade. Se tais
armas estão sendo criadas, é pouco provável que alguém possa controlar
quais ogivas seriam instaladas neles. Embora, no fundo, devido a alta
velocidade, esse armamento possui tal energia cinética que não
necessita, em princípio, de portar ogivas nucleares nem mesmo
convencionais, podendo destruir alvos precisamente pela energia do
golpe".
Sabe-se
que os EUA estão efetuando desenvolvimentos em matéria de armas
hipersônicas, o que lhes abre uma perspectiva de criarem um míssil
multifuncional antes de 2015 ou 2018. A Rússia não vai procurar
ultrapassar os EUA para criar este tipo de armas antes de 2015 ou 2016,
esclarece Viktor Litovkin:
"Ainda
não é um fato consumado que os EUA teriam, para 2015, armas
hipersônicas capazes de funcionar. E não se trata simplesmente das armas
mas sim dos sistemas de armamentos. Pois, os elementos de armas não
integrados em sistemas são incapazes, hoje em dia, de desempenhar
qualquer papel no campo de batalha. Por exemplo, o avião dotado de tal
míssil tem um maior potencial. Enquanto o míssil desprovido de veículo
portador não tem potencial algum, se não pode ser lançado a partir de um
bombardeiro de grande alcance ou um submarino. Devem existir sistemas
integrados de armamentos – não só portadores dessas armas mas também
sistemas de controle e de detecção de alvos, para além de muitos outros
componentes que fazem parte do conceito de sistema de combate. Por isso,
vamos criar nossos próprios sistemas de armas hipersônicas".
Ora,
os especialistas russos defrontam-se com um desafio nada fácil de
realizar. No entanto, o programa especial a ser elaborado determinará os
pontos de referência exatos para o trabalho simultâneo em várias
direções. Desenvolvimentos neste domínio possibilitarão criar sistemas
de armas com propriedades conceitualmente novas.
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2013_05_12/Na-R-ssia-ser-desenvolvido-programa-de-armas-hipers-nicas/
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