Um
novo estudo em ecossistemas improvisados mostrou que há “genes-chave”
que determinam a sobrevivência de várias espécies ao mesmo tempo.
As espécies-chave referem-se a animais ou plantas cujo impacto no ecossistema é desproporcionalmente grande relativamente à sua abundância relativa.
Num novo estudo publicado na Science, os investigadores descobriram a existência de um “gene-chave” — e esta revelação pode ter implicações na forma como os cientistas interpretam os ecossistemas.
A descoberta foi feita após a construção de vários ecossistemas em miniatura que continham quatro espécies cada, nota a Scientific American.
No fim da cadeia alimentar estava a Arabidopsis thaliana, uma pequena planta que é muito usada nos estudos de biologia. Em cada ecossistema, a planta serviu de alimento a duas espécies de afídios, que por sua vez alimentaram uma vespa parisitoide.
Cada ecossistema continha múltiplas plantas. Em alguns sistemas, as plantas eram geneticamente idênticas enquanto que noutras foram introduzidas variações genéticas ao ligar-se ou desligar-se três genes — MAM1, AOP2 e GSOH — em várias combinações.
Como os investigadores esperavam, os ecossistemas com plantas com maior diversidade genética eram mais estáveis. Por cada planta com uma composição genética diferente que eram colocada no ecossistema, a taxa de extinção dos insetos caiu quase 20% em comparação às monoculturas.
Aquilo que surpreendeu a equipa foi o facto de esta resultado parecer estar apenas dependente de um gene — o AOP2. Basicamente, se se mudar o alelo do AOP2, perdemos os insetos.
Aumentar a diversidade genética ajudou os insetos porque aumentou a probabilidade dos afídios encontrarem plantas com esta variante genética crítica.
Os cientistas também não esperavam o mecanismo através do qual o alelo do AOP2 impactou os afídios, que permitiu às plantas crescer mais rápido e, consequentemente, fez com que os animais também crescessem a um ritmo mais elevado.
“Mostrar que o único gene pode reorganizar redes ecológicas é um exemplo muito bom do que acontece quando se junta a genética a investigações ecológicas avançadas. Este é o primeiro tipo de estudo assim e imagino que hajam muitos para vir”, revela Rachel Germain, cientista que não esteve envolvida no estudo.
Já há muito que se sabe que os ecossistemas diversos são mais estáveis e que as espécies mais geneticamente diversas têm uma maior probabilidade de sobrevivência, visto que se adaptam mais facilmente a um ambiente em mudança.
As novas descobertas mostram que esta diversidade pode ser crítica para a sustentabilidade dos ecossistemas. Se variações genéticas específicas forem extintas, não são só das populações com esses genes que se extinguem, mas sim outras que destas dependam.
https://zap.aeiou.pt/unico-gene-chave-extincao-especies-470974
As espécies-chave referem-se a animais ou plantas cujo impacto no ecossistema é desproporcionalmente grande relativamente à sua abundância relativa.
Num novo estudo publicado na Science, os investigadores descobriram a existência de um “gene-chave” — e esta revelação pode ter implicações na forma como os cientistas interpretam os ecossistemas.
A descoberta foi feita após a construção de vários ecossistemas em miniatura que continham quatro espécies cada, nota a Scientific American.
No fim da cadeia alimentar estava a Arabidopsis thaliana, uma pequena planta que é muito usada nos estudos de biologia. Em cada ecossistema, a planta serviu de alimento a duas espécies de afídios, que por sua vez alimentaram uma vespa parisitoide.
Cada ecossistema continha múltiplas plantas. Em alguns sistemas, as plantas eram geneticamente idênticas enquanto que noutras foram introduzidas variações genéticas ao ligar-se ou desligar-se três genes — MAM1, AOP2 e GSOH — em várias combinações.
Como os investigadores esperavam, os ecossistemas com plantas com maior diversidade genética eram mais estáveis. Por cada planta com uma composição genética diferente que eram colocada no ecossistema, a taxa de extinção dos insetos caiu quase 20% em comparação às monoculturas.
Aquilo que surpreendeu a equipa foi o facto de esta resultado parecer estar apenas dependente de um gene — o AOP2. Basicamente, se se mudar o alelo do AOP2, perdemos os insetos.
Aumentar a diversidade genética ajudou os insetos porque aumentou a probabilidade dos afídios encontrarem plantas com esta variante genética crítica.
Os cientistas também não esperavam o mecanismo através do qual o alelo do AOP2 impactou os afídios, que permitiu às plantas crescer mais rápido e, consequentemente, fez com que os animais também crescessem a um ritmo mais elevado.
“Mostrar que o único gene pode reorganizar redes ecológicas é um exemplo muito bom do que acontece quando se junta a genética a investigações ecológicas avançadas. Este é o primeiro tipo de estudo assim e imagino que hajam muitos para vir”, revela Rachel Germain, cientista que não esteve envolvida no estudo.
Já há muito que se sabe que os ecossistemas diversos são mais estáveis e que as espécies mais geneticamente diversas têm uma maior probabilidade de sobrevivência, visto que se adaptam mais facilmente a um ambiente em mudança.
As novas descobertas mostram que esta diversidade pode ser crítica para a sustentabilidade dos ecossistemas. Se variações genéticas específicas forem extintas, não são só das populações com esses genes que se extinguem, mas sim outras que destas dependam.
https://zap.aeiou.pt/unico-gene-chave-extincao-especies-470974
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