Na última sexta-feira (10), os engenheiros da Organização Europeia para a Pesquisa
Nuclear (CERN) quebraram um recorde mundial ao acelerar um feixe de partículas a 6,5 trilhões de eletrovolts (TeV) – número 60% maior do que o recorde anterior, também do CERN, de 4 trilhões de eletrovolts.
Em 5 de abril, o Grande Colisor de Hádrons foi religado pela primeira vez em mais de dois anos. Quatro dias depois, seus engenheiros aumentaram a energia da máquina, mantendo o feixe de 6,5 TeV por mais de 30 minutos antes de direcionar os prótons a um bloco de grafite.
"Essa é uma marca importante, mas é apenas o meio do caminho até chegarmos às emissões de 13 TeV, nosso objetivo real", afirma Giulia Papotti, engenheira chefe do Grande Colisor de Partículas. "Se queremos encontrar algo novo na física de partículas, teremos que buscar onde ninguém procurou antes. Essa é a ideia de continuar aumentando a energia", disse Papotti.
Agora, os engenheiros preparam a máquina para manter dois feixes seguros e estáveis, um em cada direção, por várias horas seguidas. "Durante as colisões, iremos disparar o feixe continuamente de seis a dez horas, até que ele não consiga mais se colidir com as partículas."
Nas próximas semanas, os engenheiros irão se assegurar de que os sistemas de hardware e software funcionam e terminar de definir os parâmetros da máquina e do feixe.
Papotti diz que pode haver algumas surpresas desagradáveis no processo de fazer o Grande Colisor de Hádrons voltar a funcionar. "Podem existir, por exemplo, problemas para manter o feixe estável.
Também não sabemos quantas vezes os imãs irão se desgastar, perdendo seu estado de supercondução", afirma a cientista.
Com o novo recorde e as primeiras colisões entre prótons próximas de serem realizadas, os físicos do CERN estão perto de explorar uma nova fronteira energética.
"Com esse grau de energia, as colisões têm o potencial de criar partículas que nunca foram vistas em um laboratório. Descobrir novos fenômenos físicos é o sonho de todo físico, é o que estamos aqui para fazer", diz a pesquisadora.
Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/2015/04/grande-colisor-de-hadrons-quebra-recorde-mundial-de-geracao-de-energia.shtml
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