Os astrônomos acreditam ter observado os primeiros sinais potenciais
de matéria escura interagindo com uma força diferente da gravidade. Isso
significa que ela pode não ser tão “escura” assim.
Uma equipe internacional de cientistas, liderada por pesquisadores da
Universidade de Durham, Reino Unido, fez a descoberta usando o
telescópio espacial Hubble e o Very Large Telescope do Observatório
Europeu do Sul para ver a colisão simultânea de quatro galáxias
distantes no centro de um aglomerado de galáxias a 1,3 bilhão de
anos-luz da terra. Os pesquisadores disseram que um aglomerado de
matéria escura parecia estar ficando para trás da galáxia que
originalmente rodeava.
Segundo os especialistas, a matéria escura estava deslocada 5 mil
anos-luz de sua galáxia, uma distância que a sonda Voyager da NASA
levaria 90 milhões de anos para viajar.
Outras interações
Tal afastamento é previsto durante as colisões se a matéria escura
interagir, mesmo ligeiramente, com outras forças além da gravidade. As
simulações de computador mostram que o atrito extra a partir da colisão
faria a matéria escura desacelerar e, eventualmente, ficar para trás.
Os cientistas acreditam que existem aglomerados de matéria escura no
interior de todas as galáxias. Ela é chamada de “escura” porque interage
somente com a gravidade e, portanto, seria invisível.
Ninguém sabe ao
certo o que é a matéria escura, mas acredita-se que ela ocupe 85% da
massa do universo.
Sem o efeito restritivo da gravidade extra da matéria escura,
galáxias como a nossa Via Láctea iriam se desfazer enquanto giram. No
último estudo, os pesquisadores foram capazes de “ver” o aglomerado de
matéria escura por causa do efeito de distorção que a sua massa tem
sobre luz das galáxias ao fundo – uma técnica chamada de lente
gravitacional.
Os pesquisadores acrescentam que o achado potencialmente exclui a
teoria padrão da matéria escura, na qual ela interage apenas com a
gravidade.
“Nós costumávamos pensar que a matéria escura ficava lá, cuidando da sua
própria vida. Mas se ela realmente desacelerou nesta colisão, podemos
ter visto a primeira evidência dinâmica de que a matéria escura
‘percebe’ o mundo ao seu redor. A matéria escura pode não ser
completamente ‘escura’ no fim das contas”, afirma o autor principal do
estudo, Richard Massey, da Universidade de Durham.
Fonte: http://hypescience.com/materia-escura-nao-e-tao-escura-assim/
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