Segundo Gilberto Occhi, da Integração, número pode subir para 100.
Situação de reservatórios no NE e SE é crítica, segundo o governo.
Para o governo, a situação nos reservatórios do Nordeste e do Sudeste, mesmo após o período de chuvas, ainda é crítica. A ministra do Meio Ambiente chamou a atenção para a necessidade de a população economizar água.
Nobre afirmou na entrevista coletiva que o volume de chuva na última estação chuvosa no Sudeste, entre outubro do ano passado e março deste ano, correspondeu a cerca de 75% da média histórica.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o governo lançará ainda neste ano o Plano Nacional de Adaptação, voltado para a segurança hídrica, ligado ao Grupo Interministerial de Mudanças do Clima.
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/04/ministro-diz-que-100-cidades-no-ne-estao-em-colapso-hidrico.html
Situação de reservatórios no NE e SE é crítica, segundo o governo.
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, afirmou nesta
quarta-feira (1º) que 56 cidades no Nordeste estão em situação de
"colapso" no abastecimento de água. Ele participou de uma entrevista
coletiva com demais representantes do governo para apresentar dados
sobre os reservatórios e a segurança hídrica no país, principalmente nas
regiões mais críticas, Nordeste e Sudeste, após o período das chuvas.
Segundo os dados apresentados, mesmo após as chuvas, a situação dos
reservatórios nessas regiões ainda é crítica.
Ao falar especificamente sobre o Nordeste, Occhi disse que há
racionamento no fornecimento de energia nos municípios em colapso e em,
algumas cidades, a população tem serviço de abastecimento de água a
cada 15 dias.
Inicialmente, ele havia dito que cerca de 100 cidades estavam em
situação de “colapso” hídrico. Questionado sobre os detalhes, o ministro
informou que, na realidade, 56 cidades do Nordeste estão nessa
situação. No entanto, segundo o ministro, o governo está fazendo um
levantamento e o número de cidades em colapso no fornecimento de água
pode subir para 105.
“Identificamos 56 cidades que hoje estão em colapso, sendo atendidas
pelas prefeituras ou pelos governos estaduais. Nenhuma dessas é atendida
pelo governo federal, mas como a situação está se ampliando, o governo
federal pediu um levantamento e nós podemos chegar, dentro de uma
avaliação, ao número de 105 cidades que estão ou poderão estar [em
colapso]”, afirmou.
"As chuvas passaram seu período de maior intensidade, temos uma
permanente preocupação com região Nordeste, por conta da escassez
hídrica", continuou Occhi. Ele afirmou que entre 6,5 mil e 7 mil
carros-pipa têm fornecido água para as cidades da região.
Além do ministro, participaram da coletiva a ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente
Andreu, e o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastre Naturais, Carlos Nobre. Eles apresentaram à imprensa as
conclusões de uma reunião que fizeram mais cedo sobre a situação do
abastecimento de água no país após o período chuvoso, de outubro a
março.
Reservatórios
Para o governo, a situação nos reservatórios do Nordeste e do Sudeste, mesmo após o período de chuvas, ainda é crítica. A ministra do Meio Ambiente chamou a atenção para a necessidade de a população economizar água.
"As pessoas têm que ter a consciência de que o fato de ter chovido
muito, mesmo entrando no período do inverno, ainda há o desafio de
recuperar os reservatórios, porque o que choveu não foi suficiente para
recuperar os reservatórios", ponderou Izabella Teixeira.
Ela comentou especificamente sobre o nível do sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo.
Segundo ela, o volume de água retirado do Cantareira está em um terço
do que é retirado normalmente. Ao ressaltar as "condições atípicas", ela
afirmou que mesmo com as chuvas recentes, a recuperação do sistema será
parcial.
Ao avaliar a situação dos reservatórios do Nordeste e do Sudeste, o
presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo, disse
que o quadro é “crítico”, apesar das chuvas registradas em fevereiro e
março.
Ele destacou a “recuperação” de alguns reservatórios, como o do Sistema
Cantareira, em São Paulo, mas enfatizou que as vazões médias diárias
ainda estão abaixo das médias históricas. Ele ressaltou que o sistema
responsável por abastecer a Grande São Paulo, por exemplo, está com –
11% do volume útil (excluindo a reserva técnica, chamada volume morto).
“Com as quantidade de água chegando aos reservatórios, os quadros são
de que todos os reservatórios continuam críticos. Ou seja, as medidas
que foram adotadas até aqui no controle da redução das vazões dos
reservatórios e dos rios devem ser mantidas e acompanhadas para que –
dada a imprevisibilidade em relação à chuva – possamos garantir
segurança hídrica para as populações”, disse.
Guillo citou ainda a "recuperação significativa" do reservatório de
Três Marias (MG), no Rio São Francisco, com as chuvas dos últimos
meses, mas disse que o percentual de 20% de água ainda é "muito baixo". O
presidente da ANA informou também que a captação de água no rio Paraíba
do Sul (RJ), com limite de 250 metros cúbicos por segundo, foi reduzida
pela metade, e chegou a 130 metros cúbicos por segundo.
Sudeste
Nobre afirmou na entrevista coletiva que o volume de chuva na última estação chuvosa no Sudeste, entre outubro do ano passado e março deste ano, correspondeu a cerca de 75% da média histórica.
Segundo ele, na primeira parte da estação, de outubro a janeiro, as
chuvas ficaram bem abaixo da média. Em fevereiro e março, porém, o
índice normalizou.
"O quadro atual é: as chuvas de outubro, período chuvoso, até março,
foram em torno de 70% a 75 % dos valores médios históricos, com chuvas
dentro da média nos meses de fevereiro e março, e muito abaixo da média
de outubro a janeiro", enfatizou.
O diretor do centro de monitoramento destacou que a última estação
chuvosa no Sudeste, "ainda que deficiente", foi "muito melhor" do que a
do ano passado.
"Muito melhor, ainda que deficiente, do que o período equivalente entre
outubro de 2013 e março de 2014, quando choveu cerca de 50% da média.
[2014] foi o verão mais seco que há do registro histórico do Sudeste",
destacou Nobre.
Plano Nacional de Adaptação
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o governo lançará ainda neste ano o Plano Nacional de Adaptação, voltado para a segurança hídrica, ligado ao Grupo Interministerial de Mudanças do Clima.
“[No plano] nos preocuparemos com a agricultura, fornecimento de
energia, oferta de água e abastecimento, irrigação. Então, existe, sim,
um trabalho sendo feito pelo governo há dois anos e que não foi
preocupado [pela atual seca]", disse a ministra.
Ela afirmou que se reunirá com o ministro da Secretaria de Comunicação
Social, Edinho Silva, para elaborar uma campanha de uso consciente da
água.
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/04/ministro-diz-que-100-cidades-no-ne-estao-em-colapso-hidrico.html
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